Começamos a espalhar cartazes, propaganda eleitoral dos Dragões Negros. Tinha sido ideia de Cecilia recordando os tempos em que divulgava peças de teatro com os pais. Não sabíamos desenhar bem e eles ficaram horríveis, os meus eu só escrevi "Dragões Negros" e "Votem" direta e simples. Algumas pessoas torciam o nariz pra mim, eu fingia não me importar e com ajuda de Emilian colava meus cartazes em muros e no quadro de avisos. Eu estava colando os últimos quando vi um sujeito arrancar um de meus cartazes, amassar e jogar no chão.
– Como assim seu poço de merda. – Gritei e o sujeito quase subiu em cima de si mesmo.
– Essa... É minha casa, não quero propaganda aqui.
Grudei nele e Emilian também.
– Mas precisava fazer assim com o cartaz?
– Essa casa nem é dele. – Disse uma velhinha e o canalha a encarou com raiva.
– Intrometida, ninguém te chamou na conversa.
Eu o segurei pela gola da camisa.
– Parece que temos um espertinho aqui Emilian.
Pegamos o malandro e grudamos os últimos cartazes nele, nas costas no peito, nas pernas e nos braços e fizemos ele ficar gritando o nome do nosso esquadrão. Emilian foi bem enfático com o que aconteceria se ele não obedecesse. Emil ria enquanto víamos o sujeito fazer a propaganda. Ivna apareceu acompanhada de Cecilia, elas pareciam tristes.
– Não tá sendo nada fácil. – Disse Ivna.
– Bando de bufões, Calhordas, mal intencionados. – Esbravejou Cecilia. – Imagina que nos rasgaram os cartazes.
– Homens de outros candidatos. – Disse Ivna. – Pitoresco Jim, Imanel e principalmente Jaspe.
Elas ouviram meu propagandista gritar o nome do nosso esquadrão para alguns sujeitos que passavam.
– Que é isso?
– Tentaram rasgar nossos cartazes também. – Respondi. Elas arregalaram os olhos e sorriram. – Acho que era homem de outro candidato, mas agora é nosso né Emil?
– Sim senhora.
Nós tentamos arrumar os cartazes das meninas, era só colar na parede como se fosse um quebra cabeças, estávamos conseguindo quando ouvimos confusão. Uma pequena multidão se formava mais abaixo na rua. Corremos e percebemos que se tratava de Sará.
– Esses Dragões são uma piada. – Disse um sujeito enorme.
Sará estava no chão e o povo murmurava, eu empurrei as pessoas abrindo espaço.
– O que houve aqui?
– Nada Plim, é só esse gordão. – Disse Sará levantando e limpando o sangue da boca. – Mas ele já vai cair.
Ivna e Cecilia seguraram Sará.
– Ele começa e não aguenta. – Disse o sujeito enorme e Jaspe estava do lado dele.
– Não aguentam nem o Carlito e querem proteger a cidade toda. – Disse Jaspe se afastando. – É mesmo uma piada, parem de arrumar confusão Dragõezinhos essa cidade é séria e não o parquinho de vocês.
Eles se afastaram e Sará ficou vermelho bufando de ódio.
– Desgraçado, ele que me provocou, rasgou o cartaz e chamou pra briga.
– Deixa ele. – Eu disse olhando a multidão que nos julgava. – Vamos cair fora daqui.
Voltamos pra nossa sede e todos estavam irritados, Sará xingava andando de um lado pro outro.
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Escama Negra
FantastikPlim é uma órfã de dezesseis anos que odeia seu nome e detesta crianças. Depois de perder um de seus olhos num ataque com bandidos ela decide participar de uma competição especial, conseguir um dos cobiçados itens mágicos e se tornar uma cavaleira a...