A Defensora.

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Certa vez quando estava sentada ao lado de Liandra vi que ela afiava o gume de sua espada pela milésima vez. Perguntei se ela queria matar alguém tanto assim e ela me olhou espantada, eu estava brincando porém algo no olhar dela me fez desmanchar o sorriso, "mas espadas não foram feitas para matar os outros" respondeu Liandra ainda me encarando, sorri achando que ela estava brincando "Ah, não? Então pra que?", Liandra balançou a cabeça e voltou a afiar o gume "Não sei pra o que anda usando suas armas Plim Igreja, mas as minhas sempre serviram para proteger o que eu amo".

*

– Ela deve ser louca. – Disse alguém entre nós.

– Faltam Dez minutos. – Gritou Pero Ponz. Galien parecia tremer e segurei a mãozinha dele ele me encarou e eu tentei sorrir. – Pronta senhorita Liandra de Lins?

Liandra assentiu.

– Liandra de Lins? – Perguntou Sará. – Mas...

– É assim que chamam todos os bastardos do nosso ducado. – Comentou Ivna.

– Comecem!

Liandra parada na arena olhou mais uma vez para Rodhir, se afastou provavelmente com a intenção de manter o rapaz longe do combate. O primeiro atacar foi Therju, sua lança avançou assobiando no ar, Liandra não tinha aço negro, não usava círculos nem nada e, mesmo assim, aparou o ataque do sujeito com sua espada comum.

– Ela é boa. – Comentou Emilian.

– Mas é só uma guerreira normal. – Disse Mateu. – Não vai ter chance.

– Não diga essas coisas. – Pediu Alana e só naquele momento percebi que ela estava do meu lado, a encarei e sorri, logo fiquei séria, Alana me encarava com marcas no rosto e um corte nos lábios.

– Eu digo. – Insistiu Mateu. – Digo porque é verdade.

Liandra respirou fundo, Therju sorriu e Onas o encarou.

– Por que está pegando leve mestre Therju?

– Ela é boa com a espada mas... Não aguentaria como os outros, sem circulo.

– Acredito que não podemos subestima-la, ataque com tudo.

Therju deu de ombros avançou uns dois passos e estocou com a lança, a arma alongou-se e Liandra aparou o golpe novamente num piscar, a lança retraiu e voltou a avançar, riscou o braço de Liandra, um fio de sangue brotou. Therju avançou novamente, Liandra tentou se defender mas foi ferida na coxa, a lança assobiou outra vez, Liandra desajeitada rolou pela terra e conseguiu escapar. Therju suspirou.

– É impossível sem técnicas magicas. Os outros tiveram alguma chance por conta dos círculos e do aço negro.

– Então vamos acabar logo com isso.

Onas avançou com calma, sacou sua faca embainhada e todos lamentaram o iminente fim da capitã dos Cavaleiros. Liandra se pôs de pé, pegou seu pequeno broquel e com uma sacudida no ar ele triplicou de tamanho tornando-se um escudo maior, daqueles usados pelos guerreiros do norte.

– É o item dela? – Perguntei para Galien e ele assentiu.

Onas encarou aquilo com um sorriso. Avançou com a velocidade espantosa e atacou rente a coxa de Liandra, ela apenas se pôs em guarda e seu escudo defendeu o golpe, coisa que arrancou muitos gritos de espanto, o próprio mestre Onas levantou com olhos arregalados, confuso, e explico o porquê, ele tinha mirado a coxa de Liandra todos tinham percebido como ele se abaixou e estocou, e Liandra com o escudo defendeu a parte superior do corpo e mesmo assim a facada foi parar em seu broquel magico, provavelmente Onas só fintava um ataque nas pernas da menina querendo engana-la e de alguma forma Liandra previra a artimanha.

Escama NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora