A minha sala era a única que não era toda de vidro, a última do corredor onde havia uma boa distância das outras salas de treino. Como sempre me dirigi até a sala com minha desconfiança a níveis extremos, abri a porta devagar e lá dentro estava uma sala totalmente negra, toda almofadada como se fosse uma solitária de um manicômio, segurei a porta para não fechar pois tive medo de entrar e não conseguir sair, afinal aquele escuro não era receptivo.
Com minha distração ao segurar a porta, me preocupei demais com o escuro que esqueci totalmente do meu redor, senti alguém me empurrar para dentro da sala e fechar a porta com força logo em seguida. Ao cair no chão com todo meu corpo, percebi que a sala era almofadada por um motivo, evitar meus hematomas, me virei rapidamente para a porta e lá estava um homem alto com leves proteções nas mãos, estava escuro demais para ver seu rosto mas senti um péssimo pressentimento, nunca havia visto tal pessoa dentro da base antes e aposto que usando aquelas luvas nas mãos ele não estava ali para conversar.
Me afastei ainda no chão o olhando por baixo, o mesmo veio até mim frenético com os braços esticados em minha direção, tentei me levantar mas nem mesmo tive chances, recebi em cheio um soco no estômago, não tive qualquer oportunidade de agir, o homem subiu encima de mim e prendeu meus braços com suas pernas, com rápidos golpes o mesmo me acertou no rosto sem parar. Apesar da proteção em sua mão consegui sentir os ossos de seu punho bater contar minha pele, suas mãos eram magras e pesadas como se estivesse tentando me matar com socos.
Escutei o mesmo som agudo de antes sair do Detor, minha cabeça começou a girar e meus sentidos estavam estranhos junto ao escuro, era como se estivessem me drogando, não era fácil tentar manter o controle com tantos golpes diretos. Quando finalmente consegui o fazer sair de cima de mim, troquei de lugar com ele e o encarei por cima quase cega de ódio ainda escutando o som extremamente agudo furar meu crânio, estava me segurando para não ceder as vozes que me diziam o que fazer.
?: - Ai está...
Com uma cotovelada ele conseguiu sair de baixo de mim, se levantando ativamente batendo suas luvas e pulando no mesmo lugar, como se me chamasse para o luta me provocando com aquela atitude confiante. Minha mandíbula estava coçando e minhas unhas arranhavam até mesmo minha própria pele, como sempre meus olhos estavam mais ativos após passar por um estresse tão forte, o Detor continuava fazendo barulho como um irritante chiado de rádio antigo, queria parar tudo por um momento e quebrar a tornozeleira no soco mas isso seria deixar que as coisas saissem do meu controle, meu rosto estava ardendo depois de tantos golpes e aquele homem havia deixado um gosto de sangue na minha boca.
Com a sensação de adrenalina passando por todo o meu corpo, o encarei com irritação observando de onde aquele idiota havia saido, ele nem mesmo havia falado algo antes de me atacar daquela forma, meu coração estava batendo tão forte que eu poderia perder a noção de quem eu era rapidamente. Mais uma vez ele impacientemente me atacou com golpes de esquerda, consegui ver cada movimento e desviar com facilidade, na tentativa falha de me acertar com a esquerda o homem logo tentou um gancho de direita mas também não deu certo. Estava pronta para o agarrar com as unhas quando o homem me deu uma rasteira com os pés, percebi que estava caindo então o puxei junto comigo, cravei minhas unhas em seus ombros e o segurei forte, entrelacei minhas pernas em seu corpo e o apertei com toda minha força, escutando os estralos vindo de suas costelas finalmente escutei um gemido daquele merda.
Me deixei levar na emoção de finalmente conseguir o machucar, bruscamente o homem me deu um soco na orelha, o que me fez o soltar, ele rapidamente subiu encima de mim de novo tentando seu máximo me manter em suas mão, com um soco daqueles perdi parte da minha visão por alguns segundos, tempo o suficiente para que ele segurasse meu pescoço com as duas mãos e me enforcasse como se quisesse esmagar minha garganta, foi quando percebi que nem mesmo escutava mais o som agudo vindo o Detor.
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High Squad 127
Ficção AdolescenteAdolescente com habilidades especiais e personalidades explosivas são obrigados a formar um grupo com o objetivo de servir prontamente o governo, competindo entre Squad pela sobrevivência coletiva. Assim mandados para a arena, sendo usados como arma...