50 - Reuniões, Danças Típicas e Zodíaco

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— Obrigada — murmurei, desconversando: — Então, você veio mesmo.

— Imaginou que eu não viria?

O Christopher se escorou na mesa. Prendi a respiração quando ele me encarou. Simplesmente não era justo que ele pudesse fazer aquilo comigo com tão pouco esforço. Ele estava usando uma camisa jeans com uma lavagem clara, uma calça mais escura e os mesmos sapatos Oxford do outro dia. Ele não parecia se importar com as mechas de cabelo que caíam despretensiosamente em seu rosto.

— Achei que fosse preferir algo mais intimista que isso. — Fiz um gesto indicando a festa animada.

Ele abriu um sorriso para o qual eu não estava preparada. Meu coração deu uma pirueta.

— Você quer dizer que achou que eu não gostasse de festas — ele respondeu.

— E você gosta? — Ergui uma sobrancelha.

Ele deu de ombros, pegando um copo de suco na mesa.

— Não posso dizer que é minha atividade preferida, mas tenho meus dias.

— Eu gosto sempre que tem boa comida.

Ele riu, assentindo com a cabeça.

— Isso parece ser a sua cara.

Fingi ficar brava, colocando as mãos nos quadris e encarando-o:

— Você está me chamando de gulosa.

— De maneira alguma. — Ele me olhou, divertido.

As pessoas ao redor não pareciam reparar em nós como se fôssemos uma atração, como teria acontecido em qualquer outro lugar. Na verdade, todos começavam a procurar seus lugares para sentar na longa mesa.

Não era um jantar do tipo que eu tinha nas minhas reuniões familiares, onde cada um esperava a sua vez de falar — ou tentava não falar nada, como era meu caso, para evitar momentos constrangedores — e o fazia em tom baixo. Ali, ao contrário, todos pareciam falar mais alto na tentativa de se fazer ouvir entre todos que falavam ao mesmo tempo e riam e faziam barulho. Era entusiasmado e espontâneo.

Certo, eu se eu disser que comi pouco, vou estar mentindo. Mais do que de churrasco, eu tinha me enchido de batata a vinagrete, embora o que não faltasse fosse opções de comida. E também não posso dizer que não fui acolhida, porque todas as pessoas desconhecidas ao meu redor foram incrivelmente amistosas e simpáticas e me fizeram sentir à vontade sem muito trabalho. E foi bom ter arranjado om quem conversar, já que algumas crianças, que tinham sentado do outro lado do Christopher, estavam fascinadas com a proximidade do príncipe e exigiam a maior parte da atenção dele. Eu estava tentando não ficar com ciúmes de crianças de oito anos, principalmente porque eu nem tinha mesmo esse direito.

Só consegui a tenção dele de volta na sobremesa, porque aparentemente a única coisa capaz de fascinar mais uma criança que um príncipe, era um bolo de brigadeiro. O que não significa que eu tenha conseguido ser uma companhia melhor que as crianças.

— Você sabe que posso simplesmente pesquisar no Google, não sabe? — Perguntei depois de engolir um pedaço da minha torta de chocolate.

Ele tinha ficado um pouco chateado porque eu perguntara qual era seu signo e ele não acreditava em horóscopo. E, é claro, ele não tinha respondido. Então, em vez disso, eu perguntei a data do seu aniversário, o que fez com que ele me lançasse um olhar condescendente.

— Faça isso, então. — Ele não estava realmente aborrecido, já que me dirigiu um sorrisinho enviesado.

Dei de ombros.

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