Uma enfermeira me colocou no banheiro e Soph ficou na porta. Fiz xixi e levantei com dificuldade, me segurei na pia e me olhei no espelho grande que tinha ali.
Eu não era a mesma, eu tô psicologicamente e fisicamente acabada, estou magra, cheia de hematomas e todo o meu corpo dói. Eu não fui torturada só fisicamente, Saulo conseguiu me sentir um lixo toda vez que ele abria a boca, me fez lembrar de tudo que eu passei, e ele fez questão de detalhar tudo, eu vivia aquelas cenas mil vezes na minha mente.
- Andressa? - Soph me chamou batendo na porta.
- entra. - pedi e ela entrou.
- vem. - falou colocando meu braço no ombro dela, saímos do banheiro e me deitei na cama de novo. - descansa um pouco. - pediu e eu a olhei.
- eu dormi a manhã inteira. - falei e ela me olhou.
- é pro seu bem. - falou e eu assenti devagar.
- ajeita o travesseiro. - pedi e ela ajeitou. Soph se sentou na poltrona que tinha no quarto e eu senti meus olhos pesarem.
>>>
Acordei já tava a noite, olhei no quarto e Isa tava em um canto.
- você acordou. - falou sorrindo e veio até mim.
- por que todo mundo tá tão preocupado comigo? - perguntei e ela me olhou.
- porque a gente gosta de você, né! - falou óbvia e eu neguei.
- vocês tão me escondendo alguma coisa. - falei e ela suspirou.
- tá, eu vou te falar. - falou e eu a olhei. - você tem que ficar de repouso, não pode passar estresse, raiva ou fortes emoções, - explicou.
- por quê? - perguntei com medo da resposta.
- você corre risco de perder o bebê. - falou e eu a olhei. - mas não se preocupa, o médico já tá te cuidando. - falou e eu neguei.
- Isa, eu passei seis dias sendo violentada e espancada, cheguei no hospital e tive uma parada cardíaca, você tem certeza que me pediu pra não se preocupar? - perguntei e ela assentiu.
- eu sei que isso foi uma coisa estranha de te falar, mas é a verdade, se você se preocupam é pior. - falou e eu fiquei parada.
- cadê todo mundo? - perguntei olhando pra ela.
- Soph foi descansar, porque passou o dia aqui, Gusta ia ficar, mas Soph pediu pra ele ficar lá com ela. Luigi e FP estavam resolvendo algumas coisas. - falou e eu assenti.
- e o Digory? - perguntei e ela ficou em silêncio.
- ele até queria ficar aqui, mas eu falei "eu que vou ficar", aí ele falou "não vai não, eu que vou" aí eu fui e respondi "não vai, vocês dois só tão ficando, ela é sangue do meu sangue então eu vou ficar e ponto final" aí a gente começou a gritar um com o outro e o Luigi levou ele pra casa. - explicou e eu suspirei. - ah, cara, tá tudo dando errado, tá todo mundo zangado tá uma merda. Uma merda. - falou pausadamente o final - faz dias que eu não coloco o Marcelo pra dormir, mal vejo ele, e quando a gente se ver, eu passo mal e pra completar a desgraça, eu descobri que eu tenho a caralha de uma porra de crise de ansiedade. - falou e eu peguei na mão dela.
- vai pra casa, fica com teu filho, descansa e amanhã você vem, se tem uma coisa que eu não posso, é sair daqui. - falei e ela riu baixo. - vai lá, você também precisa descansar. - falei e ela assentiu.
- vou chamar alguém pra ficar com você. - falou saindo do quarto com o celular na mão.
Fiquei olhando como aquele quarto era entediante, Isa entra de novo e eu olhei pra ela.
- Digory tá vindo, o Mat tá lá fora me esperando, já vou indo, viu? - falou beijando minha cabeça. Assenti e ela saiu do quarto, não demorou um minuto Digory entrou.
- tá melhor? - perguntou e eu assenti. - foi uma pergunta besta, eu sei que você tá do mesmo jeito. - falou me dando um beijo na testa e eu sorri de lado. - é bom você descansar, não?
- acabei de acordar. - respondi e ele pegou na minha mão. - tô até com vontade de construir uma casa, não aguento mais ficar aqui.
- não faz nem um dia que você tá aqui! - falou e eu suspirei.
- mas parece uma eternidade. - falei e ele riu me dando um selinho.
- tá tarde. - falou olhando no relógio.
- pois dorme, eu não tô com sono, dormi a tarde inteira. - falei e ele ajeitou meu lençol.
- mas tem que descansar.
- tá, tá. - resmunguei e ele riu me dando um selinho.
- boa noite. - falou e eu assenti. - se precisar é só chamar. - falou se ajeitando na poltrona.
Fiquei olhando pra o teto e acabei dormindo de novo, deve ter sido o remédio que me deram de tarde, porque eu fiquei com tanto sono depois.
>>>
Acordei com alguém batendo na porta do quarto, logo depois Soph entra com uma bandeja.
- café da manhã, Andressão. - ela falou colocando a bandeja na cama.
Revirei os olhos e Digory riu.
- já começou. - falei e olhei pra bandeja. - a não, comida de hospital é tão ruim. - falei e Soph me olhou.
- vai comer do mesmo jeito. - ela falou rindo. - ah, e depois você tem que tomar esses dois comprimidos. - avisou se sentando na cama.
- isso daqui não dá pra matar um terço da minha fome. - falei e os dois riram. - eu não tô brincando! - falei e Soph negou
- então come isso e mais tarde come mais. - falou e eu neguei pegando um copo de suco.
- vocês querem? - perguntei e os dois negaram.
- você não vai escapar de comer essa comida, Andressa. - Digory falou e eu bufei.
- vocês dois são insuportáveis, misericórdia! - resmunguei comendo um pedaço de melão.
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Amor Bandido
Teen FictionAUTORA: UMSER12 Quando LG (dono do Vidigal) morre e deixa como tarefa, Morena ensinar ao seu filho, Digory, que ele entregou pra irmã de sua esposa cuidar, como ele terá cuidar do morro agora. "Você desperta o pior de mim, e eu desperto o pior de v...