33 - Dancinhas, Confissões e Sorvetes

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Capítulo bônus!! Espero que curtam...

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Eu aproveitei o tempo em que me vi sozinha para tentar controlar os batimentos do coração, que só agora eu percebia que estavam tão acelerados. Busquei as flechas que estavam no alvo e as atirei novamente. Tentei seguir exatamente todas as orientações do Christopher, desde manter o cotovelo alto até manter o movimento da mão para trás depois de soltar a corda. Não é para me gabar, não, mas consegui acertar, pelo menos, uma vez a flecha no centro. Sim, bem no centro do alvo.

Lamentei que o Christopher não estivesse por perto para ver - mas se ele estivesse, provavelmente eu estaria agitada demais para conseguir tal façanha -, mas aproveitei para fazer a minha desajeitada dancinha da vitória. O único problema era que a dancinha da vitória estava sendo executada bem na hora em que o príncipe entrou outra vez. Bom, para falar a verdade, eu nem sei exatamente em que momento ele entrou, porque quando o vi, ele já estava encostado na porta fechada me olhando divertidamente. Parei, de súbito, e o encarei, constrangida.

- Você voltou... - falei, apenas para quebrar o silêncio.

Ele anuiu com um gesto de cabeça e mordeu o lábio inferior para conter um sorriso. Eu preferia que ele risse de mim a que guardasse mais um sorriso só para si. Ele, um verdadeiro cavalheiro, como foi educado, fingiu ignorar o meu show de dança e falou:

- Pelo visto, foi um belo tiro. - Ele apontou com a cabeça a flecha no alvo a trinta metros. - Talvez eu devesse te deixar treinando sozinha sempre.

Antes que eu pudesse avaliar o que estava dizendo, já estava me ouvindo dizer:

- Não teria graça assim.

Ele baixou os olhos, sem graça, ao mesmo tempo em que eu sentia o meu rosto esquentar. Mas antes que eu pudesse cavar o buraco para me enterrar, ele começou a se aproximar e desconversou:

- A gente podia fazer uma pausa...

Percebi que ele trazia dois potes daqueles pequenos de sorvete e duas colheres. Levei o arco até a prateleira e depositei com cuidado. Aceitei o sorvete que ele me estendeu - ele nem chegou realmente a perguntar se eu queria, mas é claro que eu não faria desfeita - e sentei no banco, encostada na parede. Ele se acomodou ao meu lado, mas não muito próximo.

- Flocos - anunciei, lendo o sabor na embalagem. Como ele poderia saber que era meu predileto?

Distraído em abrir a tampa, ele apenas comentou:

- A senhora Cecília sabe que é meu predileto, por isso sempre que ela vai fazer compras, ela traz o mesmo sabor.

Franzi os lábios, para não denunciar que ele tinha acabado de dizer que tinha o mesmo sorvete preferido que eu. Ele levantou os olhos para mim e mandou, com ar curioso:

- E então?

- O quê?! - Devolvi o olhar, confusa.

- O que você queria perguntar - ele respondeu, como se fosse óbvio.

Ah, isso. Eu quase tinha esquecido. E agora eu estava na dúvida se deveria mesmo puxar esse assunto. Na verdade, eu não sabia se realmente queria saber a resposta. Como ele continuava me fitando, enquanto levava a colher ao sorvete, finalmente, cedi:

- Por que você terminou o namoro com a Alice? - Ele franziu a sobrancelha, sem entender e imediatamente expliquei: - Ok, eu sei que você nem queria casar, para começar a conversa. Nem escolheu a noiva e tudo mais, mas... sabe, a Alice é linda e educada e elegante... realmente o sonho de qualquer nobre e tal.

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