CONTAGEM REGRESSIVA: TRÊS CAPÍTULOS PARA O FINAL DO LIVRO💔
×××
Olhei as pessoas que estavam no buffet, a festa da minha pequena tá um arraso.
Alguém entra na minha frente e sorri vendo que era João.
- cadê a Ana? - perguntei e João apontou com a cabeça para Leila e Luigi - o Jonathan?
- com tio FP e tia Késia.- respondeu e eu assenti.
- ele chorou? - perguntei e ele negou.
- tava dormindo. - respondeu olhando para frente.
- por que não tá brincando com os meninos? - perguntei e ele deu de ombros.
- ficar com minha mãe é melhor, sabe? - falou e eu o olhei rindo.
- o que você quer, João? - perguntei e ele deu de ombros.
- não quero nada. - respondeu e ouço uma voz familiar no microfone.
- primeiro, queria avisar que eu tentei fazer esse discurso trocentas vezes na minha mente, sempre deu na mesma coisa...mas o que vale é o que vem depois daqui. - Digory falou fazendo todo mundo olhar para ele - ainda me lembro daquele deboche em pessoa na porta da faculdade onde eu tava, dentro de um carro cantando Imprevisível, me lembro do dia do nosso aniversário, quando ela chegou na praia e quando meu parça atirado convidou ela pra balada de noite! - falou apontando pra Luigi, que riu negando - ainda lembro de ter feito uns paranauê com o carinha no prédio e depois me trazer para a tua casa, também me lembro de ir pra aquela casa de campo e passar meses lá. - falou e eu ri me sentando - também lembro de como te magoei e como voltamos. Lembro das risadas e das lágrimas daquele tempo, lembro também de quando você passou um tempo fora...
- LEMBRA DE COMO EU JUNTEI VOCÊS DE NOVO? - Tah gritou entrando no buffet com o marido dela.
- CACHORRA DO CÉU! - Soph gritou se jogando em cima de Talitha
- da licença vocês duas? - Digory falou e elas riram vindo até mim.
- anda que eu não vim de tão longe pra nada! - Tah falou me abraçando e eu ri.
- silêncio agora! Voltando, lembro de quando você voltou e de como a pessoa que acabou de me atrapalhar fazer a gente voltar. - falou e Talitha riu batendo na mão do João - lembro de cada detalhe desses doze anos que te conheço...já dizia Soph "foi cu doce por tanto tempo né?" - falou e todo mundo riu - mas já deu de tanta enrolação, então Andressa, sobe aqui? - pediu e eu me levantei limpando o rosto, subi no palco do buffet, Digory tirou alguma coisa do bolso e se ajoelhou me fazendo rir entre lágrimas - então Andressa Soares, quer deixar de cu doce e deixar eu colocar o Meirelles no teu nome? - perguntou, eu ri levantando ele e o beijando.
Todo mundo começou a gritar, mas o que se destacou foi os gritos da Soph e do João.
- ISSO É PRA PROVAR LUIGI, QUE EU NUNCA FUI PARANÓICA E QUE O QUE EU FALEI HÁ VÁRIOS ANOS ATRÁS ERA VERDADE! - Soph gritou.
- SÓ ESPERO NÃO TER MAIS IRMÃOS! - gritou João e eu ri.
>>>
- quero nem saber que tu tem medo de deixar teus filhos comigo, sua puta, vai passear que eu quero curtir meu afilhado. - Tah falou me empurrando e eu ri pegando minha bolsa.
- gente, são cinco da manhã! - falei e FP riu.
- vai logo, carniça! - FP falou me empurrando também e eu bufei.
- tá, tá, mas vocês cuidem deles viu? - avisei e todos assentiram.
Entrei no carro e Digory saiu de lá.
- para onde a gente tá indo? - perguntei vendo Digory sair do Vidigal.
- hum, pra um lugar. - respondeu óbvio e eu bati na perna dele - praia. - falou rindo.
- o que a gente vai fazer às cinco da manhã na praia? - perguntei e ele deu de ombros.
- você sempre quis ver o sol nascer na praia, não era?
- é, mas...
- sem esse "mas" aí, nosso filhos estão com nossos amigos e você sabe que nada vai acontecer! - falou e eu suspirei colocando a cabeça no vidro do carro - e aliás, os três estão dormindo.
- mesmo assim, eu me preocupo! - falei e ele riu.
- eu também, mas vamos esquecer pelo menos por dez minutos isso tudo. - pediu e eu assenti.
Digory parou o carro na praia, tirei meu sapato e saí do carro com ele.
Digory pegou na minha mão e fomos para a areia. Nos sentamos um do lado do outro perto de algumas pedras e fiquei olhando o mar com a cabeças encostada no ombro de Digory.
- uma vez, há muito tempo, quando a gente voltou depois de três anos, você tava deitada do meu lado dormindo e eu parei para pensar "como alguém conseguiu te deixar um dia? Como alguém pensou que estar com outra pessoa seria melhor que estar com você? Como alguém conseguiu te magoar?" Lembrei que já tinha feito tudo isso com você e cara...eu só tenho que te pedir desculpa por tudo que te fiz passar, foi tantos anos desgastantes...primeiro foi a Valéria e depois esse negócio de Dantas e Colômbia, caralho a gente nunca teve um momento suave, sempre teve alguém para nos atrapalhar confesso que dessa vez, eu tenho fé que vai dar certo. - ele falou.
- sabe, nem eu entendo motivo de tanto tempo assim...nesse vai e vem o tempo todo, mas, cacete foi os anos mais confusos e felizes da minha vida. Depois de passar por tanta coisa na infância e na adolescência, eu pensei que nunca iria encontrar a felicidade um dia e depois que o LG morreu, minha expectativa de felicidade algum dia, foram pra cova junto com ele. Mas quando eu vi aquela pasta, falando pra procurar por um filho desgraçado dele, eu fiquei puta, mas tão puta que só Gusta sabe o quanto eu fiquei zangada...e olha eu aqui! Quase treze anos depois de achar aquela pasta, noiva de novo, com três filhos e vários amigos ao meu redor. A felicidade...a minha felicidade tem nomes, endereços e idades diferentes, eu realmente nunca acreditei que esse dia pudesse chegar, mas olha aí, como o destino prega peças com a gente...quando eu parei de procurar, a felicidade apareceu na minha frente! Nesse tempo, aprendi que não se corre atrás das coisas muito cedo, tudo tem seu tempo, quando menos se espera, o que você tanto precisa aparece na sua vida, mostrando para você que não vale a pena desistir...que não vale se menosprezar porque seu amigo tem uma coisa e você não... tudo! Realmente tudo! Vem com o tempo...- falei já sentindo algumas lágrimas caírem, Digory não deixou eu terminar e me beijou.
O raio de sol bateu na gente e eu sorri juntando nossas testas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Bandido
Fiksi RemajaAUTORA: UMSER12 Quando LG (dono do Vidigal) morre e deixa como tarefa, Morena ensinar ao seu filho, Digory, que ele entregou pra irmã de sua esposa cuidar, como ele terá cuidar do morro agora. "Você desperta o pior de mim, e eu desperto o pior de v...