Capítulo 106

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-Sai daqui, Rodrigo!
Eu falei após cair em mim e ver a burrada que eu havia feito.
Ele me olhava assustado, deitado na cama ainda nu.
- Rodrigo, eu tô pedindo. SAI DAQUI!
Eu enrolei o lençol sobre o meu corpo enquanto ficava em pé em frente a cama. Meu peito estava doendo por dentro, eu sentia novamente aquelas coisas estranhas, aquele perto, aquele nó na garganta. Eu já sentia meus olhos marejarem. 
Ele levantou e vestiu rapidamente a sua roupa. Antes de abrir a porta ele deu uma última olhada pra mim, abaixando a cabeça e saindo do quarto em seguida.
Eu me joguei na cama e desmoronei! O que estava acontecendo comigo? Eu nunca fui de agir assim, eu nunca fui de sentir essas coisas, eu juro que precisava entender!
Passei um tempo deitada na cama, totalmente nua e lembrando de cada cena que havia passado com o Rodrigo desde que nos conhecemos. Chorei, chorei muito e nem eu mesma sabia o motivo!
Despertei com o meu celular tocando pela milésima vez, eu teria que atender, com certeza seria o André.
- Oi.
Eu atendi sem animo.
- O que aconteceu?
Ele perguntou logo de cara.
- Nada.
Suspirei.
- Já tá pronta pro nosso almoço? Tô passando ai.
Ele mudou de assunto mas eu sabia que não havia encerrado ali.
- Vou terminar de me arrumar e daqui 15 minutos eu desço.
- Jae!
Ele falou e desligou.
Eu nem havia começado a me arrumar, e a minha vontade de sair daqui era 0, mas eu sabia que o André me arrastaria pra fora desse quarto de qualquer maneira, então levantei e fui procurar uma roupa.
Coloquei um vestidinho florido, curto e leve e vesti uma rasteirinha.
Lavei o meu rosto e passei uma maquiagem leve pra tentar pelo menos disfarçar a cara de fossa que eu estava.
- Eu tô saindo almoçar.
Falei passando pela sala.
- Com quem?
Guilherme falou e eu o olhei.
Percebi que o Rodrigo não estava ali mais.
- Com o André.
Falei e abri a porta saindo.
Fiquei parada em frente ao prédio esperando o André chegar. Observava as pessoas passando na rua, as crianças brincando.. E logo avistei o Rodrigo sentado em um banco no calçadão. Ele estava sentado de frente pro mar. 
Tirei a minha atenção dele quando vi o André parando a moto.
- Bora?
Ele falou e eu sorri assentindo.
Peguei o capacete das suas mãos e coloquei, subindo na moto em seguida e segurando em sua cintura.
Assim que me ajeitei na moto, percebi o Rodrigo pronto pra atravessar a rua. Seu olhar estava fixo em mim. Ele balançou a cabeça negativamente e o André deu partida na moto.

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