Um Excelente Plano.

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"A prova irá começar" foi tudo o que disseram para as centenas de pessoas que estavam ali. Não houve explicações como da vez anterior, sem mapas, nenhum conselho, apenas nos direcionaram para entradas diferentes, escadarias que se aprofundavam no subterrâneo. Liandra, Galien e Davel se despediram da gente, nos abraçamos e eles foram gentis com Cecilia.

– Boa sorte. – Desejou a capitã dos Cavaleiros de Lins. – Espero que nos encontremos na prova.

– Sim, boa sorte pra você também Lia. – Disse a chamando pelo apelido carinhoso que os meninos tinham dado a ela.

Nos separamos, as pessoas nem conversavam, todos estavam atentos, encarando os outros grupos. Vi velhos, algumas crianças e muitos jovens, um grupo de pessoas apontaram pra nós, cuspiram no chão ao ver Cecilia e a menina empertigou-se afastou os cabelos e mostrou bem as orelhas, ela estava cheia disso assim como eu não aguentava mais essa historia, se esses canalhas aparecessem na minha frente eu não iria me segurar, Emilian conheceria sua força total.

– Que comecem as provas, podem descer.

Estávamos descendo as escadas quando ouvi alguém gritar meu nome, tentei olhar pra trás mas já estava no meio do caminho. Consegui ver Sará olhando pra alguém, depois continuou descer as escadas.

– Quem era? – Perguntei.

– Não sei, uma garota loura com pintura de guerra azul.

Sorri dizendo baixinho o nome de Alana.

– Concentração agora, não podemos vacilar. – Disse e todos concordaram.

Chegamos num corredor, paredes de pedra áspera nos cercando, um local estreitíssimo a largura dos braços abertos, havia tochas iluminando o caminho, o piso era liso e nossos sapatos faziam barulho, um som que ecoava. A medida que avançávamos a parede diminuía de altura e uma brisa agradável começou a entrar no túnel.

– Olhem. – Exclamou Sará. – Tem gente do outro lado.

Consegui ver as cabeças de outras pessoas, eram quatro e nos olhavam, uma mulher de quase trinta anos parecia liderar o grupo, ela era loira e tinha uma espada na cintura, havia um garoto magro e de aspecto doente que parecia avaliar com cuidado toda a situação e um outro sujeito bem forte de pele muito escura. A essa altura as paredes já haviam sumido e tudo que separava nosso grupo do outro eram alguns metros de distancia e um precipício enorme, o qual era impossível ver o fim. Eles nos olharam e a mulher deu uma pequena acelerada no passo. Eu acelerei um pouco mais, ela me encarou e saiu correndo.

– Vamos. – Gritou Ivna disparando e todos começamos a correr.

Os passos ecoando pelo lugar, nossa passarela era larga mas mesmo assim havia o medo de cair que não permitia correr tudo o que podíamos. Talvez nem tivesse importância chegar primeiro, talvez nem precisássemos concorrer um com outro, mas se um grupo corria era impossível o outro não tentar chegar primeiro, a prova tinha começado nas nossas cabeças muito antes de ser anunciada.

O grupo da loira estava na frente e parou de repente, nós também fomos parando, olhando a frente da nossa passarela onde havia um piso diferente, azulejos quadrados de cor branca e alguns de cor azul colocados de forma aparentemente aleatória. A nossa passarela estava praticamente grudada com a deles, e tudo o que nos impedia de passar para o outro lado era uma grade de ferro bem alta. Eu olhei para a plataforma deles e vi que eles tinham azulejos vermelhos espalhados aleatoriamente por entre os brancos, de repente alguns dos brancos ficaram azuis e na nossa plataforma alguns dos que eram brancos ficaram vermelhos. Tinha algum truque ali. Ivna atenta como sempre ficou olhando tudo.

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