Capítulo 96

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Eu sorri e me sentei na banqueta em frente ao balcão enquanto observava ele preparar. Era incrivel como eu sempre tinha os mesmos sentimentos quando estava perto dele. Meu coração acelerava de um modo que nunca tinha acelerado antes, a vontade de ter seu corpo colado ao meu era imensa, mas eu também queria ter aquele Rodrigo carinhoso, cuidadoso.. Eu ainda não entendia o que significava esses sentimentos, mas talvez seja apenas a amizade de antes que eu queira voltar a ter. 
- Tá pensando em que?
Ele falou colocando os pratos com sanduíches na bancada e se sentando em outra banqueta, em minha frente.
- Sentimentos.
Falei e sinceramente, nem sei porque falei isso, sabia que ele perguntaria quais sentimentos.
Ele me olhou um pouco confuso.
- Apaixonada? 
Perguntou um pouco desconfiado e eu ri de leve, balançando a cabeça negativamente.
- Então está quase. - Falou.
- Não sei, pra falar a verdade eu não entendo esses sentimentos.
Falei e dei uma mordida no sanduíche.
- Que tipo de sentimentos? - Falou.
Respirei fundo.
- Sabe quando você se sente bem ao lado da pessoa? Quando você quer tê-la só pra você, quer cuidar e ser cuidada por ela?! 
Ele apenas assentiu.
- Não sei o que isso significa.
- Sinto as mesmas coisas quando estou perto de uma menina. 
O olhei surpresa.
- Sério? E o que você acha que pode ser? - Perguntei rapidamente.
- Não sei.. Estou deixando o tempo me dar essa resposta.
Suspirei.
- É, acho que é a melhor coisa a se fazer. 
Continuamos a comer em silêncio, até terminamos.
- Obrigada pelo lanche, estava uma delicia.
Falei colocando o prato com o copo sobre a pia.
Ele sorriu.
- Da próxima você faz!
Dei uma risada leve.
Caminhamos até o corredor juntos.
- Boa noite, pequena.
Ele beijou a minha testa.
- Boa noite, Ro.
Em seguida ele foi pro seu quarto e eu pro meu. Assim que me deitei na cama os pensamentos vieram me infernizar! Eu sentia aquilo pelo Rodrigo, e ele sentia as mesmas coisas por outra pessoa. Por quem será? Será que é por mim? Pode ser que seja, pode ser que nós dois queremos a amizade de antes novamente em nossas vidas. Tenho certeza que esse sentimento é de amizade, os nossos beijos, transas, olhares é uma consequência, estamos confundindo as coisas, estamos carentes. Só pode!
Peguei no sono novamente e acordei com uma vozinha conhecida me acordando.
- Boa tarde, piranha!
Bufei e coloquei a coberta sobre a minha cabeça, ao perceber as cortinas abertas e a claridade batendo no meu rosto.
- Um dia caça, outro do caçador!
Clara falou e deu risada, se jogando em cima de mim.
- Nunca mais te acordo, prometo, agora deixa eu dormir, Clarinha.
Falei sonolenta.
- Já são quase 1 hora da tarde, temos uma festa pra ir, esqueceu?
- Eu troco essa festa pela minha cama.
Dei de ombros.
- Azar é o teu, pensasse nisso antes de me convidar.
Clara falou e puxou a coberta de cima de mim, me descobrindo.
- Você é chata, hein.
Falei me levantando da cama e indo até o banheiro, com os outros entre abertos.

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