Quando Victoriano, saiu, a parteira com pressa, tirou sua capa de chuva, abriu sua malinha, pegou um incenso caseiro e deu para Adelaide e disse.
- X : Acenda isso, e espalhe a fumaça para os 4 cantos desse quarto.
Adelaide sem questionar a fé da mulher fez rapidamente o que ela mandava.
E a parteira se aproximou de Inês e disse.
- X: Vamos colocar essa menina pra fora, mulher.
Inês piscou sentindo que a senhora tocava nela . E ela disse, abatida.
- Inês : Tire ela de mim.
E a parteira entre as pernas de Inês, olhou a bebê coroando e disse com um riso.
- X : Vamos fazer força que ela sai.
Inês rapidamente fez que não com a cabeça e fechou as pernas, dizendo.
- Inês : Não. Não quero.
A parteira molhou as mãos lavando na água que viu na bacia e depois secou ela com uma toalha limpa que ela mesma tinha levado e disse.
- X :Não é seu querer e sim da menina. Vamos colocar ela pra fora .
E momento depois Inês fazia força, agarrada nas grades da cama, ela gritava tirando forças da onde não tinha para filha dela nascer. O que parecia, que isso nunca acontecia.
E embaixo na sala, Victoriano escutava Inês gritar . E ele se desesperava na companhia do capataz sentindo impotente naquele momento.
Enquanto no quarto de brinquedos, Cassandra brincava com uma jovem, que trabalhava na fazenda, Diana estava parada olhando para porta fechada só esperando o momento que viessem busca-la para ela ver a mãe.
E então vários minutos depois no quarto, a parteira pegava a filha de Inês nos braços. A menina não chorava, pequena e rochinha ela parecia que não tinha ar para respirar. E Adelaide, fez um sinal com as mãos como se tivesse rezando. E estava. Fazia uma prece por ver a recém nascida calada e roxa .
Enquanto Inês, olhava para o teto imóvel. Tinha passado por um parto que não superaria fácil. E agora estava ali só no corpo porque a mente dela se foi para um lugar longe dali.
E embaixo, por não ouvir mais nada, Victoriano subiu correndo. Quando entrou no quarto, viu Inês sobre a cama em volta de sangue e a parteira com a filha deles nas mãos. Parecia tudo em câmera lenta, o silêncio só na espera do choro da criança e a reação de Inês, alheia ao que acontecia . E então, ele disse com os olhos cheios de lágrimas.
- Victoriano : Deixe-me ver minha filha.
Só bastou ouvir a voz dele que foi reconhecida, que a bebê nos braços da parteira chorou alto. Desde das 24 semanas de gestação, um bebê é capaz de ouvir e reconhecer sons e vozes ainda dentro da barriga, e a linda menina que berrou chorando liberando a entrada de ar para seu pulmão, reconheceu a voz do pai dela.
E a parteira a entregou com um sorriso no rosto.
- X: Ela está bem, agora cuide da mãe dela.
Victoriano então, olhou para Inês. Ela tinha escutado o som da menina chorar o que a trouxe de volta para realidade. Mas virou o rosto logo em seguida para não olhar para ela que seguia nos braços de Victoriano.
E Victoriano olhou a menina, loirinha que tinha os olhos fechados e o rosto inchadinho. E emocionado ele disse, escolhendo ali o nome da filha deles.
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Amor Sem Medidas
FanfictieUm amor difícil de se encontrar em uma mulher, uma fidelidade difícil de ser ter vindo de um homem e um amor impossível de se medir entre eles. Esse é o amor que unirá, Victoriano Santos desde jovem, a simples e recatada, Inês Huerta, que por amor...