High Squad 127

Tromso Winter.

Nos dirigimos ao hotel onde iriamos ficar até o torneio no dia seguinte, Angie havia apagado de exaustão e extremo frio, sentamos ao lado da cama esperando a mesma acordar e nos explicar a situação.

A Capitã, acompanhada de Henry e Reno, nós chamou fora do quarto, ficamos receosos em deixar Angie sozinha mas uma vez, porém nós apresentamos a Capitã esperando que seja lá o que ela tivesse que falar, que seja breve.

Lucy: - Felix foi relatar os acontecimentos ao agente, irei estar com os meninos lá embaixo para protegê-los caso aconteça algo.

Jack: - Não precisamos disso.

Jack com teimosia se recusou a ter a proteção de polícias que nós descriminaram antes, Lucy nos olhou de cima a baixo, um por um, deu alguns passos para frente e parou bem na frente de Jack, aquela mulher tinha um carisma que dominava qualquer um que estava perto, louco seria Jack de enfrentá-la.

Lucy: - Não pedi permissão, Senhor Blanck. Vocês não aprenderam nada, acham que o treino de vocês foi para conseguirem força ou aprender a segurar uma arma?! O treino de vocês foi seguir as ordens e respeitar seus superiores! Esse foi o treino de vocês, parece fácil para qualquer um que não seja um pirralho sem educação! Porém o que vocês fizeram em dois malditos dias?! Reclamaram, brigaram, discordaram e se opuseram à liderança de alheios. Não quiseram nem mesmo seguir o básico do protocolo que sua superior estava ordenando, achamos Angie perto da base no lago, seguindo a droga das regras! Nosso objetivo não foi os domar como bichos e sim os ensinar o mínimo de respeito á mais velhos, superiores ou até mesmo qualquer inútil que tenta os ajudar, com um pouco de disciplina vocês conquistariam seus superiores e público. Vão em frente continuem sua indisciplina e esse jeito insuportável de colocar ironia em tudo, vocês vão se matar.

Lucy se virou e saiu batendo as botinas militares pretas por todo o piso do corredor sendo acompanhada de seus soldados, nossa ficha havia caído um pouco tarde, a conversa que tivemos com o Agente havia sido justamente essa e fizemos tudo diferente do que nos foi ordenado. Não cumprimos ordens, arrumamos brigas e fomos irresponsáveis, que ótimo plano para se sobreviver.

Voltamos ao quarto que Angie estava em fila, todos de cabeça baixa e em silêncio, sabíamos que tínhamos errado, ocupados demais pensando em problemas externos e esquecemos do treino que era para ajudar no torneio, estávamos fazendo por fazer, pensamos "Já sabemos disso" e simplesmente ignoramos, o treino não era atirar ou lutar, era apenas obedecer.

Angie se levantou aos poucos, tentando se concentrar e colocar as ideias em ordem parecendo mais confusa que nunca, a mesma estava perdida e estranhamente ansiosa. Todos demos um pulo da cadeira quando vimos que Angie agora estava acordada e aparentemente sem riscos de hipotermia forte.

Loli: - Você está bem? Se lembra de tudo?!

Ela olhava de um lado para o outro parecendo procurar algo, processando onde estava e como havia ido parar ali, com as mãos inquietas e mordendo seus lábios, Angie suava frio e tinha febre alta, ficamos preocupados com sua saúde física e mental.

Angie: - Que horas são? Onde está meu bloco de notas?!

Ela com toda certeza a os nossos olhos parecia psicologicamente instável, tremia das mãos a até os olhos, parecia ter sido drogada por algum tipo de metanfetamina de péssima qualidade, estava tão ansiosa que poderia explodir. Me aproximei tentando acalmar as tremedeiras dela, segurei em suas mãos com força e olhei em seus olhos que estavam em puro desespero.

Amy: - Que tal descansar um pouco, Angie? Podemos conversar depois.

Angie: - NÃO! Tem de ser agora... Escutem, descobri sobre a próxima prova.

A mesma agora estava se levantando bruscamente da cama, totalmente inquieta, Jack a segurou dando apoio e todos ficamos de olhos pregados na inquietação de Angie que acabava nos deixando ansiosos. Era assustador vê-la tremer e andar de um lado para o outro sem objetivo nenhum, parecendo estar sobrecarregada, ela respirou, parando em nossa frente, nos encarando de forma estranha.

Angie: - A próxima prova será na água congelada, ouvi algo relacionado do Dins! De acordo com algumas pesquisas e localização, juntei tudo com os arquivos de ocorrências de mortes locais e possíveis provas de sobrevivência...

Ela coçava a cabeça e calculava em seus dedos algo que apenas ela entendia, Rony a olhava de longe com a boca aberta franzindo a testa, Loli discretamente estava em alerta com a mão pronta para arrancar a faca do cinto, Jack tentava aquecer Angie mesmo com a inquietação e loucura que ela apresentava, Dylan me mantinha longe de Angie caso a mesma surtasse de repente.

Dylan: - Explica de onde veio essa ideia, Angie, claramente seria loucura se isso realment...

Angie: - Também pensei nisso! Loucura! Seria uma missão suicida certo? Mas pensem, a temperatura normal do corpo humano é 37ºC, sendo a temperatura da água abaixo de 10°, uma pessoa duraria no mínimo 2 horas sem ter uma grave hipotermia.

Rony: - Não me diga que você...

Angie: - Sim, eu testei. Com meu corpo na têmperatura de 36,4°C, depois de 50 min o corpo começa a pesar com um aumento drástico na densidade, a pele começa a queimar como um efeito de queimadura exposta, passando disso o frio começa a destruir cada célula do corpo impossibilitando a condição de luta. Seja lá o que vão querer que façamos, com certeza vai envolver luta, ou seja, o limite que iremos conseguir nós mexer será até no mínimo 70 minutos, depois disso não poderemos mais lutar igual antes.

Amgie nem sequer respirava ou piscarva, concentrada demais em contar cada detalhe que se lembra-se.

Angie: - Quanto a como sobreviver depois disso caso ainda estejamos dentro da água, podemos boiar já que o corpo pouco a pouco ficaria sólido e pesado, boiar nos manteria pelo menos na água sem afogar, lembrem de mexer os dedos para que não congelem, se estiverem na água e sairem depois tendo contato com o vento frio, podem ter a certeza de congelamento instantâneo, tirar as roupas e tentar se aquecer de outra forma seria a melhor saida. Outra coisa, Geladuras são rachaduras na carne em contato com o gelo, pode congelar a pele e a manter congelada até queimar em carne viva, por isso devem se mecher e evitar o rosto molhado. Tem varias outras coisas sobre minha pesquisa mas não consegui me manter na água por mais tempo para provar minha teoria.

Angie falava incessantemente rápido, não nos olhava nos olhos, nem sequer respirava de uma frase para outra. Com seu jeito instável ela estava nós assustando como nunca antes, parecia perigosamente sem controle.

Loli: - Você está louca?! Queria ter uma hipotermia? Queria nos matar junto? Tudo por uma paranoia sua?

Loli havia passado do limite em gritar daquela forma, no momento o certo seria escutar Bomb independente do quão louco seja e achar algo para a fazer descansar, gritar e questionar só pioraria tudo. Estávamos assustados com seu comportamento, mas gritar com ela que estava claramente sem condições de se defender, era passar do limite.

Angie: - Não estou... Alucinando. Ouvi o Agente falar ao telefone que não nós mandaria para um mar congelado, liguei uma coisa a outra depois de ter acesso a arquivos, há muitos alertas de cuidado nessa época do ano, o frio é muito intenso na Noruega e principalmente em Tromso, onde iremos competir a próxima fase, faz sentido que nós mandem a extremos. Sobrevivência no frio, é como uma propagando governamental sobre cuidado e uma divertida prova de morte, tudo faz sentido se vocês pararem para pensar, temos que fazer um plano e resistir ao... Frio.

Depois de tanto tentar nós convencer e incessantemente se esforçar para provar sua teoria, Angie caiu nos braços de Jack que a apoiava e a tentava esquentar com seu casaco, o mesmo a pegou no colo e a colocou de volta a cama com cuidado. Os chamei para sair dali e conversarmos em outro lugar, precisávamos falar sobre a situação em que entramos.