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Aquelas palavras não saem da minha mente. Aquelas malditas palavras que Digory falou, fizeram total sentido agora. Eu fiz ele se tornar aquele desgraçado que não liga pra ninguém, foi eu... só eu.

Eu que fiz ele partir meu coração em mil pedaços há 3 anos, eu que fiz ele maltratar a Valéria nesse mesmo tempo, eu fui a culpada por isso.

- Mama, você tá bem? - Lari perguntou bocejando.

- Tô sim, meu amor. - respondi cobrindo ela com o lençol.

- Conta uma história pra mim. - pediu e eu sorri passando a mão em seu cabelo.

- Era uma vez, um ratinho, que vivia em um reino muito distante. - comecei e me abaixei do lado da sua cama - Esse ratinho tinha vários amiguinhos por perto, mas ele sempre se sentiu sozinho. - falei e ela fez uma cara surpresa. - Então o ratinho começou a procurar pessoas que tirassem essa solidão dele, quando ele estava voltando pra casa um dia, viu uma ratinha tentando fugir de uma gato malvado, e sabe o que o ratinho fez? - perguntei e ela negou quase fechando os olhos. - O ratinho ajudou a ratinha, e ele percebeu que ela era a peça que faltava no quebra-cabeça da sua vida. - falei parando de passar a mão em seu cabelo, quando vi que ela dormiu. Sorri e me levantei, fui para meu quarto e tranquei a porta. Neguei várias vezes e peguei uma toalha. Fiquei no banho mais ou menos uma hora, me enxuguei e saí do banheiro enrolada na toalha, peguei uma roupa qualquer, vesti e abri minha gaveta.

Neguei engolindo o choro e fechei a gaveta. Não posso fazer isso.

Abri a gaveta e peguei o necessário pra fazer uns 5 beck.

Peguei um litro de Smirnoff e meu narguilé também, me sentei no chão e vou ficar aqui por um bom tempo.

>>>

Minha visão tá embasada, minha cabeça gira, mas eu continuo a beber e fumar. Solto a fumaça pelo nariz e suspiro balanço a cabeça.

Minha visão só tá ficando pior, cada vez mais, vejo pela janela que o sol já tá quase aparecendo, encosto minha cabeça na parede e suspiro. Termino de beber outro litro de Smirnoff e acabo com o beck que eu tava.

Senti aos poucos, meus olhos se fechando, isso é tão bom, assim eu posso tá descansada mais tarde.

Gustavo

- Gusta. - Soph me chamou e eu a olhei. - A Andresa não atende o celular. - falou e eu peguei na mão dela.

- Ela tá zangada por ontem, só isso, mais tarde ela aparece aqui. - falei e ela assentiu.

Ouvi a campanha tocar e Soph foi atender.

- O que tá fazendo aqui, Lari? - Soph perguntou e Lari ficou pulando.

- Não vi a mamãe hoje, e a porta do quarto dela tá trancada, eu chamo mas ela não abre, aí eu não queria ficar em casa só. - Lari falou e o celular da Soph toca.

- Não vi, também... Lari tá aqui... Tá, também tô indo. - falou e desligou. - Luigi falou que tá indo lá. - falou me olhando.

- Tá, vamo logo. - falei me levantando.

Saímos de casa e fomos pra casa da Andressa, Luigi já tava na porta.

- Tio Luigi. - Lari falou abraçando ele.

Abri a porta e Soph correu lá pra cima, eu fui procurar a chave reserva. Abri a caixinha que fica na estante da sala e subi, ela pegou a chave, eu desci pra sala.

-O que você fez esse tempo todo, Lari? - perguntei vendo que já era 15:00.

- Eu assisti, comi e dormi. - falou ligando a televisão.

Ouvi o grito de Soph lá em cima e subi com Luigi.

Andressa tava no chão, rodeada de litros de bebidas, um narguilé e com um potinho pra colocar os cigarros.

- O que aconteceu? - Luigi perguntou se abaixando do lado de Andressa.

- Eu não sei, entrei aqui e ela tava desse jeito. - falou rápido e eu suspirei pegando Andressa.

- Vai ligando o carro, Luigi. - falei e ele logo saiu. - Soph coloca uma roupa dentro de uma bolsa e fica com a Lari. - falei e ela mexeu no guarda-roupa. Desci e Soph veio atrás com a bolsa, jogou dentro do carro e eu entrei com Andressa.

- Me liga quando chegar lá. - Soph falou e Luigi saiu rápido de lá.

O que você fez com você mesma Andressa.

Morena

Um tempo depois...

Me acordei com uma luz no meu rosto, fechei os olhos com força e demorei um pouco pra abrir de novo, eu acho que tô no postinho, porque é tudo branco e eu tô tomando soro na veia. Olhei para o lado e Gusta tava na poltrona, e Soph tava deitada em cima dele. Os dois dormiam. Olhei pela janela e vi que era de noite, alguém abre a porta com algumas coisas na mão.

- Já era hora. - Luigi falou deixando alguns cafézinhos na mesinha do quarto e me abraçou.

- Não grita, pelo amor de Deus. - pedi colocando uma mão na cabeça, já que a outra tava no soro.

- Andressa? Finalmente, cara. - Soph falou me abraçando.

- Por quantas horas eu dormi? - perguntei.

- Meu bem, desde ontem que você tá aí. - Soph falou e eu a olhei espantada.

- O que? - perguntei e ela se sentou de novo.

- A gente te encontrou ontem, no quarto, te levamos pro hospital e o médico nos disse que você entrou em coma alcoólico. - explicou e eu a olhei atentamente. - Depois ele falou também que você não tá se alimentando bem, e que não dorme também. - falou me olhando.

- Eu tô de boa. - respondi dando de ombros.

- Não tá e vai ficar aqui tomando soro pra melhorar. - avisou e eu suspirei.

- A gente já tava indo pegar suas coisas. - Luigi falou.

- Fica aí. - Soph falou e saiu do quarto com Gusta e Luigi.

Vou fingir que acredito que os três foram pegar minhas coisas, se fosse mesmo pra isso, tinha ido só um.

Amor Bandido Onde histórias criam vida. Descubra agora