120°

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Já decidi, a história vai ter 140/150 capítulos. Muito? Sim, dá para diminuir? Não!

×××

Uma semana depois

Morena

Eu já tô bem melhor, o que não tá bem, é o Digory tá falando comigo desde o dia que eu fiquei doente. Digory é a pessoa mais bipolar que existe na face da terra, pô, uma hora ele tá todo derretido, outra tá dando mais patada que cavalo.

Saio dos meus pensamentos com Guimarães cheirando meu pescoço.

Pois é, a gente tá ficando.

- vai para o casamento do FP? - perguntei e ele assentiu.

- vou, pô, eu vim mais foi por isso e também para resolver esse bagui. - coçou a cabeça enquanto falava.

- ah. - falei o olhando.

- agora eu tenho que ir resolver uns negócios. - falou me beijando e depois saiu.

Me joguei no sofá e esperei o corno trazer o João. Eu acho que a Talitha tá de sacanagem, mas eu deixo em off né?

Ouço meu celular tocar e atendo.

Ligação 📞

- João não vai poder ir. - Digory falou.

- por quê?

- ele vai ensaiar para a entrada do casamento mais tarde.

- suave.

Ligação 📞

Puts, o casamento do FP é mais tarde e para variar eu tô atrasada pra ir no salão. Botei dinheiro e celular no bolso e desci o morro indo para o salão.

- bora, Suh. - falei me sentando em uma cadeira.

>>>

- valeu aí, Suh. - falei pagando ela.

- que isso. - ela fala e eu saio do salão.

Fiz depilação, hidratação, maquiagem e cabelo aqui na Suh. Vou subindo para casa, vejo uma coisa que me deixa puta e triste ao mesmo tempo. Peguei meu tênis, tirei e joguei bem nas costas de Gabriela, peguei outro e joguei na cabeça de Guimarães. Os dois se separaram e eu bati palmas rindo.

- deixa eu...- Guimarães pediu e eu fiz sinal de silêncio.

- eu vou me arrumar para o casamento de um dos meus melhores amigos que eu ganho mais, sabe, eu tô pouco me fudendo para isso, quem saiu perdendo foi você. - falei e Gabriela riu - e para você que se acha a última bolacha do pacote, como é ser o resto? - perguntei debochada para Gabriela e entrei na minha casa.

Tranquei a porta e fui vestir minha roupa, peguei meu vestido preto que eu comprei ontem para o casamento, vesti e calcei meu salto alto branco, fui no banheiro, retoquei meu batom e olhei no relógio, tô no horário.

Coloquei algumas jóias e desci, entrei no meu carro e fui para a igreja.


Estacionei o carro, saí dele e entrei na igreja, procurei um lugar onde o bonde estivesse, mas aí lembrei que todos iriam ser padrinhos e madrinhas. Me sentei no final da igreja e fiquei olhando as pessoas que estavam ali enquanto tava a hora de todos entrarem.

Digory Henrique

A mulher que tava com o microfone avisou para os padrinhos entrarem. Nos ajeitamos e começamos a entrar.

Olhei para as pessoas enquanto eu entrava com Talitha, atrás vinha Gusta e Soph, Luigi e Leila (que não iria participar, mas a prima da Késia que ia entrar com ele quebrou o pé) e logo atrás vinha Menor e Isa.

FP tava lá na frente com uma cara que dava até vontade de rir. Paramos perto do altar e logo a música da entrada para Késia entrar tocou. No último banco da igreja, Morena olhava bem para toda a igreja.

Morena


Me deu um certo aperto no coração, ver Luiz Felipe levar as alianças, Késia entrar na igreja e João e Luiz Fernando segurar seu véu.

Se eu não tivesse ficado presa na porra da Colômbia, eu teria me casado há seis anos atrás com a pessoa que eu quero para o resto da minha vida e não teria perdido a metade da infância do meu filho.

Fiquei olhando atentamente para toda a igreja, o padre já começou a cerimônia, parei meu olhar nos padrinhos e madrinhas, que conversavam, senti meus olhos arderem e saí da igreja. Olhei ao redor e não vi nada, a igreja é distante de tudo.

Digory Henrique

Fiquei pensando em como seria se a Morena não tivesse ficado na Colômbia, nós teríamos nos casados há seis anos, quando percebi, tava olhando para ela.

- tenho que te falar uma coisa. - Talitha falou - nós dois sabemos que isso que a gente tem foi só um tapa buraco, para nós dois. - ela fala e eu a olhei - eu tinha acabado de perder meus pais e meu noivo tinha viajado, Andressa tinha ido embora e você cuidava do João sozinho. Isso acabou fazendo nós dois não perceber que nenhum de nós queríamos isso, o nosso lance sempre foi amizade, nós dois sabemos disso, só nos confundimos. - fala olhando para Késia e FP - meu noivo voltou uma semana depois que a Andressa, eu sei que vocês se pegaram naquele galpão, porque eu tava na salinha das câmeras com Wesley, meu noivo. - falou e me olhou - nós reatamos o noivado, amanhã tô indo para Nova York com ele, agora corre que pelo que eu conheço na Andressa, ela finge que não quer, mas tá doida pra voltar. - falou sorrindo.

- eu...

- anda logo. - falou e eu corri para fora da igreja.

Morena

A igreja é no topo de uma serra, me encostei na grade que tinha ali e senti algumas lágrimas descerem.

Eu o perdi para sempre, tenho total certeza disso.

Às vezes eu queria sumir por um tempo, quando me lembro do que aconteceu.

Todos os meus amigos mudaram em relação a mim, EU mudei em relação a mim.

No dia em que matei Jorginho, percebi que as pessoas ficaram com medo de mim, pelo simples fato de não ter me controlado, por sorte, FP me deu um tranquilizante, porque eu iria matar um vapor achando que ele era o que iria estuprar uma menina um dia desses, sendo que o vapor que fez isso já tinha sido morto. Eu iria matar um inocente por conta dos surtos que Juarez me faz ter.

- Andressa. - ouço a voz familiar me chamar e me viro.

- que? - perguntei secando o rosto.

- eu sei que vacilei quando não quis te escutar, te julguei sem saber o que aconteceu e entre outras coisas, mas...eu me arrependo do que eu fiz, não só desse ano, mas de todo os dez anos que nós estamos perto um do outro. - Digory falou e eu o olhei - eu sei que você deve me odiar por ter te trocado por a Valéria, por ter feito você sair daqui e também por fazer você sofrer, mas me desculpa, cara, eu me arrependo tanto disso. - falou me olhando - se você quiser virar as costas e nunca mais me olhar, eu vou entender, eu faria isso de pudesse, mas...me perdoa. - pediu e eu corri até ele - a gente pode voltar, ou ser amigo, ou não ser porra nenhuma, mas me desculpa. Não, tira essa parte do não ser nada!

- a gente pode ser tudo! - falei e ele sorriu me beijando.

Amor Bandido Onde histórias criam vida. Descubra agora