A companhia de Fernanda era algo que me fazia bem, poder vê-la sorrir e se sentir mais a vontade com a minha presença não tem como expressar o meu contentamento com isso.
- E eu pensando que era o único a gostar tanto assim de sushi. - Fernanda riu e terminou de comer mais um rolinho primavera.
- Foi vovó quem me viciou, toda vez que ela me levava para passear parávamos em algum sushi, desde então é um pequeno vício. - sorriu.
- Sua relação com a sua avó sempre foi boa?
- Uma pergunta de Júlio para Fernanda ou do advogado pra mim? - foi a minha vez de sorrir.
- Esquece o advogado, apenas por hora sou apenas o Júlio.
- Então respondendo a sua pergunta, sim, sempre foi. Vovó nunca foi a pessoa mais séria da família, mas talvez seja a única a saber o significado disso. - assenti.
- Que bom, eu não tenho mais avós, mas tenho um bom relacionamento com o meu pai. - ela assentiu.
- E a sua mãe? - Fernanda perguntou o que eu nunca falo, sobre a minha mãe.
- Ela não se encontra mais aqui, faleceu a alguns bons anos. - ela arregalou os olhos e ficou vermelha.
- Me desculpa por tocar nesse assunto.
- Tudo bem, talvez em algum momento eu vá te contar o que aconteceu.
- Certo. - balançou a cabeça. - Acho que já está na nossa hora, não?
- Eu vou pedir a conta então. - assentiu. Fernanda ficou desconfortável com a sua ultima pergunta, eu nunca me sentiria a vontade para falar da minha mãe, e não queria estragar a nossa noite, então era melhor me manter calado sobre esse assunto. Paguei a conta e saímos do restaurante, voltei a segurar a sua mão e ela me presenteou com um singelo sorriso. Abri a porta do carro para ela e logo entrei assim dando partida no carro. O silencio era quebrado apenas pelo som do radio e me veio à mente a imagem do Igor e Fernanda conversando.
- O que o Igor estava te dizendo? - Fernanda virou-se em minha direção.
- Oi? - respirei fundo.
- Ele te faltou com respeito? - ficou quieta. - Estou te perguntando Fernanda.
- Eu já lhe disse que não foi nada, eu resolvi. - cruzou os braços.
- Então sim, ele deu em cima de você. - filho da puta desgramento. Fernanda não estava sozinha, o mínimo que ele deveria ter era respeito por ela estar acompanhada. Respirei fundo, eu não queria que ela ficasse assustada, mas nesse momento eu estou por um triz de retornar até ele e encher a cara dele de porrada. - ele aceitou quando você rejeitou investida dele?
- Júlio... Ele não reagiu bem, ok? - disse um pouco mais baixo.
- Filho de uma chocadeira! Eu vou arrebentar aquela cara sem vergonha dele.
- Não, você não vai nada! - disse e desviei por um segundo o olhar da pista e a fitei. Ela estava vermelha e bufando. - Já está resolvido, já foi. Agora eu só quero que você me leve pra casa e pare de tentar estragar a noite. - assenti. O resto do caminho foi feito em silencio, assim que parei o carro em frente ao seu prédio ela saiu em disparada e só me restou ir atrás dela.
- Fernanda! - chamei e ela se virou em minha direção. - Não vai me dar nem uma boa noite?
- Júlio, olha só... - respirou fundo. - Tenha uma boa noite. - virou-senovamente.
- Me desculpa se me excedi no carro, mas eu não gostei dos olhares dele para você. - segurei e sua mão e a fiz voltar em minha direção. - Eu fico feliz que você tenha resolvido as coisas, você é uma garota forte, sei disso, mas também sou homem e não me julgue por querer proteger você de filhos da puta como o Igor. Agora me de aquele sorriso que você estava exibindo lá no restaurante. - ela revirou os olhos, e em seguida me deu um pequeno sorriso.
- Não é igual, mas serve. Vou te deixar subir.
- Obrigada por hoje, eu gostei muito. - seu olhar desviu do meu e mirou o chão.
- Olha pra mim, Fernanda. - seu olhar veio de encontro ao meu como um imã. - Eu que agardeço por me deixar te guiar nessa noite, me senti muito bem com você, pequena demonia.
- Estava demorando para você estragar tudo. - ela revirou os olhos e eu sorri. - Boa noite Sr. Ego.
- Boa noite pequena demonia. - deixei um beijo em sua testa e a soltei. - Sonhe comigo. - ela já estava passando da entrada da portaria.
- Nos seus sonhos. - gritou e riu.
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O mais louco amor (Livro 2 - Amores) RETA FINAL
ChickLitJúlio Guimarães Lemos é a personificação da perfeição da espécie masculina. Simpático e alegre eram características que podem o definir, mas às vezes por trás de um sorriso existe um coração quebrado. Um advogado com sede de vingança é a outra verte...