Depois das 10

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18 - DANIEL

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18 - DANIEL

Tracei um plano com a intenção de conseguir a submissão da Ángel, transformando-me em algo notável em sua vida. Mas não deu muito certo.

Depois de ouvir o seu discurso, percebi que tinha até conseguido chamar a sua atenção, porém de uma forma diferente que me transformava literalmente em um pet de estimação. Sem dúvida, aquela mulher sabia como manipular.

Olhei para a Amanda e Joaquim de joelhos, ameaçados por armas, o cenário que se formou deixava claro que a Ángel não estava brincando quanto às alternativas que apresentou e tinha que escolher sabiamente entre as suas duas opções.

Pesando pelo lado que me submeter a ela, tornando-me seu submisso, levava-me a um envolvimento maior e era o que estávamos desejando desde que enredamos o Benício na história, fez com que soltasse o ar, preso em meus pulmões, e me ajoelhasse aos seus pés.

Ela me olhou, esperando e medindo os meus gestos. Sabia bem o que ela aguardava.

— Perdoe-me... minha senhora — confesso que o final era complicado de falar, mas era a cereja do bolo se quisesse acalmar os ânimos da Ángel.

Ela me observou, como um caçador que analisa a sua presa, enquanto todos ao nosso redor nos olhavam esperando qual seria o seu próximo passo e testemunhavam a minha humilhação sob a forma de completa submissão.

— Pelo visto, escolheu a segunda opção. — Ela andou até onde eu estava ajoelhado. — Bom garoto — disse e, em um gesto rápido, puxou meu cabelo encostando o rosto ao meu. — Nunca me desafie! — disse enquanto meus olhos se perdiam nos seus. Soltou-me da mesma maneira que havia me segurado e se encaminhou para a menina, puxando-a pela cintura. Por sobre o ombro, virou-se para os observadores e disse: — Continuem com a noite e podem liberar os dois — apontou para Amanda e Joaquim —, o Daniel fez a escolha certa — disse, voltando-se para mim que, depois de um gesto seu, fiquei de pé para assistir de perto enquanto ela beijava a garota que tinha escolhido com a intenção de provocá-la, fazendo com que provasse do meu próprio veneno.

Assim que se afastou dos lábios da garota, olhou para mim.

— Está vendo, se você fosse bonzinho, eu o deixava assistir. Mas, como não foi um bom garoto, ficará esperando minhas próximas ordens — disse, dando-me as costas e levando a menina com ela para a parte nova do bar onde seria o espaço de Benício.

Assim que ela sumiu de vista, fiz sinal para Amanda e Joaquim que era hora de partirmos. Sem a presença da Ángel, não dava para garantir que algum dos presentes não tentasse alguma gracinha, achando que éramos elos fracos.

— Que porra foi aquela?! — perguntou Amanda quando entramos no carro.

— Uma dominadora em ação — disse Joaquim sentado no banco traseiro. Posso dizer que senti seu olhar em minha nuca.

— Daniel, por que cedeu? — continuou Amanda.

— Porque era a única coisa a fazer se quiséssemos ter qualquer chance de nos envolvermos com o cartel.

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