O dia que finalmente falei

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POV Lauren

-É a mesma pessoa? - Minha mãe pergunta e eu aceno.

-Tá dizendo que sabe que fui eu que tentei ligar. Mas como? Ela teria que ter o seu número pra saber que sou eu. Ou seja, é alguém que você também conhece!

-Pode ser. Você vai responder? - Fico olhando para ela, sem saber o que dizer. - Posso dar um conselho? - Assinto e ela continua. - Lauren, não importa quem manda essas mensagens, você tem outro assunto para resolver agora: Camila. Você precisa conversar com ela, nem que seja pra encerrar isso. Essas mensagens podem esperar! Agora vamos comer algo, já tive muita preocupação com sua saúde ultimamente, não quero mais uma.

Sai do meu quarto em seguida, me deixando com a cabeça rodando. O que raios eu devo fazer? Não é como se eu pudesse chegar nela e dizer: "Me tira uma dúvida: você fugiu de mim por eu ter um pênis?"

Deixo meu celular em cima da cama e vou para a cozinha, tomar minha caneca de café matinal e vejo que minha mãe fez pão recheado, me sirvo de um pedaço e fico no balcão da cozinha.

Como lentamente, pensando em que raios vou fazer com Camila. Pensamentos entre "deixar para lá e esquecer" e "ir atrás e tentar conquistar ela" estão me deixando louca. Sério!

Termino de comer e vou para meu quarto, me jogando na minha amada cama. Pego o celular e, por incrível que pareça, não tem nenhuma mensagem. Não sei se agradeço ou se fico magoada com o sumiço da pessoa.

Fico relendo várias vezes todas mensagens, até decorar cada linha. Ao mesmo tempo, minha cabeça vai atrás de certa latina que não me deixa em paz. Ela e a irmã parecem tão legais, será que ela fugiria de mim por causa dele? Se não é isso, qual outra razão? Ela pode não gostar de garotas, Lauren! Mas então agiu daquela forma quando eu estava mal apenas por educação? Não tem sentido!

As horas passam voando e, quando olho a hora, vejo que ela já deve estar chegando em casa. Movida por uma coragem que não sei de onde saiu, me levanto, visto aquela merda de compressor, coloco uma saia soltinha e uma camiseta escura, visto meus coturnos e desço as escadas.

-Mãe? Me empresta a chave do carro? - Ela olha para mim com a sobrancelha arqueada e eu apenas dou de ombros. Ela apenas aponta para o aparador, onde a chave estava. - Obrigada.

Acelero os passos com pressa, preciso ir lá antes que eu perca a coragem. Eu só não sei uma coisa: O que fazer quando chegar lá. Mas isso é o de menos... Né? Bom, isso vai ter que bastar!

Entro no carro e lembro que eu simplesmente não sei o endereço dela. Pego meu celular e ligo para o meu irmão que estranha minha pergunta, mas diz o endereço. Com o coração acelerado e as mãos suando frio, dirijo pelas ruas até a casa que não é muito longe da minha, mas que parece ser em outro país.

Paro o carro na frente daquela casa e vejo um carro parado na garagem. Saio do carro, sentindo um impulso de voltar para o banco e dirigir até minha casa e me esconder sob as cobertas.

Para, Lauren. Deixa de ser frouxa! Vai até lá e toca a campainha!

Tremendo inteira feito gelatina, aperto aquele botão e, quase no mesmo segundo, meu celular apita.

~Pessoa Irritante: Sabia q é falta d educação n responder uma pergunta?

Bufo irritada e arrisco uma ligação do meu celular mesmo, já que paciência é algo que está realmente em falta no meu estoque. Mas a porta é aberta e vejo Camila e, por um instante me perco nos seus olhos castanhos, mas logo saio do transe, quando ouço um toque de celular e vejo o aparelho na mão de Camila. Com meu nome. E eu estou ligando para a pessoa das mensagens. Olho para minha mão para confirmar o número e volto a olhar a mão de Camila que está travada e com um olhar assustado. É ela. Ela mandou as mensagens!

Voltando a ViverOnde histórias criam vida. Descubra agora