Capítulo 72

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Olá!

Dentro do quarto de Constância, Inês já vestia um pijama de Cassandra. 

Já era tarde da noite quando ela resolveu deixar a caneca de chá que tomava, junto de seu celular, à cima da escrivaninha de Constância e caminhou até a cama a olhando dormir.

Em um suspiro baixo, lembrou que já tinha atualizações de Diana sobre a situação que a tinha deixado no hospital. Sua filha mais velha estava sendo seu braço direito àquela noite.
Diana tinha já posse de seu carro, e sabia que Carlos Manuel deixaria o hospital apenas com ferimentos artificiais. Parecia então, tudo calmo outra vez, ou só parecia quando ela olhava na cama Constância dormindo tão serena e alheia da problemática que ela se encontrava.
A luz do quarto se fazia apenas pela janela aberta, assim Inês podia ver Constância bem.  Longe de qualquer perigo que á noite oferecia para jovens como ela.

Inês então caminhou até a janela e fechou um lado da cortina, escurecendo mais o quarto, andou de volta até a cama, visando o lado ausente do corpo de Constância e se deitou com ela. A cama grande aconchegou bem as duas, e Inês decidiu deitar de lado para assim tocar em Constância enquanto ela dormia. Senti-la perto, era bom, senti-la mansa era melhor ainda. Pois não sabia como seria ao vê-la acordada pela manhã, não depois de como ela lhe havia falado ao telefone.
Inês suspirou, alisando um braço da filha, seria difícil conciliar o sono com tantas coisas na mente, e ainda tinha Victoriano quase ao lado delas ali depois do que ele tinha ousado fazer.

Longe dali.

Diana estava fazendo o que não esperava. Dividida entre o que deveria fazer e o que não queria fazer, estava no apartamento de Carlos Manuel. Era literalmente sua babá, ou talvez uma enfermeira. O viu passar pela porta de mãos na barriga e se sentar no sofá como sentisse dor pelo corpo todo. E ela apostava que era exatamente aquilo, afinal ele tinha levado uma sussurra e ela tinha testemunhado o ato.

Ela o mirou ainda da porta, o viu fechar os olhos quando jogou a cabeça no encosto do sofá e relaxou. Ela tinha nas mãos uma sacolinha. Tinham passado em uma farmácia e comprado os remédios recomendados pelo médico.

Diana então caminhou até a mesinha no centro da sala, deixou a sacolinha nela e disse:

- Diana: Já estou indo.

Carlos Manuel a olhou. Em outra ocasião, ofereceria algo a ela, até pediria que ela ficasse mais tempo se precisasse, mas se Diana não fosse Diana e se àquela visita não fosse praticamente um desencargo de consciência dela como ele julgava que estava sendo para ela.

Ele não tinha documentos nenhum, dinheiro, nem carro, muito menos celular mais, para poder ter voltado para casa sozinho, assim, Diana se viu sem escolha de fazer aquele favor penoso a ele. Isso julgava. Além do mais estava ficando muito claro que não estavam se suportando. Assim então ele a respondeu:

-Carlos Manuel: Obrigado pela ajuda. Agora já pode ir de consciência limpa, Diana.

Ele se esforçou para pegar a sacolinha de remédios, e gemeu no movimento. Diana bufou e pegou a sacolinha primeiro, dizendo:

-Diana: Onde fica sua cozinha? Vou pegar água e te dar os primeiros remédios da noite.

Carlos Manuel ficou de pé, querendo se mostrar vigorado e disse: 

- Carlos Manuel: Não precisa disso. E você, precisa ir embora. Sabemos que não quer estar aqui, além do mais já é tarde também. É perigoso que dirija a essa hora.

Ele andou para pegar os remédios, conseguiu e foi até a cozinha.  Diana o seguiu olhando tudo com olhares curiosos.

Depois mirou ele de costa. Ele estava sujo ainda e em roupas rasgadas. Ela cruzou os braços e disse determinada:

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