Tem que ser você.

Capítulo 37

As últimas aulas passaram normais. Assim que sai da escola o Gui já estava me esperando. Me despedi das meninas e fui pra casa.
- Camila, você vai ficar sem comer pra sempre?
Guilherme falou entrando no quarto duas horas depois que chegamos e eu não estava com vontade de comer absolutamente nada.
- Gui, eu estou sem fome. 
Falei me virando na cama.
- Ah Camila, tu vai ficar nessa por causa de um babaca? - Ele falou.
Eu suspirei.
- Tá Gui, eu já vou comer alguma coisa.
Me levantei da cama e fui até a cozinha, acabei comendo um pedaço de lasanha pronta que o Guilherme tinha feito e assim que terminei voltei pro meu quarto.
Passei o resto do dia trancada ali, dormi algumas horas e quando acordei já estava escuro.
Peguei uma coberta e joguei por cima do meu corpo, liguei a tv e ali fiquei até alguém bater na porta e abrir de leve a mesma.
- Posso entrar?
Sorri comigo mesma.
- Deve.
Rodrigo entrou e fechou a porta novamente.
- Fiquei esperando você me ligar. 
Ele falou se sentando na cama ao meu lado.
- Eu acabei dormindo, desculpa. - Falei.
- Você vai ficar pra sempre enfiada nesse quarto? - Falou.
Eu abaixei a cabeça.
- Qual é, pequena. Você precisa conversar com ele.
- Eu sei, Ro. Mas depois eu vejo isso, estou com uma fome imensa, será que alguém topa um cachorro quente comigo? - Sorri.
- Cá, já tá tarde. - Rodrigo falou.
Revirei os olhos.
- Tudo bem, eu vou ligar pro Felipe... - Ele me interrompeu.
- Chantagem? - Arqueou a sobrancelha.
- Só quero companhia.
Falei.
- Achei que quisesse a MINHA companhia.
Ele falou dando ênfase no minha.
Eu sorri.
- E é a sua. Agora para de besteira e vamos.
Levantei, troquei de roupa, fiz um rabo de cavalo no cabelo e fomos.
- Tá rindo do que?
Perguntei enquanto estava sentada em um dos banquinhos comendo.
- Sua boca tá suja!
- Ai. - Fiquei envergonhada. - Como é que se come cachorro quente sem se sujar? Eu não sei. - Falei.
- Toma! 
Ele me entrou alguns guardanapos.
Limpei minha boca e logo pedimos mais um.
- Você é um saco sem fundo!
Ele disse enquanto eu dava a última mordida no meu segundo cachorro quente.
- Eu vou virar uma bola em menos de um mês se continuarmos vindo toda semana aqui. - Falei e ele riu.
- E você quer parar? Eu to viciado nesse dog. - Falou.
- Nunca! 
Sorri. Rodrigo pagou nossos lanches e fomos caminhando pelo calçadão de volta pra casa.
- Ro..
Falei.
- Fala, pequena.
- Você trouxe mais alguém pra comer cachorro quente com você?
Falei e ele deu risada. Em seguida envolveu um dos seus braços sobre meus ombros, me abraçando.
- Porque? Tá com ciuminho? - Falou.
- Idiota! Só pra saber.
- Não, pequena. Não trouxe e nem vou. Esse programa é exclusivo teu. 
Ele falou e eu sorri contente.