Ficamos um bom tempo conversando e ai eu pude perceber que o que eu senti pelo Pedro não era amor. E estava bem longe de ser, com certeza.
Nós estávamos descendo as escadas juntos, aliás, eu na frente e ele atrás, e nós riamos de algo que estamos falando.
Assim que pisei no terceiro degrau olhei pra frente e dei de cara com uma cena que mexeu tudo dentro de mim!
Rodrigo e uma morena com cabelos até a cintura, estavam abraçados próximos do bar, e não parecia ser apenas uma peguete, não de um dia, porque dava pra ver que tinha um carinho entre eles. E Rodrigo não era de ficar agarrado com menina nenhuma em festas.
Meu coração gelou, sentia uma angustia, um arrepio, um frio na barriga, uma vontade enorme de chorar, e porque eu sentia isso? Nem eu mesma sabia o motivo!
- Tá tudo bem, Cá?
Pedro falou colocando uma das suas mãos sobre meu ombro.
Eu apenas balancei a cabeça positivamente.
- Vou procurar a Clara, a gente se fala.
Sorri de lado pro Pedro e ele beijou a minha testa.
- Se cuida.
Comecei a caminhar em direção ao lado de fora da casa, mas infelizmente esbarrei em alguém. E era ela, a namoradinha do Rodrigo.
Respirei fundo e a olhei.
- Desculpa.
Falei baixo.
- Tá tudo bem.
Ela falou simpática e eu sorri de lado.
- Aconteceu alguma coisa, Camila?
Rodrigo falou de uma forma natural, porém dava pra reparar um pingo de preocupação no tom da sua voz.
- Você tá pálida.. Precisa de ajudar?
A menina falou novamente.
- Não, impressão de vocês.
Falei e sorri de lado.
- Vou procurar a Clara. Até mais.
Mal terminei de falar e sai rapidamente dali.
Rodei alguns minutos procurando a Clara, mas não encontrei, nem ela e nem o meu irmão, com certeza estariam juntos.
Pensei em ficar ali na festa, encher a cara e fingir que nada aconteceu, mas eu simplesmente não conseguia. Meu peito estava apertado, as lágrimas precisavam sair, e eu precisava tentar entender o que estava sentindo.
Sai da casa do Pedro e fui em direção a rua, que estava praticamente deserta.
Pensei em chamar um táxi, mas lembrei que eu estava sem nada de dinheiro no bolso.
Bufei e me sentei no meio fio, até que meu celular começou a tocar e eu o peguei rapidamente, sorrindo ao olhar no visor.
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Tem que ser você.
RomanceCamila e Guilherme nasceram no Brasil, mas ainda muito pequenos mudaram-se para Nova York com seus pais devido a negócios. Sempre cresceram aprendendo além de inglês a língua portuguesa. Guilherme com 17 anos decidiu vir estudar no Brasil e se adapt...