ÁNGEL

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ÁNGEL

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ÁNGEL

Realmente, eu precisava respirar um pouco e o fim de semana com o Daniel foi o ideal para me mostrar que a vida ainda podia valer a pena e que precisava pensar sobre as minhas prioridades.

A única coisa que não me deixou tranquila foi o fato de que, no dia em que chegamos, esqueci o celular dentro do quarto com o Daniel. Atos assim eram um erro grave quando se falava de segurança.

Meu celular contém informações que envolvem e podem prejudicar muitas pessoas, portanto o aparelho não podia estar perto de pessoas que ainda não conquistaram minha extrema confiança.

Deixei Daniel a cargo dos seguranças que o levariam para o hotel, achei fofo da parte dele perguntar quando nos veríamos novamente, e tenho que confessar que vontade não me faltava para fosse o quanto antes, mas aquela semana seria muito importante para o cartel, estava fechando um grande negócio com a Venezuela e precisava dedicar toda a minha atenção para aquele desenrolar.

Mas claro que não podia deixar de lado o negócio que estava fazendo com o grupo do Daniel. Era muito importante que a minha mercadoria fosse entregue a Akin como parte de uma negociação que fizemos. Esta negociação salvaria muitas pessoas, equilibrando um pouco a balança da quantidade de vidas que a minha cocaína destruía.

— Tudo bem, Ángel? — perguntou Rico quando entrei no carro com ele e Gustavo.

— Sim, tudo ótimo — respondi, passando para o modo líder de cartel. — Gustavo, tudo certo para amanhã? Odeio correr riscos desnecessários.

— Não se preocupe, meu pessoal estará aqui amanhã com os seus produtos.

— Ótimo.

Fomos para a casa onde Gustavo estava instalado, conversamos enquanto almoçávamos. Ele tentava novas parcerias em alguns negócios, alguns eram interessantes, outros não eram úteis, porém deixava que ele falasse, pois sabia que sua quadrilha era uma das maiores no mundo em tráfico humano e o assunto me interessava.

Como vítima de tráfico humano, eu usava da minha posição para destruir as células que agiam nas Américas, claro que agia sem deixar rastros. Com a minha discrição, conseguia salvar muitas dessas garotas.

Tarde da noite, segui com o Rico para casa. Guillermo e Mel nos aguardavam na sala da mansão.

— Tudo certo com Gustavo amanhã? — perguntou Guillermo.

— Sim, vou preparar o dinheiro e quero que vocês selecionem os homens que estarão conosco.

— Pensei em ir para o hotel amanhã. Algum problema? — perguntou Mel para Gui.

— Não, pegamos você depois que acabar — disse Guillermo.

— Rico, quer dormir por aqui? — perguntei.

— É uma boa ideia, Ángel, estou cansado para voltar para casa e, nesses últimos dias, a Luzia está insuportável.

— Gostaria de saber quando ela não esteve insuportável? — perguntei rindo, e Rico torceu a boca em desaprovação, porém não me respondeu.

Como já era muito tarde e Guillermo chegou junto comigo, a Mel não teve como vir para o meu quarto perguntar sobre o fim de semana. Tinha plena certeza que ela devia estar roendo as unhas de curiosidade, porém teria que esperar o dia seguinte.

Por mais que a Mel desejasse que eu tivesse uma vida normal, isso era impossível. Conseguia no máximo um fim de semana com o Daniel, porém mais que isso não dava.

Olhei para o celular, pensando em ligar para ele, porém sabia que algo assim era uma demonstração de fraqueza e não seria muito inteligente da minha parte, principalmente com o nosso acordo sobre ele ser o meu pet.

Tentei averiguar mais informações e consegui confirmar apenas uma parte da história que ele me contou, pois Amanda, a sua irmã, não apareceu nas minhas investigações. Quanto ao Joaquim, pouco descobri sobre ele, o que me deixava receosa.

Falando em investigações, eu precisava conversar com o padre Romero sobre o que soube da pequena Maria e de sua família. Descobri que o pai estava vivo, o que dava uma chance dela voltar para casa.

Deitei na cama, mais uma vez, olhando para o celular, pensando no tigre e como estava fazendo falta os braços dele me envolvendo.

Uma parte de mim queria viver uma paixão, mas a outra sabia que aquele tipo de sentimento não era destinado a pessoas como eu. Com esse sentimento de frustração, adormeci, olhando a foto que tirei com Daniel na festa da vila.

Levantei cedo, precisava repassar com o Guillermo os detalhes para o encontro daquela noite, porém, antes que deixasse o quarto, Mel já estava na minha porta batendo para entrar.

— Mel, tenho muito que fazer — disse, cortando-a.

— Não pense que escapará antes de me falar sobre o fim de semana — anunciou, voltando comigo para dentro do quarto.

Sorri para ela e me lembrei de uma grande amiga que a vida afastou de mim, outra irmã assim como a Mel. Recordar faria muito bem para a alma, então satisfiz a vontade da Mel e contei todos os detalhes do meu fim de semana com o tigre.

— Você ligou para ele depois que chegou? — perguntou Mel.

— Não. Mel, não sou uma pessoa simples que pode se dar ao luxo de um romance cotidiano. Foi um fim de semana apenas e, se o grupo dele não fizer besteira, talvez possamos ter mais alguns momentos — expliquei.

— Não é justo. Merece ter a sua vida, a sua família — disse tristonha.

— Obrigada pelo seu amor, Mel. Mas, vida normal não é para mim — respondi. Levantei da cama e dei um beijo em sua bochecha.

Deixei o quarto e, por um momento, pensei em passar uma mensagem para Daniel. Decidi que poderia me dar um pequeno prazer.

Abri o whatsapp e digitei um simples "Oi".

Não podia ficar parada esperando o Daniel me responder, porém, assim que cheguei à sala onde Guillermo já me esperava, meu celular vibrou.

Fiz sinal para que ele aguardasse e olhei a tela.

"Oi, a sua encomenda já foi entregue na África."

"Doido para nos vermos."

Sorri para a mensagem e respondi:

"Assim que possível marco para nos vermos."

Evitei qualquer comentário mais pessoal, achei que não era o momento.

E depois daquele instante com o Daniel, resolvi cuidar integralmente do negócio programado para aquela noite.

No local marcado, encontrei com Gustavo e alguns membros da sua quadrilha que haviam chegado da Venezuela, conversamos e, enquanto o pagamento e o recebimento de mercadorias eram feitos, tivemos uma surpresa desagradável ao ouvir, vindo pela estrada, a sirene da polícia.

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Meninas,

Peço desculpas pelos atrasos nos capítulos. 

Em tempos de pandemia, a vida está uma loucura!!

beijos

ÁngelOnde histórias criam vida. Descubra agora