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Comecei a subir e vi algumas pessoas andarem para um direção só. Então deduzi ser aonde foi o tiro.

— O que aconteceu aqui? — perguntei quando vi uma mulher no chão e duas crianças perto dela e uma bebezinha no colo da garota maior.

— Ninguém sabe, o tiro veio lá de cima. — uma moradora respondeu, eu olhei para cima e vi Gustavo e Ronaldo

Eles saíram quando me viram, eu mordi meu lábio por dentro da boca e comecei a subir para onde eles foram.

—  POR QUE CARALHA TU FEZ AQUILO? — perguntei e Gustavo se virou.

— Que foi agora, Morena? — perguntou e eu o olhei.

— Eu que te pergunto, GC, o que foi agora? — perguntei e ele negou. — Por que você fez isso? — perguntei e ele negou.

— Tenho meus motivos. — falou e saiu.

— MOTIVOS PARA DEIXAR 3 CRIANÇAS SEM MÃE, GC? — perguntei puxando ele para me olhar.

— É, MOTIVO PARA TER MATADO AQUELA DESGRAÇADA E TER DEIXADO TRÊS FILHOS QUE NÃO TINHAM NADA HAVER COM AS PORCARIAS QUE ELA FAZIA COM ELES. — gritou se virando e eu o olhei.

— O QUE VOCÊ TÁ FALANDO, CARA? — perguntei e saí dali.

Ele me puxou e eu o olhei.

— Você acha mesmo que eu iria fazer isso sem motivo? Olha para a cara daquele menino e daquela menina e me diz do que você lembra. — falou apontando para elas.

— Isso não é justificativa, Gustavo. — falei e ele negou.

— A mulher nem tá morta. — falou e eu suspirei saindo de lá.

— Vem, vou tirar vocês daqui. — falei pegando na mão do menino, coloquei a bebezinha no meu colo e a garotinha veio atrás de mim.

Subi para minha casa e abri ela.

— Pode entrar. — falei e os dois entraram.

— A mamãe vai ficar bem? — o garoto perguntou e eu levei eles para a sala.

— Não sei. — falei e ele e a garotinha me olharam. — Pode sentar. — falei e os dois sentaram.

— Meu nome é Vanessa. — a garotinha falou e eu assenti.

— Meu nome é Nathan. — o garotinho falou e eu assenti de novo. — E o dela é Larissa. — falou apontando para a garotinha que dormia nos meus braços.

— Se vocês quiserem, podem dormir, se quiserem eu também faço comida. — falei e o Nathan negou.

— A gente já comeu. — ele falou e eu assenti.

— Querem dormir? — perguntei vendo Vanessa coçar os olhos.

— Sim. — os dois falaram e eu levantei com os dois atrás de mim.

— Podem se deitar aí. — falei abrindo a porta do meu quarto, os dois se deitaram e depois de um tempo dormiram.

Sorri vendo Larissa nas minhas pernas e me sentei na poltrona do meu quarto.

Ouvi a porta da frente bater e saí do quarto devagar.

— A mulher vai ficar bem, só desmaiou por causa do susto. — Digory falou com Bia e os dois se sentaram no sofá.

— Owt, tão fofinha. — Bia falou olhando Larissa.

>>>

— Dressa, uma tia deles vai ficar com eles por enquanto que a mãe tá no hospital. — Bia falou e uma mulher entrou na sala. As crianças se despediram de mim e saíram com a mulher que levou Larissa no carrinho.

Me joguei no sofá e Bia me olhou.

— Você vai hoje? — perguntou me olhando e eu assenti.

— Mais tarde. — falei me levantando.

— Valéria vai ficar na casa de uma tia. — falou me olhando e depois sorriu.

— Graças a Deus, não aguentava mais aquela frescura todo dia. — falei ligando a televisão.

— Mais chances pra Andressa Soares. — falou e eu neguei.

— Tô ficando velha, não louca. — falei e ela gargalhou.

— Nunca se sabe o dia de amanhã. — falou e eu neguei aumentando o volume da televisão.

>>>

— Ela é tipo aquela seda que salva
Tipo vinho seco que adoça a alma
Como aquela guerra que transmite calma
E o sorriso simples que merece palmas

É tipo a divisão de indecisões
O teor de uma erupção em emoções
E o caráter formado por ocasiões
E não vai ser moldado por opiniões

E o outro sou eu
O atribulado sou eu

Mas também vem da rua
Criado sem pai, pô!
Acho que foi isso que me deixou tão sagaz, ah
Provar minha conduta, ainda é cedo demais
Mas, se hoje eu tô na guerra
É porque amanhã quero paz

E no declive
Se não tiver equilíbrio, é queda livre
E tipo eu sou a bala, ela é o calibre, pá!
Eu procuro a guerra, ela decide
Se vamos guerrear

Ela é eclipse, eu sou quebrada
Eu sou formação marginal, ela é magistrada
Sou o maluco que pula de ponta da ponte
Ela é o horizonte, e nós juntos se torna estrada
Ela é o erro na medida exata
Ela é joia rara, mais que o ouro, mais que a prata

E esse sem camisa de Evoque e cordão
Que faz dessa avenida melhor emoção
É bem avançado, o bagui é bem avançado, pô!
Faço do meu desande minha direção
Se eu pedir pra ela por uma balaclava
Sabe o que ela vai dizer?
Dá nada!
E se eu pedir pra virar vinte madrugada
Sabe o que ela vai dizer?

Ela é tipo aquela seda que salva
Tipo vinho seco que adoça a alma
Como aquela guerra que transmite calma
E o sorriso simples que merece palmas. — cantei pegando a chave do carro e saí de casa.

Entrei no carro e saí de lá com Digory, que agora tá dirigindo.

— Todo dia você canta uma música diferente. — comenta saindo do Vidigal.

— É minha playlist. Fazer o que. — falei colocando o cinto.

Coloquei uma música qualquer e fiquei escutando.

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