(18) - Limiar

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 "Ayldânam, a original tribo dos adoradores dos bosques, é a maior metrópole nórdica, porém sua influência é inferior ante a imagem de Aylentar ou Arutama. Os cânticos ressaltam como este foi o berço de Nyranuai e seu povo orgulha-se imensamente de sua deidade patrona.

Por vezes fora sugerido pelos líderes da província que Ayldânam se tornasse a capital nórdica, mas nem todas as castas foram de acordo com a decisão. Os Povos Livres do Norte cresciam consideravelmente com suas novas colônias pelas terras inexploradas de Á'Glah, e muitos senhores e senhoras prestigiados investiram na exploração e expansão do comércio além de Gállen'thir. Frotas mercantes dos yl'hinym cruzavam o Oceano Endra, comercializando com as espécies dos reinos emergentes de Éloin e Vel'lhor, os continentes irmãos.

A almirante Ákera, a líder militar de maior renome, fora contra a capital dentro da Gállen por razões estratégicas, alegando Ayldânam não ter o porte e localidade para tal, principalmente por estar isolada entre montanhas, rios e vegetação densa. Além disso, na visão da almirante, o centro do futuro império yl'hiny estaria ao meio do oceano, conforme esse povo criava a cada século maiores tradições navais. Ákera recebia forte apoio de recursos de diversos senhores tribais para a construção da verdadeira capital em Akanea.

Akanea será imensa em poder e força. Será o colossal porto que ligará Gállen com o mundo a fora. Armadas guarnecerão suas esquadras mercantes e prosperidade fará de Yl'hinyrm o território mais preparado para o Conflito Awbhem.

Como Ákera mesma poetiza; o sangue dos yl'hinym é o mar."

- Almirante Varesh

da Armada Dourada de Á'Glah


Cordilheiras do Limiar

Mês da Força


— A UNIÃO se originou da aliança da Aylentar e K'ammur — Yîarien narrava com ampla propriedade nos conhecimentos históricos, referindo-se às capitais dos extintos reinados Gallênico e Míddico. Orgulhava-se de ser uma acadêmica que, mesmo jovem, produzira centenas de rolos de pergaminhos para os arquivos de sua tribo. — A maioria dos transportes deviam ser feitos por embarcações pelos mares, por Endra e o Mar Menor. O Limiar sempre foi uma barreira incrível entre Gállen e Mídd, uma coluna gigantesca de montes no mapa. Os antigos a viam como a delimitação de seu mundo. Temiam o que havia do outro lado, ou se havia; como se as estrelas sumissem lá, sendo um domínio secreto das luas e do sol. — Seus olhos brilhavam. — Mas tiveram uma pequena noção da vastidão de Ýku'ráv quando atravessaram.

— Graças às lunnos, os k'ammurianos sempre acreditaram em criaturas místicas que habitavam florestas atrás das montanhas; estes tais elfos — Thâmyr complementou do ponto de vista do povo dele. — Não à toa, estradas complicadas e quase impossíveis foram feitas para transitar nesses ermos.

Seguiam a trilha deteriorada pelo clima, feita de blocos cortados na Primeira Era, ou talvez antes disso. Uma via antiguíssima que a relva fracassara em esconder por completo, praticamente esquecida pelos viajantes entre os territórios naqueles tempos. Era simples: o mar sempre fora a melhor opção. Nenhuma aliança mantinha o contato entre as duas civilizações que um dia reinaram sobre quase todo o mundo antigo conhecido, diminuindo ainda mais as razões para se manter estradas.

Os cascos dos poakes batendo na superfície rija no terreno íngreme revelavam que mesmo apagado, o caminho ainda existia e podia ser usado.

— Isso só pode ser... — Yîarien parou sua montaria e virou-a para trás, encarando a passagem que beirava o desfiladeiro. — Sim, é ela.

Quinta Lua (Ýku'ráv)Onde histórias criam vida. Descubra agora