Capítulo 16

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E assim mais alguns dias, nada fácies passaram.


Na fazenda, Victoriano parecia vegetar na solidão que sentia sem Inês. Mesmo que estavam com ele todo tempo, Fernando, Vicente, Diana Maria e Bernarda prestando apoio. Mas nada bastava, nada o consolava. Ele queria Inês e chorava todo dia, não podendo nem dormir direito. Que mesmo que visitava, Inês,  por prescrições médica, ele não tinha ainda contato direto com ela. O que não o consolava nem um pouco. Por a ver muitas veze de longe, sentada no jardim daquela clínica que ela estava, em um banco e sempre ao lado uma enfermeira. Que olhando o nada, quase imóvel, Inês passava horas sentada no jardim e depois voltava para o quarto e era medicada.  Pois assim era a rotina dela.



E era a noite. E no dia seguinte, depois de mais de um mês, Inês estar internada, Victoriano seria liberado tentar conversar com ela, ter contato de verdade com ela.


E no escritório dele, ele bebia como estava tornando costume. Até que ele ouviu baterem na porta e avisarem que tinha visitas.


E não aceitando nenhuma, ele pediu para ir embora. Mas Vicente da porta entrou de mãos no bolso e disse, preocupado.


- Vicente: Não pode seguir assim.


Victoriano ouviu seu amigo falar. Bebeu todo o uísque do seu copo, e se servindo de mais da garrafa que estava na mesa dele, ele respondeu, Vicente.


- Victoriano: Faça um filho em Diana Maria, depois perca ele e depois a mãe dele . E então, pense se não tenho motivos pra ficar assim . Porque você no meu lugar, lhe garanto que ficaria igual ou pior, Vicente!


E ele virou o copo e Vicente, então respondeu, não tendo resposta exata para as palavras de seu amigo, mas expondo o que a pouco tinha acontecido.


- Vicente: Diana Elisa, faleceu.


Victoriano então se virou para ele. Ele lembrava, que Diana Elisa, a irmã gêmea de Diana Maria, estava grávida. Então ele disse com pesar na voz, tendo empatia com o que acontecia com seus amigos, mesmo que também sofresse.


- Victoriano: Eu sinto muito, Vicente. Mas e a criança, ela...


Vicente suspirou com pesar e completou as palavras de Victoriano .


- Vicente: A menina, está no hospital. Nasceu prematura. Mas está viva. É uma guerreira, nossa Diana.


E Victoriano, curioso perguntou.


- Victoriano: Diana?


Vicente assentiu, e explicou o porque a menina levaria o mesmo nome da mãe e tia.


- Vicente: Sim. Minha mulher, Diana Maria, está sofrendo com a perca de Diana Elisa. Ela perdeu sua outra Diana, sua irmã gêmea, Victoriano. E por isso escolheu o nome da menina, como o nome delas. Acho que essa é a forma que Diana Maria encontrou de não esquecer sua irmã.


E Victoriano suspirou sensibilizado com a situação. E disse.


- Victoriano: Isso realmente é muito triste. Diana Maria deve estar arrasada. Quando será o enterro? Quero deixar minhas condolências.


Vicente andou e sentou no sofá do escritório de Victoriano, e depois de passar a mão na cabeça, ele o respondeu.


- Vicente: Amanhã. Vê que dias sombrios estão acontecendo?


Victoriano deu as costas para Vicente outra vez. Encheu mais seu copo de bebida. E daquela forma ele o respondeu.


- Victoriano : Estou sentindo esses dias, mais do que ninguém, Vicente.



Victoriano, voltou a beber levando o copo na sua boca . E Vicente disse, sentindo que precisava um pouco de bebida também.


- Vicente: Será que posso beber com você, também ?


Victoriano assentiu com a cabeça, pegou o outro copo e serviu a bebida pra Vicente, e deu a ele logo depois. E juntos, sentados no sofá, ficaram bebendo.


E no dia seguinte pela manhã.


Adelaide, depois de ter servido a mesa do café da manhã foi para o quarto dela, e quando viu, tinha duas malas dela sobre a cama. E ela parou no meio do quarto olhando, até que ouviu a voz de Bernarda atrás dela dizer.

- Bernarda :Agora que a louca da Inês está aonde sempre devia estar . Já pode pegar suas coisas e ir embora.


E Adelaide respirou fundo e se virou para Bernarda. Ela via que Bernarda estava sentindo muito a dona da fazenda. E então ela disse, sem medo e desejando com ânsias o regresso de Inês .


- Adelaide: Inês, vai ficar bem. E vai tomar o posto dela que quer roubar, Bernarda!

Bernarda revirou os olhos e disse, não se importando nem um pouco com as palavras da empregada .


- Bernarda: Inês enlouqueceu como a mãe dela. Ela não vai voltar. E agora pegue suas coisas e rua!

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