Amor Bandido

78°

Morena

Tô encolhida no chão há cinco dias, mal consigo levantar, por isso, estou me segurando na parede pra ir até a bandeja que um vapor de Saulo trouxe, lá tinha mais ou menos, dois dedos de água e metade de um pão. Isso é a minha única refeição por dia.

Meu corpo inteiro dói, tô repleta de hematomas e minha lindíssima tcheca dói pra cacete.

Ouço a porta abrir e Jacaré entra com Jorginho atrás dele. Tento recuar mas os dois me puxam pra debaixo deles.

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Jacaré saiu mais cedo, mas Jorginho ainda tava ali, sem fazer nada, só ficava me olhando.

- onde a Nathalia foi? - perguntei em um fio de voz e ele me olhou.

- não te interessa! - falou grosso e eu comecei a vomitar.

Que merda, cara, só o que me faltava! Continuo a botar força pra vomitar, mas não saía nada, porque eu não tava comendo direito esses dias. Senti minha visão ficar turva e logo tudo apagou.

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- acorda, caralho! - Jorginho falou jogando um balde de água em mim. Abri os olhos e ele se sentou na cadeira de novo.

Minha barriga revirava sem parar e o corte na minha perna tenho certeza que pega uns seis a sete pontos.

Saulo entra na sala e manda Jorginho sair. Ele saí e Saulo me puxa pra cima pelo pescoço.

- suas horas estão acabando, é um aviso! - falou me levando até a parede. - você vai pagar por tudo que fez, por ter me feito de otário, por ter matado meus pais e por tentar me derrubar outras vezes. - falou me dando alguns tapas. - ninguém liga pra você, será que você já percebeu? Faz cinco dias que a gente te bate, te estupra e você só fica nesse canto aí, ninguém se quer tentou te tirar daqui, sabe por quê? Porque você não passa de um lixo, um objeto descartável pra todo mundo, as pessoas só te usam, LG te usou pra derrubar meus pais e você nem percebeu isso, de tão trouxa que é. Eu tenho pena de você sabia? Pena! - falou alto e eu cuspi no seu rosto. Ele começou a me bater muito, depois me olhou malicioso e eu neguei fraca. - acho que chegou minha vez. - falou abaixando as calças e vindo até mim.

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- agora, eu vou deixar você só um pouquinho, sabe por quê? Porque agora que eu experimentei, depois de uns anos e gostei, vou ficar vindo aqui algumas vezes. - falou me jogando no chão e saiu da sala.

Me sentei no chão, ouvi a porta bater, mordi o lábio interior, soltei um soluço e comecei a chorar.

Minha vida tá acabada, a vida do meu filho ou filha tá acabada. Nesses cinco dias, isso não tinha acontecido, mas hoje, desceu sangue de mim, e isso não é bom, já que eu tô grávida.

Digory Henrique

Hoje! Finalmente é hoje! Nessa madrugada, nós vamos ir pegar a Andressa. Já tá tudo certo, nós entramos, pegamos a ela e voltamos.

- desgraça, Isa, de novo! - Soph falou puxando ela pra o quarto.

Isa puxava o ar com força e tava se tremendo. Ansiedade deve ser uma merda. Olho no relógio e já é 3:30. Me levanto e vou rápido lá pra fora.