Fernanda Cruz
Correr na mata à noite com a sensação de que havia deixado o meu mundo para trás era assustadoramente desesperador. Mas lutar pela minha vida contra a louca da minha irmã teve todo o meu resto de emocional envolvido. Ir para a delegacia prestar depoimento foi como um borrão, simplesmente minha mente nublou depois que o pai de Júlio me tirou da estrada.
— Isso é tudo senhorita Cruz. Você pode ir para casa descansar, e qualquer coisa será encaminhada ao seu advogado. - assenti em silêncio enquanto me retirava da sala. Mãos grandes me puxaram e me choquei contra um peitoral largo que logo reconheci como lar.
— Meu amor... - Júlio me espremia em seus braços e eu estava aliviada por tê-lo ali, me apertando e me mostrando que ele realmente estava vivo e bem. - Como você está? Aquela louca te feriu?
— Bem, estou bem. - nos afastamos um pouco e pude ver o corte em seus lábios. - Você está machucado.
— Você precisa ver o outro cara. - sorriu. - Não se preocupe com isso, daqui a pouco sara. Você terminou o depoimento?
— Sim, tinha um advogado comigo, mas não sei quem é.
— Lembra que eu passei seu caso, pois depois que assumi a promotoria não poderia advogar? Então, quem estava com você é o meu novo sócio, o Alexandre, ele é ótimo em criminal. - assenti. No momento eu só queria sair dali.
— A gente pode ir embora? - pedi, voltando a abraçá-lo. O inferno finalmente havia acabado e poderíamos seguir em frente.
— Claro, vamos para casa. - Júlio me guiou para fora da delegacia e vi Dário parado ao lado de um carro preto.
— Boa noite, senhorita Cruz. O senhor Fonseca me deixou à disposição de vocês, sua família lhe espera em casa. - o moreno alto disse e assenti.
— Obrigada, Dário.
— Obrigada, Dário. Vamos, meu amor? - Júlio me conduziu para dentro do carro e me deixei ser acomodada no banco. Ele logo entrou no pelo outro lado e Dário deu partida no carro.
— Quando ela saiu da cadeia? - perguntei a Júlio. - Você escondeu isso de mim também?
— Não sei. - suspirou. - Não escondi o que não tinha conhecimento, Fernanda. Mas logo menos saberemos de tudo, mesmo que seja algo bem claro. Henry tirou sua irmã da cadeia para ajudá-lo a nos matar.
— Porque ele tinha tanto ódio assim, nunca fiz nada para ele.
— Não era você o alvo dele, minha pequena. O alvo dele sempre foi eu, e como você estava comigo e Felipe estava vindo atrás de você, ele o usou como algum tipo de aviso ou desvio de atenção.- Júlio coçou a cabeça. - Mas por hora, vamos deixar para tratar disso depois, agora você só tem que se preocupar em receber carinho da sua família. - assenti e fechei meus olhos cansados.
Poucos minutos depois estávamos saindo do carro dentro da garagem do prédio onde eu morava com a vovó. Tudo parecia calmo, Júlio me abraçou pelos ombros e seguimos para o elevador em silêncio, a quentura de seu corpo era reconfortante. Não demorou para que parássemos no meu andar, e logo senti os braços me envolverem em um abraço.
— Meu Deus! Graças a Deus que você está bem. - Juliana disse ao me abraçar chorando. Não consegui conter as lágrimas que teimavam em sair e abracei de volta. - Eu fiquei com tanto medo de perder você, garota.
— Deixe-me abraçar a minha neta, Juliana. - vovó Eva disse já me tirando dos braços da minha prima. - Nunca mais me dê um susto desses, não sei porque, mas vocês acham que eu sou jovenzinha pra ter esse tipo de adrenalina. - vovó beijou minha testa. - Que bom que o promotor gostosão te trouxe de volta. - ri. Era incrível como minha avó conseguia ser impossível até nessas horas.
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O mais louco amor (Livro 2 - Amores) RETA FINAL
Romanzi rosa / ChickLitJúlio Guimarães Lemos é a personificação da perfeição da espécie masculina. Simpático e alegre eram características que podem o definir, mas às vezes por trás de um sorriso existe um coração quebrado. Um advogado com sede de vingança é a outra verte...