Minha Mente Está Me Sabotando. Certeza!

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POV Camila

Quando finalmente termino de falar tudo que aconteceu, Tatiana fala algumas coisas sobre me fazer acreditar que eu não tenho culpa do que houve. Internamente, debocho do que ela diz. É claro que eu tenho culpa. Toda a merda que aconteceu na minha família É minha culpa. Mas tenho que pelo menos começar a fingir que estou bem ou, pelo menos, melhorando. Então não falo nada, apenas vejo ela dispensar todos. Demoro um pouco para entender que a consulta havia acabado e logo saio correndo pela porta e me jogo nos braços de Dinah que parecia estar preparada para me receber, pois logo me envolve forte em seus braços.

-Me tira daqui, DJ. - É tudo que consigo falar com a voz abafada em seu pescoço.

Logo ela me tira de lá, me guiando pelos corredores até sairmos do hospital e chegarmos no meu carro. Ela só me solta para me acomodar no banco do passageiro e corre dando a volta para me levar embora.

Sigo o caminho todo calada e chorando, lembrando da imagem do meu pai morto, com os olhos em minha direção. DJ não fala nada e logo estaciona na frente de sua casa. Ao perceber que não estou em minha casa, a encaro com um ponto de interrogação.

-Nem olha para mim assim. Até parece que eu ia te deixar em casa sozinha com sua mãe com você nesse estado. - Ia abrir a boca para contestar, mas me interrompe antes mesmo de eu começar. - Negativo, nem abre essa boca pra retrucar. Você vai dormir aqui hoje e a Sofi também. Mais tarde ela chega com suas coisas pra ir pra escola amanhã.

Assim que entro na casa de Dinah, os braços de Tia Milika me envolvem num abraço apertado, deixando vários beijos pelo meu cabelo.

-Vai tomar um banho, menina. Pra se acalmar. Quando a janta ficar pronta, eu chamo vocês! - Disse deixando um último beijo em meu cabelo e, então, sinto a mão de Dinah me guiando para seu quarto.

Sigo direto para seu banheiro e tiro minha roupa, deixando no chão de qualquer jeito e entro no box. Logo Dinah entra no banheiro, deixando sobre a pia um pijama e uma toalha para mim e se retira, me deixando sozinha.

Deixo a água escorrer, relaxando meus músculos e me acalmando. Tento parar de pensar em toda essa merda e, quando procuro alguma coisa boa na minha mente, só me vem aquela menina de olhos verdes. Qual o nome dela? Laura? Lana? Lianne?

Merda! O que essa menina veio fazer na minha cabeça? Para de pensar nela, Camila! Não importa o nome dela, ela jamais olharia para você, ainda mais depois de tudo que você falou. Ela deve estar com nojo de você ou, no mínimo, te achando patética. E ela, provavelmente, deve ser hétero. Aff... Mas é tão linda! Quando ela falou, então? A merda de um choque correu todo meu corpo com aquela voz rouca e me deixou tão atordoada que nem consegui prestar atenção no que ela dizia.

Merda, Camila. Para com isso! Ela é só alguém hétero que está no mesmo grupo que você. Só. Apenas. Agora você vai sair desse banho, se vestir, tentar comer algo sem alguém ter que mandar e vai dormir.

Saio do banho, me seco e me visto. Me dirijo até o quarto de Dinah e me jogo em sua cama, ao seu lado, enquanto ela mexe no celular. Ela está de barriga para cima e eu deito virada para ela e a agarro, cercando sua cintura com meu braço, jogando minha perna sobre ela e afundando meu rosto entre seu braço e o colchão.

Sinto ela se movendo em meu aperto e sua mão começa a acariciar meu braço.

-Quer conversar, Mila? - Mexo minha cabeça negativamente. - Fala comigo. Foi tão ruim assim? - Faço que sim com minha cabeça, ainda sem tirar meu rosto do buraco que fiz. E ela gira o corpo, ficando de frente para mim e passando seu braço sobre minha cintura e outro por baixo de minha cabeça, afundando meu rosto da curvatura do seu pescoço. - Oh, minha tanajurinha. Eu nem imagino como você está, mas você não tá sozinha, bunduda.

Voltando a ViverOnde histórias criam vida. Descubra agora