Sonhos e Pesadelos.

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Eu ainda estava ajoelhada quando ouvimos uma comoção no castelo, luzes de tochas e lamparinas, ouvi vozes urgentes.

– O que está acontecendo? – Perguntou Beolá saindo do quarto ela me viu no chão e parou. – O que...

Ouvimos passos apressados subindo as escadas era um dos servos e parou ao ver Beolá.

– Senhora, o senhor Arnaut está aqui, chegou de grifo, não parece nada bem.

Ouvimos uma batidinha muito calma na porta e uma voz abafada saiu dali.

– Eu quero vê-lo. – Disse Ivna. – Mamãe? Plim?

Descemos todos e até Endrien foi conosco. Arnaut estava na sala e muitos criados circulavam por lá, ele estava coberto de sangue e seu rosto pálido exaurido de qualquer vigor que tinha antes.

– Arnaut. – Disse Beolá de forma carinhosa.

– Minha senhora.

Endrien e Ivna correram e abraçaram o irmão, o duque olhava tudo parado no centro da sala.

– Tirem ela daqui. – Ordenou o duque e os servos pareceram sem reação, alguns estavam agachados e foram se levantando nessa hora percebi que tinha alguém caído no chão. – Me escutaram?

– Pai! – Gritou Arnaut.

– Senhor se ela não for atendida nesse momento – Disse o curandeiro do palácio. – Ela...

O duque o olhou severamente e o curandeiro prestou uma reverencia se levantando. Arnaut avançou em direção ao pai, os dois se encaravam como inimigos e ninguém ousou fazer nada. O duque não recuou nem um milímetro e Arnaut acabou cedendo. Ajoelhou.

– Misericórdia meu senhor, nos ajude pelo seu bom nome. – Ele beijou a mão do pai.

– Se eu fizer isso, se salva-la. – Disse o duque. – Fará o que eu ordenar.

Vi lagrimas atingirem o chão onde estava Arnaut.

– Sim senhor.

– Rápido. – Ordenou o duque para o curandeiro que com ajuda de outros servos levaram a mulher ferida para um dos aposentos. Arnaut os seguiu.

Beolá encarava o marido, parecia reprovar a postura dele, mas o duque não se importou e foi atrás de uma bebida forte. Olhei Ivna ela parecia a mais calma dali, provavelmente porque já havia vivido isso. Ela caminhou em direção de onde levaram a mulher.

– Ivna. – Chamou Beolá, mas a garota a ignorou.

Todos ficamos esperando na sala enquanto o médico trabalhava. Ficamos sabendo que Arnaut e a mulher lutavam contra os gigantes na fronteira, ela acabou gravemente ferida e Arnaut voou para cá onde um dos maiores médicos de todo o sul trabalhava para o seu pai. No mundo real nunca soube de Arnaut ter mulher alguma, e isso só me dava mais certeza do que aconteceria. Fiquei massageando minhas mãos feridas quando ouvimos uma comoção vinda do quarto e todos já sabíamos o que havia acontecido. Arnaut gritava um nome de mulher "Laurie" e os servos saíam do quarto um a um. O duque não parecia feliz, sabia que se a moça morresse ele perderia o poder da promessa. Ivna surgiu e Beolá a abraçou, ela tinha ficado o tempo todo com Arnaut e conversando com ele. Arnaut saiu do quarto desnorteado. Beolá o abraçou, o pai o encarava e ele apenas fitava o vazio, as lagrimas descendo, ele parecia ainda processar tudo, varreu a sala com os olhos e parou em Ivna ela assentiu e ele estendeu a mão.

– Vamos. – Disse ele. – É como você disse.

– O que? – Perguntou Beolá voltando a abraçar a filha.

Escama NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora