Ver o jovem Will lutar pode ser uma experiência sem igual, e naquela tarde assistindo sua luta com Pelenbor percebi que realmente existiam alguns itens melhores do que os outros. Pelenbor, um elfo de quinhentos anos, estava ajoelhado na terra sorrindo com a boca manchada de sangue, Wiliam tinha um arranhão no rosto, um descuido do menino ao tentar dar um passo maior que a perna, mas fora isso estava intacto. Todos os outros enfrentavam Anduin que com sua lamina negra e gigante já tinha feito Thori de vitima e Marlon também, os dois estavam feridos, mas continuavam na briga. Sará com movimentos ágeis e muita resistência era o fronte do time, junto de Parrudo claro. Elen com suas laminas que caíam do céu vinha logo atrás sendo a maior causadora de dano até agora. Ela fizera todos estremecerem quando uma das espadas desceu do céu feito um cometa e quase atingiu Anduin. As armas desciam e subiam de volta aos céus, as vezes uma espada apenas vinha até as mãos de Elen e a elfa começava a lutar arremessava a arma e logo pegava outra que obediente descia ao seu encontro, tudo de forma orgânica e bela de se ver, uma luta para se lembrar, mas Anduin, mesmo enfrentando cinco, parecia estar em menos apuros do que o lendário elfo que tentava sozinho sobreviver as peripécias de um garotinho sorridente. William limpou o fio de sangue do rostinho, apontou pro mestre e disse:
– Agora eu vou lutar sério. Quero logo enfrentar o mestre Anduin, ele me enganou da ultima vez.
– Entendo. – Disse Pelenbor se levantando e batendo a poeira das roupas, um estrondo alto ecoou da outra parte da arena onde a luta com Anduin intensificava-se. – Eu não sou um bom desafio.
William ficou sem graça e até gaguejou tentando explicar que não era bem assim.
– Não meu jovem, tudo bem, já estou velho mesmo, poxa, quinhentos anos não é pra qualquer um.
– Verdade. – Concordou Will. – Mas o senhor tá muito bem pra esse tantão de anos.
– Obrigado. Mas eu vou lhe contar um segredo.
– Qual? – Perguntou Will sorridente e baixando a guarda.
– Não estou lutando sério, na verdade nem pretendia usar meu item aqui hoje.
– Puxa, por que não? Aposto que achou que eu não seria de nada, posso... Posso perguntar qual o seu item?
Pelenbor apontou para fora da arena, uma espada larga encostada no muro sob as sombras das arquibancadas.
– Mas como eu deixei ele fora da batalha não seria justo traze-lo pra cá agora. Vamos lutar assim mesmo ainda tenho uns truques.
William estava pensativo e imaginei que ele iria morder a isca. Bradir gritou para o garoto não vacilar e acabar logo com a luta, mas o menino não pareceu ouvir, ou pelo menos escolheu ignorar os conselhos de seu capitão.
– Tudo bem pode pegar. – Disse William sorrindo. – Quero uma luta justa meu senhor.
Pelenbor olhou para Pero Ponz e do outro lado Elen ainda enfrentando Anduin arregalou os olhos.
– Bom se o rapaz permite. – Disse Pero indo pegar a arma do mestre Pelenbor.
– O que tá fazendo Will? – Gritou Elen. – Não seja idiota ele...
Anduin avançou dizendo que o inimigo dela não era Pelenbor, de guarda baixa a elfa foi ferida de raspão no braço, e só não foi trucidada porque Parrudo e Sará estavam espertos e a protegeram, Sará usando sua agilidade tirou Elen do impacto maior do golpe e Parrudo com sua força agarrou a lamina gigantesca de Anduin, puxando com tudo, o jovem mestre de Evarti cambaleou para frente e Sará aproveitando a brecha correu pela lamina e disparou um chute no rosto de Anduin, mas o mestre defendeu com uma mão e a lamina se desmanchou numa poça de gosma negra. Sará sorriu.
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Escama Negra
FantasyPlim é uma órfã de dezesseis anos que odeia seu nome e detesta crianças. Depois de perder um de seus olhos num ataque com bandidos ela decide participar de uma competição especial, conseguir um dos cobiçados itens mágicos e se tornar uma cavaleira a...