Haviam se passado dois anos. Dois anos que Victoriano e Inês viviam uma vida de casados. E entre esse tempo, algumas coisas haviam mudado.
Ele, administrava com habilidade e mãos de ferro a empresa de laticínios deixada em total confiança por Fernando, na mão de seu único filho, que por sinal o senhor seguia vivendo com Bernarda em Barcelona e longe da fazenda, que já não tinha o nome Santos, e sim Morenita, que Victoriano, tinha dado essa surpresa pra Inês, no primeiro ano de casamento deles . E assim, Fernando, mesmo que não morasse mais na fazenda, já tinha visitado suas antigas terras que seguiam prósperas assim como os negócios na empresa, sanclat.
E ela, Inês. Estava mais culta, madura e já com 20 anos, era toda uma mulher que, Victoriano tinha moldado nos braços dele. Mas ainda que o casamento deles, seguia cheio de amor e paixão, ainda faltava algo para completar a felicidade do casal, que ainda estavam em sua boda de algodão que faziam naqueles dois anos de união. Faltava o fruto do amor deles, o filho homem que tanto Victoriano queria e que Fernando estava cansado de esperar aquele neto herdeiro chegar.
Mas aquela espera, não era tão dramática para aqueles dois homens esperar como estava sendo para Inês. Que já não tinha cara de encarar seu sogro nos olhos e vê-lo envelhecer cada dia mais, e ainda ela não fazê-lo avô daquele menino que ele tanto queria. Abalada cada dia mais com aquela infertilidade não diagnosticada, por um especialista, que já disse ao casal, que não havia nenhum problema para Inês ser mãe. O que fazia ela não entender do porque todo aquele tempo fazendo amor com Victoriano sem usar nenhum método contraceptivo, ainda não havia engravidado. E por isso, chorar escondido tinha se tornado rotina para Inês . Chorar por se sentir pouca mulher para ser mãe e realizar o sonho de seu marido e sogro, era uma rotina que Inês tinha apreendido a lidar e a esconder que estava lhe fazendo mais mal do que ela mostrava .
E aquele momento, estava ela vendo o resultado de um teste de farmácia depois de fazê-lo como devia.
Estava em pé, sobre o balcão da pia do banheiro do quarto dela e de Victoriano, enquanto segurava o teste . Negativo mais uma vez era o resultado. Descalça no chão e vestindo um pijama baby doll branco, Inês chorava sem entender porque não engravidava.
Pois a vida sexual dela, era tão ativa dentro daqueles dois anos que ela poderia já estar no seu 5° filho se quisesse. Mas ela e Victoriano nem tinham o primeiro.
- Victoriano: Inês, querida. Aonde está?
Do banheiro, Inês ouviu aquela voz de Victoriano grossa chama-la. Era noite, e ele regressava para o quarto para dormir depois de ter atendido ao chamado de um de seus capataz. Inês então rápido, puxou a primeira gaveta do balcão da pia e jogou o teste dentro. Se olhou no espelho limpando as lágrimas, mexeu nos cabelos e saiu de dentro do banheiro fingindo estar bem.
E ao lado da cama ela viu, Victoriano em pé, ele tirava o roupão preto que cobria seu pijama do seu corpo, pronto para se deitar. O dia tinha sido longo e Victoriano, só queria abraçar sua mulher e dormir toda a noite com ela.
E quando sentiu a presença de Inês, Victoriano se virou para olha -lá, sorriu e depois a despiu com os olhos. E pensou que talvez faria amor com ela primeiro e depois dormiriam.
- Victoriano: Um cavalo nosso fugiu e atravessou nossas terras, Inês. E como está a noite, não iremos achar esse danado até o dia clarear. Mas amanhã quero encontrar ele e quem foi que facilitou essa fuga .
Ele disse rápido suas palavras, indo até Inês que não o olhava nos olhos, e assim ele voltou a falar pegando nos lados dos braços dela.
- Victoriano: Como está? Passou o dia, bem Morenita?
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Amor Sem Medidas
Hayran KurguUm amor difícil de se encontrar em uma mulher, uma fidelidade difícil de ser ter vindo de um homem e um amor impossível de se medir entre eles. Esse é o amor que unirá, Victoriano Santos desde jovem, a simples e recatada, Inês Huerta, que por amor...