Capítulo 103

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Eu me sentia bem perto do André. Não sentia malicia entre a gente, não sentia segundas intenções nele, seu olhar demonstrava que não tinha esses sentimentos, era um olhar puro. Eu podia mal conhecer ele e ele podia ser cheio de mistérios, mas eu confiava nele, desde o primeiro dia que nos falamos na minha casa, eu sabia que ele era do bem, mesmo querendo parecer ao contrário.
- Posso saber o que você tá pensando?
Ele falou me olhando, e eu sorri de lado.
- No quanto eu sou louca, mal te conheço e já tô na sua cama! - Falei.
Ele me olhou e arqueou a sobrancelha.
- Tá achando que vou te estuprar? Sequestrar?
Dei uma risada baixa.
- Claro que não, até porque eu sinto muita pureza no seu olhar, pelo menos comigo. 
Ele sorriu.
- Muito bom você falar isso.. 
O olhei sem entender.
- Porque eu gosto muito de você, loirinha. Pra mim tu tá sendo uma irmãozona, sabe? Muito bom te cuidar, te mimar, ter você pra rir, pra fazer essas coisas clichês que eu nunca fiz com ninguém.
- Eu tava precisando de um amigo assim, você é tipo um amigo gay pra mim.
Falei sorrindo.
- Ih, sai fora, mané.. não mete essa.
Ele falou depressa, me fazendo rir.
Meu celular começou a apitar e era a Manu me chamando no whats. Peguei ele de cima do criado mudo e abri a conversa, respondendo a mesma.
- Quem é essa?
Ele perguntou olhando pra tela do meu celular.
- Para de ser inxirido! - Falei.
- Porra, apresenta as gatinhas pra mim.
Eu revirei os olhos.
- É a Manu, minha melhor amiga que mora nos Estados Unidos. Olha...
Abri a foto do perfil dela e mostrei pra ele.
- Caralho! Que gostosa!
Ele falou e mordeu o lábio inferior.
- Acho que ela vem pro Brasil mês que vem!
Falei contente.
- Quero conhece-la!
(...)
Depois de ficarmos conversando, rindo e assistindo, eu e o André pegamos no sono. Eu tinha mandado uma mensagem pra Clara avisando que tinha ido embora da festa e que tava na casa de um amigo, apenas pra eles não ficarem doidos atrás de mim.
Abri os olhos lentamente e uma pequena claridade invadia o quarto. Olhei pro lado e André dormia profundamente, eu sorri ao vê-lo, eu estava feliz em ter alguém pra confiar.
Me levantei e fui até o guarda roupa dele, assim que abri achei uma camiseta bem larga, peguei a mesma e fui até o banheiro, achei tudo que precisava pra tomar banho e assim o fiz.
Vesti a camiseta dele e fui pra cozinha. Os armários estavam cheios, e isso era estranho pra um homem que morava sozinho, mas dei de ombros e comecei a preparar misto quente. Fiz apenas um pra cada, afinal já passava das 11 da manhã, e logo iríamos almoçar.

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