- Você demorou!
Falei enquanto me levantava do meio fio e via o André estacionar uma moto ao meu lado.
- Mas tô aqui agora, não tô?
Eu dei de ombros.
- Coloca!
Ele falou e me entregou um capacete.
- Ai André, eu tenho medo dessas coisas.
Falei e ele soltou uma risada.
- Medo porque? Andar de moto é bom demais, aquele vento batendo..
Eu sorri e ajeitei o capacete em mim, depois subi na moto e envolvi minhas mãos em sua cintura, o abraçando com um pouco de força.
- Camila, eu preciso respirar.
André falou antes de ligar a moto e soltando as minhas mãos dele.
- E eu preciso me segurar, para de ser chato. - Falei.
Ele bufou e ligou a moto em seguida, dando partida na mesma.
Realmente, andar de moto era muito bom, aquele ventinho batendo em mim, parecia que eu havia até esquecido das cenas que eu tinha presenciado durante a festa.
Durante o caminho o André fazia umas palhaçadas, vadia zig zag com a moto só pra eu ficar com medo e ele rir de mim.
- Acho que você precisa ficar aqui.
Ele falou enquanto a gente descia da moto. Nós estávamos na praia, bem em frente as pedras em que nos encontramos.
Eu não falei nada, apenas concordei e fui seguindo o André, até chegarmos nas pedras.
Subimos com um pouco de dificuldade, até uma pedra bem grande, que deu até pra deitar na mesma.
Ficamos em silêncio por um bom tempo, eu fiquei só olhando o céu, o sol já estava bem fraca, afinal era finzinho de tarde, então não incomodava.
- Como a gente sabe se ama alguém?
Falei e virei meu rosto pro lado, olhando o André, que fez o mesmo.
- Depende do tipo de amor.
Ele falou.
- Como assim? - Questionei.
- Vários tipos de amor, tá ligada? Tipo, amor de amigo, de família, amor de amor...
Eu suspirei.
- E como sei se estou amando alguém de amor de amor?
Falei e acabei dando risada leve com a confusão de palavras.
- Eu não sei, acho que nunca senti isso. - Falou.
- Você nunca namorou?
Arqueei uma das minhas sobrancelhas.
- Já, mas eu acho que não gostava muito dela, sei lá, acho que não era amor de verdade, ai eu não quis mais.
Ele falou e deu de ombros.
- E você tá amando alguém?
Ele me olhou fixamente nos olhos.
- Eu não sei. - Soltei um suspiro. - Eu estou confusa. Quando tô perto dessa pessoa meu coração dispara, tenho vontade de correr pros seus braços e ficar lá, porque me sinto protegida, mas achei que era apenas amor de amigo... Porém, hoje, vi ele com outra e meu coração parece que amassou, doeu bastante ver aquela cena e agora eu tô mais confusa ainda.
Eu olhei pro céu novamente.
- Eu não sei como te ajudar, desculpa.
André disse e de uma risada baixa, o que me fez rir também.
- Tudo bem, acho que isso o tempo vai explicar.
Ficamos em silêncio novamente, mas depois de alguns minutos ele veio pra mais perto de mim, e logo se deitou com a cabeça sobre a minha barriga, ficando de lado.
- Folgado! - Eu falei.
- Tô precisando de um colinho de amiga.
Ele falou com um sorriso de lado.
- Que viadagem! - Dei risada.
- Quer desabafar? Sabe que pode confiar em mim.
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Tem que ser você.
RomanceCamila e Guilherme nasceram no Brasil, mas ainda muito pequenos mudaram-se para Nova York com seus pais devido a negócios. Sempre cresceram aprendendo além de inglês a língua portuguesa. Guilherme com 17 anos decidiu vir estudar no Brasil e se adapt...