Capítulo 170

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Felipe narrando.- Enfim, férias!
Falei sozinho quando entrei no carro e afrouxei a minha gravata, ainda no estacionamento da empresa. Pleno dia 23 de dezembro e eu saindo da empresa... Até ri com esse meu pensamento. Se fosse a um ano atrás, eu já estaria viajando, bebendo e pegando todas as mulheres que surgissem na minha frente. É engraçado, como eu não sinto vontade de fazer isso mais. Acho que ver meus parças criando juízo, sendo de uma mulher só me fez parar pra pensar e necessitar disso também. 
Só parei com esses pensamentos quando estacionei em frente ao prédio que eu morava. Antes de descer do carro olhei pra praia que estava lotada, afinal o dia estava lindo, não pensei duas vezes: mataria a minha saudade de surfar.
Peguei o elevador rapidamente e entrei em casa.
- Que pressa é essa, Felipe?
Minha mãe falou quando passei correndo pela sala.
Não respondi, só entrei no meu quarto tirando aquele terno que tava me sufocando, vesti uma sunga e uma bermuda leve por cima da mesma, não vesti a roupa própria pra surfar, eu não curtia muito.
Peguei a minha prancha que ficava em cima do guarda roupa e fui saindo.
- Tô indo surfar, mãe!
Falei passando pela minha mãe que estava na sala.
- Não esquece que seu pai quer falar com você antes de voltar pra empresa, então não demora!
Ela falou e eu assenti, saindo do apartamento e entrando no elevador em seguida.
Corri rapidamente até a praia, como não tinha levado nada além da prancha, fui direto pro mar. Tinha uma galera ali surfando também, me juntei a uns moleques e nós ficamos surfando juntos.
Depois de um bom tempo no mar, sai com a prancha na mão, coloquei a mesma presa sobre a areia, e voltei pro mar só pra dar um mergulho, saindo em seguida.
Fui caminhando balançando o meu cabelo, pra tirar um pouco da água, até esbarrar em alguém.
- Ai! 
Uma voz feminina falou.
- Putz, desculpa!
Falei segurando o braço da menina pra que ela não caísse.
- LUA?
Praticamente dei um grito quando vi ela ali, na minha frente.
- Fe...Felipe!
Ela gaguejou ao falar meu nome.
As suas bochechas coraram enquanto eu a encarava, e eu percebi que ela continuava a mesma de sempre, até o cabelo arrumado do mesmo jeitinho delicado, permanecia. Mas então, lembrei de toda a merda que ela fez, porque junto com a Camila, eu era a pessoa que mais saiu magoado da história.
Foi então que larguei o seu braço e voltei pra realidade.
- Desculpa pelo esbarrão!
Falei e me virei, dando as costas pra ele e indo até a minha prancha. Peguei a mesma e coloquei embaixo do braço, caminhando até o calçadão.
- FELIPE!
Ouvi alguém gritando o meu nome e imediatamente identifiquei a voz. Parei de caminhar e me virei pra trás.
- A gente pode conversar?
Lua perguntou se aproximando.
Eu suspirei.
- Não temos nada pra conversar, Lua. - Falei.
- Eu tenho muita coisa pra te falar, Felipe. Por favor, só me ouve. 
Ela praticamente suplicou.
- Eu preciso ir pra casa agora...
- Te passo o endereço do apartamento que tô morando por mensagem!
Suspirei.

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