Ressurgindo

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POV Camila

-Alô?

-Olá, Kaki? Sentindo minha falta? - Ouço aquela voz que habita os meus piores pesadelos. Sua fala enrolada mostra seu grau de bebedeira.

NÃO! Essa maldita não vai me deixar em paz? Disfarçadamente, eu me afasto de Lauren, seguindo meu caminho, mesmo ela estranhando minha atitude, ela segue para o caminho que ela deve ir.

-Eu quero conversar com você. Você, como uma boa menina que eu sei que você não é, vai me obedecer e escutar cada palavra. Eu quero me acertar com você, Kaki. Hoje. Você vai vir aqui em casa, sozinha, e vamos nos acertar. Se você não vier, alguém muito próximo da sua namoradinha vai se machucar. Você não quer que mais ninguém machuque por sua causa, não é, Kaki?

Merda! Ela está com a Taylor!

-Onde você tá? - É tudo que consigo dizer com o nó que se forma na minha garganta.

-Sabia que você não ia querer machucar sua namoradinha! Mas seu pai, tudo bem você matar, não é Kaki?

-Você quer me ver, me diz onde. - Trinco meu maxilar.

-Para o bem da sua cunhadinha, espero que venha sozinha! Antes de chegar naquela colina onde eu sei que vocês sabem que a sua cunhadinha estava, tem uma rua que vira à esquerda. Você vai ver uma casa amarela e branca quase no meio da rua. Eu vou saber se você vier sozinha. Tic Tac, Kaki!

E silêncio.

Essa merda só está acontecendo com os Jauregui por minha causa, mesmo quando eu não faço nada, eu fodo com tudo.

Para, Karla Camila. Agora você tem que ir ajeitar essa merda toda!

Sem saber direito o que pensar e apenas torcendo para que Taylor esteja bem, acelero o passo, já que Mani saiu com meu carro.

Assim que chego na rua que ela falou, percebo que todas as casas daquela rua são novas, completamente diferentes do que eu esperava. Entretanto, todas parecem vazias. Só parecem, pois uma eu sei que está ocupada.

Passo por casas com fachadas laranjas, rosas, lilás... Mas logo vejo uma única com a fachada amarela e branca. Sugo o ar com força e me aproximo da porta, mas antes que eu pudesse bater, a porta se abre, mostrando uma Taylor apavorada, descabelada e tremendo.

-Vai embora, você não tem que estar aqui! - Digo para minha cunhada.

-Ainda não, Kaki! - Ouço a voz daquela mulher que já chamei de mãe. - Quero conversar com você antes de deixar essa vadiazinha livre. Entra!

Eu entro e vejo a parte interna da casa que possui móveis novos, com uma decoração moderna. E rapidamente a porta se fecha, nos enclausurando lá dentro e exibindo Sinuhe com um pedaço de madeira grande em uma mão e, na outra, uma… Arma?

Automaticamente, jogo Taylor para trás de mim, usando meu corpo de barreira entre as duas e ouço uma risada ácida saindo daquela boca que emana alcoól.

-Se eu quisesse machucar ela, eu já teria feito há algum tempo, Kaki!

-Eu já tô aqui. Ela não tem nada com isso, deixa ela ir embora!

-A família dela toda é culpada! Por sua causa, eles estão roubando MINHA Sofi.

-Ela não é sua, você perdeu ela e a culpa é toda sua. Você afastou ela.

-Você fez a cabeça dela, sua assassina! - Ela se enfurece, fechando o rosto e trincando o maxilar, numa careta que deveria ser feroz, mas é só patética. Aliás, seria patética, se ela não tivesse uma arma apontando para gente. - Você vai pagar por ter afastado a única coisa boa que ficou depois que você matou seu pai! - Ela dá um passo para frente e eu, um passo para trás, empurrando Taylor junto comigo. - Mas antes, Kaki, vamos ter uma conversinha! Você vai amarrar a irmãzinha daquela sapatão. - Ela diz, apontando uma cadeira, onde tem alguns pedaços de corda. - Vai logo, seu monstro! Vai ou ela que vai pagar pela sua rebeldia.

Voltando a ViverOnde histórias criam vida. Descubra agora