Capítulo 8

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No dia seguinte pela manhã, Inês estava só, em casa por Constância estar em uma consulta com seu novo médico, que Victoriano no fim da noite que esteve com ela, pediu para as duas se consultarem com um especialista. Mas como a mãe, Inês escolheu que ela fosse, negando a ir. Ainda que no fundo, voltava a pensar no que Bernarda havia lhe falado, pois Victoriano levava a mãe dela em um dos melhores médico especialista do país com doenças relacionadas em transtornos mentais. E diante daquela generosidade, quebrando seu orgulho, Inês havia aceitado, por amor a sua mãe que sem aquele gesto nobre de Victoriano, ela sabia que sem ele não teria condições de dar um tratamento que ele estava disposto a dar a Constância. E por esse feito, Inês não tinha ideia de como podia agradece-lo pelo que fazia por ela. Pois era mais, muito mais do que compras de remédios que Victoriano, estava fazendo pela mãe dela.

E assim, sozinha, andando pela casa, Inês ouviu a campainha tocar. Ela colocou uma blusa de lã por cima do vestido que usava e foi abrir a porta. Mas quando abriu. Ela se surpreendeu, pois era Loreto na porta.

Fazia quase 3 meses que ela não via ele. E agora ele resolvia aparecer, mais robusto e vestido um pouco melhor do que ela lembrava.  E a vendo sem reação o olhando, Loreto disse com um largo sorriso.

- Loreto : Não vai me convidar para entrar, Inesita? Senti saudades.

Inês piscou várias vezes, ainda sem acreditar que via Loreto. Até que deu passagem a ele. Estava em choque e nervosa, porque tinha chegado o momento agora dela estar cara a cara com ele e finalmente terminariam o que tiveram .

Loreto olhava tudo ao seu redor. Realmente estava com saudades de Inês. Quando foi, tinha uma missão mas não sabia que demoraria muito para voltar. Ele precisava de dinheiro. Dinheiro suficiente para comprar uma casinha e um anel de compromisso para Inês. Mas quando chegou diante do seu “empregador” viram talento nele e não o deixaram ir até que quiseram. O que Loreto não se queixou pois havia aumentado um pouco o valor do dinheiro que queria em troca dos serviços que prestou.

E ele respirou puxando o ar sentindo o cheiro da casa de Inês. Era um cheiro familiar, de uma casa de família como a que ele queria fazer com ela. Pois ela para ele, era a única digna para ser a esposa dele e de suas ambições estarem aos pés dela.

E então, ele de frente para Inês. Sorriu e falou.

- Loreto : Quanto tempo, não é?

Inês tinha os braços cruzados e da forma que estava, ela tentava esconder a mão que tinha o anel de compromisso com Victoriano. Nervosa, ela só pensava em como iria começar contar a Loreto, que se apaixonou por outro em sua ausência. Havia desejado muito de início que começava a se entregar aos sentimentos que Victoriano começava despertar nela, aquele momento de frente com Loreto para lhe dizer a verdade e ser sincera. Mas agora temia a reação dele. Porque novamente agora o olhando nos olhos lhe vinha a vergonha. Estava noiva de Victoriano, do amigo dele. Como tinha sido capaz daquilo.

E então, baixinho ela começou a falar.

- Inês : Loreto, aconteceram algumas coisas durante esse tempo que não estava. Você sumiu. Não tinha notícias suas.

Loreto sorriu e levou as mãos ao lado dos braços de Inês. Os dias que ele esteve fora nada importava mais. Já tinha o que precisava para estar com ela. Tinha custado vários dias longe mesmo sabendo que Victoriano estava rondado, sua Inesita. Mas Loreto havia confiado na honestidade de Inês. De que nada aconteceria na ausência dele, por simplesmente ela ser quem era .

E assim ele a respondeu feliz.

- Loreto: Tive que ir. Mas estou de volta e trago boas notícias, Inesita. Além de algo para você.

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