Capítulo 25

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Enquanto no quarto de Constância.  Ela estava sentada sobre a mesinha que ela estudava. Na mesinha tinha o caderno dela, que ela fazia de diário e nele ela escrevia com raiva seus dramas adolescentes que vivia no ensino médio, mas que também podiam ser tóxicos a ela que já tinha problemas com a mãe em casa.  E então ela ouviu alguém bater na porta e disse desanimada.

- Constância : Não vou descer. Seja quem for, vá embora.

Era Inês que estava do outro lado da porta . Quando saiu do quarto voltou para trás alguns passos, suspirou já de frente para o quarto de Constância e bateu quando viu que estava de chaves. E então ela disse, depois de ouvi-la.


- Inês : É a sua mãe, Constância. Abre pra mim.

Constância parou por um tempo olhando a porta. Inês costumava mais cruzar o quarto dela quando ela já dormia e quando fazia as visitas dela como aquelas, eram breves como que se não suportasse ficar sozinha com ela. Então Constância se levantou rápido e abriu a porta.

Inês buscou os olhos verdes da filha, e mexeu no cabelo nervosa para depois dizer.

- Inês : Será que posso entrar ou vai me deixar na porta?

Constância puxou o ar do peito sentindo o cheiro de Inês e não era exatamente o cheiro do perfume, era o de mãe, que não importasse a idade que o filho tinha, quando era afagado no peito de uma mãe, aquele cheiro trazia sempre consolo em meio às dores ou fora delas, mas que com certeza trazia paz em qualquer situação. E um afago desses foi que pela noite Constância tinha recebido de Inês. Adormecer novamente enquanto sentia o cheiro de Inês perto dela, fez o sono de Constância voltar mais rápido e ser tranquilo, mas como sempre, ela tinha deixado o quarto antes dela acordar. E então com raiva, Constância cuspiu, dizendo.

- Constância : Só vem no meu quarto quando já estou dormindo e nem me espera acordar para deixá-lo, ou se quer tenta me acordar para conversarmos. Então o que quer?

Inês abriu a boca mas rápido a fechou. Sabia que Constância, apesar de muitas vezes fazer o maior silêncio possível para não ser surpreendida por ela, tinha vezes como na noite passada que a presença dela era notada. Que mesmo assim, ela não queria deixar de estar no quarto da filha sempre quando sentisse que precisava velar o sono dela, de estar com ela. Ter Constância tão perto pelo menos daquela forma, aonde no silêncio da noite o que regia sem culpas os pensamentos de Inês, era o amor, a necessidade de querer estar com ela ali no silêncio da noite, fazia ela pensar que Constância ainda fosse um bebê indefeso outra vez e que precisava dela, e que pelo menos ela podia estar naqueles momentos com ela.  E então baixo demais, Inês perguntou temorosa que sua entrada no quarto de Constância pelas noites fossem proibidas. 

- Inês : Quer que eu pare? Quer eu pare de vim ao seu quarto enquanto dorme?

E Constância sentiu se desesperar em só pensar que não poderia ter mais pelos menos, Inês daquele modo com ela que era o mais próximo que conseguiam estar e se sentirem melhor. Constância só queria ter mais depois de surpreende-la no quarto dela. Uma conversa, um gesto de carinho, uma amostra de preocupação. Algo que não fosse com ela dormindo. E então ela cruzou os braços dela e exigiu de bochechas rosadas, quase chorando.

- Constância: Não! Eu quero que tenha o valor de vim ao meu quarto pelo dia também, quando estou acordada, que converse comigo como faz com minhas irmãs! É tão diferente comigo mamãe!

Inês não segurou a lágrima que desceu, vendo sua filha também derramar algumas. E via que estava fazendo realmente mal a ela e não era a primeira vez.  E então, ela disse de voz embargada.

- Inês : Meu amor.

Inês tocou o rosto de Constância vendo ela chorar, e ela fechou os olhos querendo mais daquele toque. E então baixo Inês voltou a dizer por estar ainda na porta do quarto dela.

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