Ninguém conseguiu dormir bem e quando bateram na porta dizendo já estar na hora todos resmungaram. Emilian que passou a noite em claro esfregou os olhinhos e se esforçou pra sentar na cama. Sará xingou e não quis levantar, já Ivna estava arrumada e sentada numa cadeira com sua máscara na mão.
– Temos que ir Sará essa é a final. – Disse ela.
O garoto levantou da cama sorrindo, Cecilia ainda deitada observava o cigano.
– Final né? – Disse Sará cutucando Cecilia na barriga que começou a rir e se contorcer de cocegas. – Chega de dormir maninha, nós vamos nessa.
Me levantei de uma vez e fiz nosso ritual de sempre colocando minha mão no centro, Ivna levantou da cadeira e todos juntamos as mãos.
– Estão prontos?
Estavam.
Dessa vez a prova não seria nas minas e sim na arena. Pensamos que eles estavam querendo uma espécie de espetáculo, lotar as arquibancadas e fazer um tipo de festa, mas quando chegamos não ouvimos voz alguma e nem uma movimentação em direção a arena. Antes de atravessar o portão disseram que os capitães estavam reunidos para uma última reunião com os mestres. Olhei Ivna.
– Tome conta deles.
– Pode deixar.
Me despedi de todos e até Emilian foi separado de mim. Ajeitei minha camisa e respirei fundo, seguia o guarda que me guiava pensando em milhões de situações, agora era pra valer, tínhamos chegado até ali, estávamos na final. O guarda abriu uma porta e me deixou entrar desejando sorte aos Dragões, sorri e entrei. O lugar era uma sala ampla repleta de pessoas e pelo que percebia eram todos Capitães. Liandra e Marlon vieram em minha direção.
– Preciso de um pouco da sua calma Plim. – Sussurrou Liandra sorrindo.
– Não precisa não. Nesse momento estou tremendo por dentro.
– Nós vamos conseguir. – Encorajou Marlon sorrindo pra mim.
Vi Rodhir conversar com Bradir que me olhou e sorriu, eu cumprimentei com a cabeça lembrando da nossa dança e como aquilo parecia embaraçoso no momento. Joran assentiu pra mim com respeito e fiz o mesmo. Até Mateu me cumprimentou e fiquei com vontade de perguntar como estava Alana.
– O que estamos esperando? – Perguntei e Liandra abriu a boca pra responder, mas foi interrompida por um sujeito de barba e bem alto, ele tinha a pele queimada pelo sol e o reconheci; Brice, líder do esquadrão de Ramos e quando ele falou Liandra fechou a cara.
– Primeiro estávamos esperando você, querida. E agora aquela doidinha dos Cervos Branco. Eu tinha apostado que você seria a ultima a chegar sempre atrasada pra tudo.
– Ninguém perguntou nada. – Retrucou Liandra com um mau humor esquisito. – Ainda mais pra um vela negra.
– Entendi. – Disse Brice gargalhando. – Você é daquelas puritanas, me diga cabelo de fogo os vela negras já atacaram sua cidade natal ou coisa do tipo?
Liandra deu alguns passos na direção do sujeito e o encarou nos olhos.
– Coisa do tipo.
– Entendi.
Brice colocou a caneca na mesa e suspirou.
– Se quiser resolver isso em nome da sua cidade estou disposto a um duelo, mas saiba que não sou mais um pirata.
Liandra parecia querer aceitar e eu a segurei.
– É melhor termos calma. – Aconselhou Bradir. – Afinal teremos que trabalhar juntos nessa prova.
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Escama Negra
FantasiaPlim é uma órfã de dezesseis anos que odeia seu nome e detesta crianças. Depois de perder um de seus olhos num ataque com bandidos ela decide participar de uma competição especial, conseguir um dos cobiçados itens mágicos e se tornar uma cavaleira a...