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- você não vai sair daqui, isso é um fato. - Juarez falou.

- vai me manter como prisioneira, Juarez? - perguntei e ele negou.

- tô te ajudando. - ele falou me dando uma M4 e uma mala.

- o que é isso? - perguntei e ele apontou pra mala.

- isso é o apagamento do seu trabalho. -falou e eu abri a mala, vi uma grande quantidade de dinheiro e olhei pra ele.

- e qual seria meu trabalho? - perguntei e ele pegou um papel.

- limpar a sujeira daqui. - falou apontando pra foto de um homem. - mata ele e esse dinheiro é todo seu. - falou e eu fiquei encarando ele.

- e se eu não fizer? - perguntei e Juarez sorriu.

- aquela tortura vai mais a fundo e você amanhece boiando em um lago qualquer, você ou o que restar de você. - falou com um sorriso de dar medo no rosto.

Acordei em um pulo, respirando rápido e suada. Levantei e fui pro banheiro, tomei banho, vesti uma lingerie preta, um vestido folgado e desci.

Fiz café, tomei e passei a mão pelo cabelo, peguei meu celular e fiquei olhando aquela foto, mesmo depois de anos, eu não me canso de ver ela. Meu celular tocou e vi o número da Laila.

Ligação 📞

- fala, vagabunda. - falei rindo.

- tu me respeita, cacetada.

- o que teve? Tu não é de ligar.

- tô aqui na entrada, mas não querem me deixar entrar.

- eu vou voar no pescoço de alguém já já. - ouvi Leila resmungar e eu ri.

- passa pra a pessoa que tá aí. - pedi e ouvi elas falarem alguma coisa.

- fala. - Digu falou, eu me levantei e fui lavar as louças.

- dá passagem pra elas aí. - pedi e ele bufou.

- chefe falou que nenhuma dessas suas amigas é pra entrar. - falou e eu ri meio nervosa.

- COMO É QUE É? - gritei desligando o celular.

Ligação 📞

Liguei pra Gusta e ele atendeu depois do segundo toque.

Ligação 📞

- fala.

- PASSA PRA O TEU AMIGO DIGORY.

- não grita, beleza?

- EU VOU GRITAR, GUSTAVO, AGORA PASSA ESSE CELULAR.

- o que é? - Digory perguntou calmo.

- VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FAZER ISSO CARALHO!

- por que não?

- POR QUÊ? AH VAI SE FODER.

- huum...não.

- POR QUE TU NÃO DEIXA ELAS ENTRAREM, CACETE?

- como você mesma disse que não vai medir esforços pra ficar com o João...

- ISSO NÃO TEM HAVER COM ELE PORRA.

- deixa eu terminar. Eu pesquisei sobre suas amiguinhas e elas não são flor que se cheire, então pra você não planejar qualquer coisa pra cima de mim depois, elas não entram aqui.

- não justifica.

- foda-se se não justifica, não sei de você se lembra, mas tá no meu morro, eu escolho quem entra, e elas não tão no grupinho de quem pode entrar.

Ligação 📞

Bati na mesa com força e deixei o celular na cozinha. O filho da puta ainda desligou na minha cara.

Levantei, calcei minha chinela e saí de casa.

- senhora, eu sou o pintor. - um homem falou.

- pode começar, já já eu volto. - falei descendo pra barreira.

Meu celular toca e eu atendo.

Ligação 📞

- a gente se encontra a noite, viu? - Laila falou.

- já tô indo aí.

- e eu tô entrando no meu apartamento.

- Aff, Laila.

- até a noite.

- até.

Ligação 📞

Subi pra casa, entro e o pintor tava abrindo algumas latas de tinta.

>>>

- Andressa. - Gio falou entrando em casa. Ainda não tinha visto ela.

Sorri indo até Gio, mas ela se afastou.

- por que você fez isso? - perguntou e eu a olhei. - você fez todo mundo sofrer esse tempo todo e depois aparece do nada. - falou alto. - você abandonou tudo, TUDO, pra depois de seis anos voltar e quebrar tudo que todos tinham construído! - falou alto e com uma voz de raiva.

- vocês que falaram que era bom eu fugir. - falei alto e ela negou.

- nós pedimos pra você SE AFASTAR POR UM TEMPO, PRA SUA PRÓPRIA SEGURANÇA, NÃO FUGIR E VOLTAR DEPOIS DE ANOS COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO! - gritou esperneando.

- EU NÃO TIVE CULPA, PORRA! - gritei e ela negou se aproximando.

- você tem culpa sim de ser a vadia sem sentimentos que abandonou os amigos, filho e noivo, depois fugiu sem deixar rastros. - falou com o dedo apontado pra mim e eu joguei minha mão no rosto dela.

- a única vadia sem sentimentos aqui é você, em falar isso sem saber o que aconteceu. - falei e ela me olhou com a mão no rosto, depois saiu batendo a porta.

Me sentei no sofá e passei a mão no cabelo, suspirei alto e fiz um coque desajeitado, fui pra cozinha e peguei um copo de água, bebi rápido e bati na bancada com força várias vezes.

Tô começando a achar que ninguém me quer de certo aqui.

Amor Bandido Onde histórias criam vida. Descubra agora