A carruagem de Fistgor sumiu fazendo o caminho de volta. O desafio começara, embora não parecesse nada com uma corrida. O grupo discutia alguma estratégia, eles tinham resolvido ficarem juntos e se ajudarem até o final, assim seriam mais fortes e teria objetos mágicos para todos. Eles olhavam a mochila de cada um fazendo um inventario do que tinham para comer.
– Você só trouxe isso? – Perguntou Chamusca para Fid o goblin.
– Eu não como muito não moço. Minha mãezinha diz que sô igual fiote de passarinho.
– É um inútil isso sim, é bom não comer mesmo, pois vai passar fome.
– Não fale com o senhor Fid dessa maneira. – Pediu Lídia.
Todos ficaram discutindo e eu juntei minhas coisas olhando pra floresta. Ali dentro ela parecia uma floresta comum, mas não vi nenhum pássaro, as folhas das arvores pareciam mais escuras do que o normal e a terra era dura e quase preta. Chamusca mostrava a língua pra Lídia enquanto Fid pedia calma, Rodhir balançava a cabeça chamando todos de crianças, Carlen o mendigo parecia nem saber onde estava e Bradir observava tudo de braços cruzados. Peguei minha mochila, pus nas costas e comecei a caminhar por entre a vegetação. Não precisava deles.
– Onde você vai?
Eu me virei e vi Alana me encarando, o pessoal ainda discutia na margem da floresta.
– Tô participando de uma corrida sabia?
– Mas sozinha? Porque você não...
– O meu estilo é diferente do deles. – Apontei pra onde faziam barulho. – Eu ando sozinha porque sou mais rápida e silenciosa.
Alana olhou pra floresta.
– Mas pode ser perigoso e se você for emboscada ou...
– Escuta aqui. O que você tem a ver com isso?
Alana me encarou e nós duas ficamos caladas, eu tinha raiva, ela sumia e depois voltava pra minha vida querendo dar ordens, achando que sabia o que era melhor pra mim.
– Eu sinto muito. – Disse Alana, e eu não a encarei. – Mas porque me trata assim?
– Porque?! Ora sua...
– Você não se lembra? – Alana estendeu a mão pra mim e me mostrou o anel de latão que eu tinha feito pra ela. – Eu sei que errei mas Isso não significa nada pra você?
– Significa sim. – Eu disse sentindo as lagrimas e a raiva. – Significa o tamanho da sua traição.
Alana deixou escapar uma lagrima que riscou a tinta azul do rosto dela. Eu dei as costas e comecei a andar.
– Você vai continuar sozinha?
Eu bufei, dessa vez era Lídia quem perguntava, todos foram se juntando e eu disse que prosseguiria sozinha, que eu tinha treinado para andar despercebida pela floresta e não em bando, que não poderia ajudar em combate nem nada do tipo, eu era uma fujona e eles não entendiam isso.
– Ela tem razão. – Disse Rodhir. – Nós estamos fazendo muito barulho e discutindo demais, aposto como somos os únicos ainda na margem da floresta, acho que no momento somos os mais longe do portal. – Esse choque de realidade fez com que todos se calassem e percebessem que tinham que cooperar, Rodhir ia se mostrando um bom líder. – Plim, se você der mais uma chance a nós prometo que não vai se arrepender, e mesmo que você não seja boa de combate pode ser nossa batedora e ir na frente explorando o caminho.
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Escama Negra
FantasyPlim é uma órfã de dezesseis anos que odeia seu nome e detesta crianças. Depois de perder um de seus olhos num ataque com bandidos ela decide participar de uma competição especial, conseguir um dos cobiçados itens mágicos e se tornar uma cavaleira a...