Uma "Bela" Luta.

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Eu não fui a única a ficar tensa, percebi em todos os capitães alguma espécie de ansiedade, mesmo aqueles que estavam preocupados como eu, ou como no caso de Brice que pareciam estar empolgados em ter que enfrentar os mestres.

– Teremos que lutar com você mestra? – Perguntou Marlon apreensivo e Célia, a pacificadora, sorriu para o pupilo.

– Não vou pegar leve velho. – Exclamou Brice para Baltos que bebia de um odre, jogou para o ex vela negra que pegou no ar e se decepcionou ao constatar a falta de vinho.

– Nem poderia, Brice meu rapaz, nem poderia.

Pero Ponz pediu atenção e começou a explicar como funcionaria o último teste, não seria apenas uma luta, teríamos que pensar e trabalhar em conjunto. Os mestres realmente seriam nossos adversários e como, segundo eles, seria praticamente impossível o derrotarmos precisaríamos apenas enfrenta-los por um tempo determinado.

– Por exemplo. – Anunciou Pero Ponz. – Escolham agora quatro membros dentre todos os grupos para segurar mestre Baltos por cinco minutos. Vamos, conversem entre si.

Os capitães se olharam e eu mesma me senti deslocada. Liandra veio pro meu lado assim como Marlon. Mateu deu de ombros e como também me conhecia parou perto de mim, Bradir sorriu e ficou ao meu lado e Joran não pareceu se importar de se aproximar para conversar.

– Puxa. – Disse Elen chegando perto. – Por aqui todos estão se reunindo ao lado dela, você é uma espécie de capitã dos capitães?

Ela riu e fiquei sem graça, todos preferiram fazer assim, talvez por causa de Liandra e Marlon que vieram tão prontamente ao meu lado, e também, talvez, por mais ninguém saber como começar a reunião, novamente eu era a conexão das pessoas, um talento que nunca desejei, mas fazer o que? Eu conhecia as pessoas e elas me conheciam.

– Realmente. – Disse Brice. – Você é popular "um olho". – Liandra o encarou de forma repreensiva. – O que? Não tenho nada contra, quando eu era pirata o que mais vi foi gente de tapa-olho. Só quero lutar e aí como vai ser?

Olhei para Rodhir que era o único que não se aproximava. Ele deu de ombro e se aproximou de má vontade.

– Muito bem Plim, como vamos fazer para escolher? – Perguntou Marlon me dando muita moral.

– Não, sei, não conheço Baltos nem os membros do grupo de vocês. – Confessei desejando ter Ivna ao meu lado, ela saberia o que fazer.

– Isso é ardiloso da parte deles. – Disse Joran. – Pelo que percebi as regras serão estipuladas aos poucos e isso vai nos complicar.

– Eu conheço Baltos. – Disse Brice sorrindo, ele era o mais velho de nós e mesmo assim tinha um ar traquinas e despreocupado.

– Qual o item dele? – Perguntou Liandra e todos ficaram esperando resposta.

– O odre do gigante. – Disse Brice. – Isso vai ser legal de ver.

– Mas o que faz?

– Simples; ele pode crescer parte do corpo.

– Como assim?

– Bom, já vi ele afundar um navio no soco, o braço dele na ocasião devia ter uns cinco metros e uns dois de largura. – Todos encaramos Brice com espanto. – Foi uma coisa linda de se ver.

– Então combate direto não é recomendado. – Sugeriu Liandra.

– Eu, eu aqui. – Disse Elen. – Tenho alguém que pode ser útil. Confiem em mim, Loralis será perfeito nessa. Confundir um inimigo tão forte.

Escama NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora