Eu e o André passamos o resto do dia conversando, ele tinha o jeito ogro dele, mas até que era gente boa. Ele não me falou muito sobre a sua vida, sempre que eu tocava no assunto sobre família e tal, ele disfarçava, ou até mesmo dava uma patada.
- Já passou da minha hora, preciso ir, patricinha.
André falou enquanto estava sentado ao meu lado da cama.
- Espera o filme acabar, André. - Falei.
- Vai demorar muito? - Perguntou.
- Acho que já está quase no final.
Continuamos prestando atenção no filme, era de comédia, então acabamos rindo muito.
Ouvi um barulho na minha porta e a mesma se abrindo.
- O que é que está acontecendo aqui?
Pedro falou entrando no quarto.
- Pedro, bater na porta é bom, sabia? - Falei.
Ele riu.
- Se eu tivesse batido você ia fazer o que? Esconder que tá com outro cara na sua cama? - Falou.
Eu o olhei.
- Eu já tava de saída. - André falou e pegou sua mochila. - Se cuida, marrenta.
Ele falou e acenou pra mim, junto com um sorriso, um dos poucos que ele deu naquela tarde, além das risadas durante o filme. Eu acenei de volta com uma expressão de pedido de desculpas e ele balançou a cabeça como se falasse pra não me preocupar.
Assim que ele saiu do quarto, eu me joguei na cama de barriga pra cima. Não estava nem um pouco afim de ouvir piti de ciúmes do Pedro.
- Você não vai falar nada?
Pedro falou parando em minha frente.
- Falar o que? Você já fala por mim, já tira suas próprias conclusões. - Falei.
- Você tá com outro cara na cama e quer que eu pense o que?
Eu me sentei e bufei.
- Do jeito que você fala parece que eu tava dando pra ele! - Falei irritada.
- Se eu não tivesse chegado isso com certeza estaria acontecendo. - Falou.
- O QUE? Eu não tô acreditando no que você tá falando. Juro! Sai daqui!
Falei e acenei a porta com meu dedo.
- Camila, para.
- SAI AGORA, PEDRO! - Falei em um tom mais alto.
- Amor, para, eu não quero brigar com você, desculpa.
Ele falou e eu sinceramente não conseguia acreditar. Uma hora ele estava irritado, bravo e em menos de 2 minutos ele me chamava de amor e mudava o tom de voz?
- Você é louco, só pode!
Falei e segui pra minha varanda, é claro que ele veio atrás.
- Eu sou louco por você loirinha, não quero te perder.
Ele disse enquanto me abraçava por trás.
- Pedro, eu quero ficar sozinha, vai embora por favor.
Falei num tom mais calmo.
Ele não disse nada, apenas assentiu, beijou a minha testa e saiu.
Eu voltei pro quarto, me joguei na cama e desmoronei. Estava chorando feito criança e o motivo? Nem eu mesma sabia!
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Tem que ser você.
RomanceCamila e Guilherme nasceram no Brasil, mas ainda muito pequenos mudaram-se para Nova York com seus pais devido a negócios. Sempre cresceram aprendendo além de inglês a língua portuguesa. Guilherme com 17 anos decidiu vir estudar no Brasil e se adapt...