DANIEL

121 26 10
                                    

DANIEL

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

DANIEL

Tive vontade de matar a Amanda, logo agora que tudo caminhava bem entre mim e a Ángel, ela estraga a situação daquela forma.

— Quantas vezes, falei sobre estarmos disfarçados e que aqui é apenas a minha irmã?! — perguntei irritado.

— Como poderia imaginar que ela estaria aqui?

— Tudo é possível no que diz respeito à Ángel e já lhe expliquei isso, mas parece que você não entende!

— Desculpe — disse sentida. — Vim aqui rapidamente porque a Luzia me contou algumas coisas interessantes — revelou.

— Que coisas interessantes? — perguntei, sabendo que as informações poderiam ser muito úteis.

— O Rico está marcando um encontro com um grupo venezuelano para negociar armas.

— Quando? Uma batida seria bem interessante — observei, voltando minha cabeça para a missão.

— Ela não sabe, mas me disse que era para perto, pois Rico só fala no quanto irão lucrar com a negociação.

— Precisamos dobrar a vigilância sobre o Rico e intensificar a sua amizade com a Luzia — continuei, pensando no caso, para distrair minha cabeça sobre a expectativa do que aconteceria naquele quarto entre mim e a Ángel.

Amanda estava prestes a questionar alguma coisa quando Joaquim, acompanhado de Suarez, bateu na porta do quarto.

— Tudo bem? — perguntou, achando minha cara estranha.

Contei a ele o que houve e vi na cara de Joaquim a mesma preocupação que estava na minha quanto à situação com Ángel, porém a novidade que Luzia disse à Amanda nos levava para outro ponto que também seria importante para o enfraquecimento do cartel.

— Quais são as ordens? — perguntou Suarez.

— Vamos redobrar a vigilância sobre o Rico.

— E quanto à Ángel? — perguntou Joaquim, olhando da Amanda para mim.

— Vou mandar uma mensagem para ela e esperar que tenha uma resposta positiva — peguei o celular para digitar, e Amanda deixou o quarto tempestivamente. Sem dúvida ela percebeu que me deixou em uma situação bem delicada.

Não comentamos sobre a saída de Amanda e, enquanto digitava a mensagem para a Ángel, Joaquim e Suarez me atualizavam quanto à nossa parte no envio das drogas do cartel para a África do Sul e como derrubaríamos o cliente dela depois que a entrega fosse feita, o que me deixou um pouco mais tranquilo, pois essas condições mostrariam para o FBI que a missão como infiltrados estava valendo a pena.

— Conseguiu se retratar? — perguntou Joaquim quando ficamos sozinhos.

— Mandei uma mensagem bem submissa, espero que a comova — disse, torcendo a boca.

— Sabe que se ela lhe perdoar pegará pesado, não sabe?

— Faço ideia. E não posso dizer nada. Concordo com você, foi um erro terrível ter trazido a Amanda, não dá para misturar trabalho e vida pessoal — disse.

— Que bom — disse.

— Como assim "que bom"? — perguntei confuso.

— Que continua vendo a Ángel como trabalho e a Amanda como vida pessoal — disse e, antes que respondesse, meu telefone tocou.

Era a Ángel com uma mensagem seca de onde deveríamos nos encontrar. Ela não me deu tempo de pedir desculpas, apenas deu a ordem que sabia que deveria seguir, afinal de contas não era hora de rebeldias, a cada passo nos aproximávamos mais e qualquer deslize poderia colocar o plano em perigo.

Quando desliguei, concentrei-me em obedecer ao que Ángel queria e não pensar sobre o questionamento do Joaquim. Queria completar a missão por mais que...

Disse a Joaquim que precisava sair, pois Ángel mandou que a esperasse na rua lateral do hotel e, em seguida, deixei o quarto, descendo para a recepção e buscando a saída. No entanto, no minuto em que coloquei meus pés na calçada, senti um cano de revólver sendo colocado nas minhas costelas. Não daria tempo de puxar a minha arma.

— Quieto! — disse-me uma voz masculina, enquanto senti outra pessoa puxando a minha arma que estava no cós.

— Quem são vocês? Podemos conversar? — comecei a falar, tentando ganhar tempo para encontrar uma solução.

— Disse para ficar quieto! — afirmou o cara quando um saco preto foi colocado em minha cabeça e fui arrastado para o carro parado ao lado.

Tudo aconteceu em questão de segundos. Posso dizer que todas as possibilidades passavam pela minha cabeça, mas nenhuma me preparou para o calabouço da Àngel e tê-la satisfatoriamente sentada sobre o meu pau enquanto puxava o saco preto da minha cabeça.

— Assustado, tigre? — perguntou com um sorriso provocante nos lábios.

— Você mandou me sequestrar? — perguntei ao mesmo tempo em que tentava mexer as minhas mãos para descobrir que as correntes as deixavam bem limitadas.

— Achei que seria divertido — disse.

— Para quem? — perguntei irritado.

— Sabe que não é inteligente ser tão rebelde depois de ter permitido que a sua irmã invadisse o seu quarto e nos atrapalhasse — disse séria.

Respirei fundo, sabendo que um passo em falso e poderia me meter em uma grande confusão, além de ferrar com tudo que já tínhamos conseguido.

— Desculpe, minha senhora, mas toda essa situação me pegou de surpresa. Considerando a atividade profissional que temos, tem ideia que um sequestro sempre é preocupante, não tem? — perguntei dissimulado.

— Faz sentido, mas achei divertido, e é o que interessa — disse, puxando uma venda e colocando sobre os meus olhos, logo depois foi a vez da mordaça. E o que posso dizer... meu coração pulou uma batida.

Não era covarde, mas a limitação visual estava me dando uma sensação de insegurança que nunca havia experimentado.

Ouvi quando ela abriu o cinto da minha calça e em seguida o botão para depois descer o zíper.

Fazia ideia do que aconteceria quando um fone foi colocado nos meus ouvidos e música clássica começou a tocar.

Ela estava vetando os meus sentidos, deixando apenas que o tato fosse o único que pudesse usar, pelo menos era o que pensava quando senti um cheiro diferente próximo ao meu rosto e mãos começaram a desabotoar minha camisa, ao mesmo tempo em que outras mãos tiravam a minha calça.

Não estava sozinho com a Ángel e nem sequer podia questionar, pois estava amordaçado e com a visão bloqueada.

Tinha feito pelo menos parte desta cena uma vez, mas eu estava no controle, agora sabia o que significava estar submisso a alguém. E nesse caso estava à mercê da chefe de um dos cartéis mais investigados pelo FBI.

ÁngelOnde histórias criam vida. Descubra agora