Minha cabeça girava, como se eu tivesse em um carrossel. Me espantei quando alguém puxa Digory para trás, dou um grito quando vejo o homem acordado.
Me encolhi mais na parede e fiquei vendo os dois no chão brigando.
Fiquei fitando o chão até sentir alguém me puxar para cima.
- Veste isso. - Digory falou tirando sua camisa. Vesti e fui caminhando devagar, minhas pernas tremiam, assim como todo o meu corpo. Mas o problema é que misturou bebida, cigarro e o susto.
- Me solta. - pedi quando Digory me pegou no colo.
- A não ser que você queira ir para casa se arrastando, esse é o único jeito de você chegar em lá. - falou me ajeitando. Eu não sei se é minhas pernas ou as mãos dele, mas eu tô escorregando o tempo todo. Passei minhas pernas pela sua cintura e me segurei em seu pescoço.
- Tá rindo de que? - perguntei quando ouvi sua risada.
- De nada. - respondeu, mesmo não estando vendo, eu sei que ele tava sorrindo.
- Então por que ta sorrindo? - perguntei e ele negou.
- Não tô sorrindo.
- Eu sei que tá. - afirmei e ele parou, levantei minha cabeça um pouco e vi que tava em frente minha casa.
- Cadê a chave? - perguntou e eu me lembrei que o Gusta pegou.
- Não tá comigo. - respondi. - Gusta pegou a chave da moto, e eu coloquei a da casa junto. - disse e ele bufa.
- E como ia entrar em casa? - perguntou e eu saí dos seus braços.
- Pulando o muro. - respondi e ele suspirou se sentando no chão. Ele me colocou do seu lado, se levantou e ficou em cima do muro, já que é baixo. - Não e se o homem voltar? Eu vou ficar sozinha aqui. - berrei e ele me olhou.
- Cara, eu tenho que abrir a porta. - falou ainda em cima do muro.
- E se o homem voltar? Eu vou tá sozinha e agora sim ele vai ter o que quer. - berrei de novo e ele suspirou descendo do muro.
- Agora como é que você vai entrar em casa? - perguntou e eu parei por um tempo, me lembrei que sempre deixo uma chave debaixo de uma pedra aqui fora. Coloquei minha mão na pedra e tirei de lá a chave, entreguei pra ele e continuei do jeito que tava. Ele abriu o portão e me pegou outra vez.
Digory destrancou a porta e entrou me levando.
Me segurei para não cair e Digory me colocou no sofá, ele voltou e encostou a porta, ele me pegou de novo e subiu as escadas, parou em frente o meu quarto e abriu a porta. Ele foi caminhando até o banheiro e eu segurei na porta.
- Você tem que banhar. - falou e eu neguei.
- Vai que você faça o que o homem lá fora não fez. - falei segurando mais forte.
- Cara, se tem uma coisa que eu nunca vou fazer com você é te estuprar. - falou e eu continuei me segurando. - Te deixo no box e você banha. - falou e eu pensei por um tempo, depois soltei a porta. Ele me colocou no box e ligou o chuveiro, depois saiu. Fiquei parada mas logo tomei meu banho e depois me enrolei na toalha. Saí do box e fiquei parada no tapete.
- Tá aí? - Digory perguntou batendo na porta, abri a porta e peguei um pijama no guarda-roupa, voltei para o banheiro e me vesti.
Saí e Digory tava em pé perto do guarda-roupa. Me deitei e me embrulho com o lençol. Digory abre a porta mas eu o chamo.
- Digory. - o chamo e ele olha. - Não vai.- pedi e ele sorriu de lado voltando.
- Vou pegar um remédio e ir banhar. - falou e eu assenti.
Ele saiu e eu me sentei na cama.
Não sei do que eu vou me arrepender mais amanhã, se é de ter bebido tanto, de ter entrado naquele beco, ou ter feito o que acabei de fazer. Mas beleza, agora eu tô loucona e não tem mais volta.
Coloquei as mãos na cabeça e fiquei pensando o que seria de mim uma hora dessas, se o cuzão não tivesse aparecido lá.
Tava tão perdida nos meus pensamentos que nem vi quando Digory entrou no quarto, se abaixou na minha frente e levantou minha cabeça.
- Você não pode ficar pensando nisso o tempo todo. - falou me dando um copo de água e um comprimido. Engoli o comprimido e tomei um gole de água. Ele se levantou e entrou no banheiro, eu continuei do jeito que tava, se eu me mexer, acho que é capaz de vomitar o piso do quarto todo. Fiquei mais um tempo daquele jeito e me ajeitei na cama, tava me embrulhando quando Digory sai do banheiro.
Ele se ajeitou e eu continuei do jeito que tava, Digory me puxou para seu peito e ficou mexendo no meu cabelo. Tava quase dormindo quando ele fala:
- Desculpa. - falou e eu o olhei.
- Pelo que? - perguntei voltando a olhar para a cama.
- Por tudo. - falou e parou por um tempo. - pelas coisas de anos atrás e pela atidudes de atualmente. - falou e suspirou. - Eu sei que foi errado o que eu fiz, naquela época, me arrependo daquilo. - falou e eu ri.
- Você sabe que quando eu acordar Não vou me lembrar de exatamente nada que tá acontecendo aqui né? - perguntei e ele assentiu. - Mas sabe, antes eu pensava nisso. Pensava assim "Eu sou uma mina mó firmeza, sou legal e caralho eu sou muito daora, não entendo como alguém me troca por uma desgraça chata daquelas. - falei e ele riu. - Mas aí eu me lembrei dos bilhões de pessoas que existem no mundo e me lembrei que alguém ia me valorizar, ao contrário de você. - falei e fiquei um tempo em silêncio. - Você sabe que amanhã quando eu acordar não vou me lembrar de nada que tá aconteceu aqui né? - perguntei e ele assentiu.
- Mas eu sim. - respondeu voltando a mexer no meu cabelo.
Não falamos mais nada e logo depois eu dormi.
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Amor Bandido
Teen FictionAUTORA: UMSER12 Quando LG (dono do Vidigal) morre e deixa como tarefa, Morena ensinar ao seu filho, Digory, que ele entregou pra irmã de sua esposa cuidar, como ele terá cuidar do morro agora. "Você desperta o pior de mim, e eu desperto o pior de v...