Oi, oi. Peço desculpas pelo atraso do capítulo. Espero que compense a espera com esse capítulo longo ^^
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Acompanhei o movimento de todo mundo que saía do palácio. Todos pareciam animados e o clima de Natal tomava conta do ar. Recebi votos de "feliz Natal" e abraços até de pessoas que nunca tinham falado comigo — o que não chegava a ser muito diferente de algumas festas de final de ano que eu já frequentei.
A Cecília tinha decidido ir, afinal. Convenhamos que o Christopher tinha pegado pesado com aquele lance de "fique com sua família enquanto ainda pode". Ele tinha jogado sujo com um argumento desses. Mas eles devem ter feito as pazes. A Cecília e o Christopher, quero dizer. Eu os vi se abraçando antes de ela partir. E, embora eu não pudesse ouvir o que diziam, a Cecília parecia passar um monte de recomendações a ele. Era óbvio só de ver que ela se preocupava de verdade com ele.
Acabei acatado a sugestão do Christopher e tomei a liberdade de escolher um quarto no primeiro andar. Eu nunca diria a ele, mas ele estava certo sobre a ala do meu quarto ficar meio sinistra vazia. Parecia o corredor de O Iluminado, onde a qualquer momento eu daria de cara com as garotinhas daquela cena clássica. Não levei muitas coisas, afinal eu não estava me mudando definitivamente, era apenas um feriado. Levei apenas umas duas mudas de roupa, um pente e minha escova de dentes.
Além dos guardas, três rapazes da cozinha tinham ficado — provavelmente, para garantir que não morrêssemos de fome e tal — ainda que a noite tenhamos jantado nada além de macarrão ao molho branco.
Deixe-me dizer uma coisa: não é que eu seja fútil, mas poder deitar outra vez em uma cama king size forrada com lençóis maravilhosamente macios não era nada mau. A suíte onde eu estava instalada era aconchegante. Com paredes cobertas por um papel com arabescos cor-de-rosa; e uma vista para o jardim dos fundos, que fiquei observando, sentada na varanda até bem tarde.
Já passava um pouco das onze da noite quando fui tomar banho e vestir minha roupa de dormir. Não era nada diáfano, se é isso que você está pensando. O meu pijama, quero dizer. Digamos que eu sou mais adepta de conforto que de sensualidade na hora de dormir e eu estava tremendamente confortável na minha camiseta cinza e um short não muito curto.
E, certo, mesmo eu não estando vestida como uma Panicat, quando saí do quarto para tomar um copo de água na cozinha, andei desconfiada pelo palácio, com medo de topar com alguém — eu devi ter lembrado de levar meu roupão para o novo quarto. Essa foi a principal razão para eu ter voltado para o meu quarto o mais rápido possível.
Quero dizer, tentei voltar ao meu quarto porque, ao passar pelo corredor do primeiro andar, comecei a ouvir um som muito baixo. Dizer que fiquei com medo é pouco. Tipo, não é como se eu fosse uma covarde, mas já tive minha cota de filmes de terror e nos filmes esses ruídos nunca, nunca significam boas notícias. E, novamente, eu sabia que pelo menos uma pessoa havia morrido naquela casa...
Controlando os batimentos cardíacos, avancei pelo corredor tomado pela penumbra, me convencendo de que achar que eu ia dar de cara com o fantasma da rainha Lília era bobagem.
Contudo, o ruído se intensificou ao me aproximar do quarto do Christopher. Agucei os ouvidos com atenção. Eram gemidos? Parecia que sim. Não pude conter a reviravolta que meu estômago deu. Tipo, eu não conseguia pensar em muitas razões para ele — ou qualquer outra pessoa, aliás — estar gemendo a uma hora daquelas. Eu nem queria saber quem estava com ele.
Eu já estava prestes a me afastar, me sentindo estranhamente ofendida. Mas então, começaram os murmúrios mesclados aos gemidos. Minhas sobrancelhas quase se juntaram em confusão. Ouvi novamente, com atenção dobrada. Não pareciam murmúrios de... prazer. Pareciam ser de dor. E se tornavam mais altos agora. Meu coração disparou.
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Real
Ficção AdolescenteSarah achava que já tinha problemas demais para lidar entre a escola, as cobranças da família, o seu namorado secreto e o fato de ser uma princesa em um país prestes a entrar em guerra com seu vizinho. Mas percebe que as coisas podem ficar ainda mai...