Capítulo XV

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Eu sabia que depois que me deixasse aqui Júlio iria procurar por Igor, algo me dizia isso e no fim eu não estava errada sobre isso, ele realmente foi ao encontro dele e não quero imaginar o que aconteceu entre eles

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Eu sabia que depois que me deixasse aqui Júlio iria procurar por Igor, algo me dizia isso e no fim eu não estava errada sobre isso, ele realmente foi ao encontro dele e não quero imaginar o que aconteceu entre eles. Não tive muito tempo de pensar em maneiras de extrair do Júlio o que aconteceu, não depois dessa pergunta feita por vovó.

- Ainda não, dona Eva. – tomei um pouco do suco para ver se o bolo em minha garganta descia. – Mas eu sou bem paciente, sabe?
- Imagino, eu já tinha jogado ela na parede há muito tempo. – vovó disse e isso realmente não me espantou.
- Será que vocês podem parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui? – disse e ambos olharam em minha direção.
- Como anda o curso, querida? – vovó perguntou e vi Júlio me olhar com expectativa.
- Acho que bem, estou me preparando para o começo dos vestibulares.
- Tenho certeza que você vai passar em uma federal, mas se não, sabe que pode escolher a faculdade que quiser. – ela disse e eu sorri.
- Mas eu vou passar vó, é só questão de tempo, não precisa se preocupar com isso. – dei de ombros.
- Você vai passar pequena demônia, tenho certeza disso. – olhei para ele de cara feia. O apelido havia saído justo na frente de vovó.
- Já estão até com apelidos próprios, que bonitinho. – revirei os olhos, era pecado falar mal da vó. – Daqui a pouco estão aos beijos e abraços, ele já tem um apelido também?
- Não! Vovó vamos jantar, por favor. – ela sorriu e me deu língua.
- Eu podia ter uma neta mais divertida. – Júlio apenas ria e eu bufei, estava feita com esses dois.

Depois do jantar vovó nos deu um bolo de chocolate e foi se deitar, não antes de deixar o seu recado da noite.

- Façam tudo o que eu faria meus amores, boa noite. – com isso a velha alcoviteira se retirou e nos deixou lá, com um bolo a nossa frente.
- Gosto da sua avó. – ele disse.
- Você gosta é das besteiras que ela diz. – disse e comecei a cortar uma fatia de bolo pra mim e outra para ele.
- Alguém é sábio nessa casa. – me deu um piscadinha.
- Bem sabia. Mas não me enrola, o que aconteceu ontem? – entreguei sua fatia de bolo e olhei para ele que começou a comer.
- Nada de mais, eu já disse. Não fiz nada que me comprometesse, apenas conversamos. -
- Tudo bem, você já é bem grandinho. – bufei. Ele não queria dizer e eu não ia continuar questionando .
- Sim, senhorita. Mas isso tudo é preocupação comigo? – revirei os olhos.
- Não. – disse e me voltei para a minha taça de sorvete.
- Você pode negar, mas não para sempre. – piscou.

Tentei ignorar o que ele disse, mas ele estava certo, eu poderia negar os meus sentimentos que estão aflorando por Júlio nesse momento, mas não para sempre. Ele era especial, engraçado e me fazia esquecer por algumas horas toda merda que havia em mim, mesmo que sejam apenas algumas horas.

- Acho que já está na minha hora. – disse e eu assenti. – Me leva até a porta ou vai ficar ai com essa cara?
- Deveria deixar você achar a saída sozinho. – revirei os olhos.
- Você anda muito malcriada. – saímos da cozinha e fomos direto para a saída.
- Até. – disse abrindo a porta e esperando ele passar.
- Fica assim, mas sabe que vai sentir saudades de mim. – o ego desse ser deveria ser estudado.
- Nos seus sonhos. – ele sorriu.
- Se você pudesse imaginar os meus sonhos Fernanda, não seria somente a saudade a ser sonhada. – sorriu, mas não foi aqueles sorrisos de deboche ou presunção que eu estava acostumada a ver em seus lábios. Era um sorriso de menino sonhador, e ele me arrebatou mais um pouquinho. – Eu vou deixar você descansar, mas você não vai estar livre de mim, pequena demônia. – senti seus lábios em minha testa e logo ele saiu pela porta sem me esperar dizer nada.

Voltei para dentro do apartamento e fiquei pensando no que ele disse. O mesmo sonhava mesmo comigo? Era mais provável que eu estivesse ficando louca e minha mente supondo coisas, aquele homem nunca se interessaria alem da amizade por mim, eu não tinha nada a lhe oferecer, era apenas uma garota quebrada que tentava não sucumbir a minha própria escuridão.

**

A semana passou voando e já era quarta-feira, Júlio veio me buscar em todos esses dias e hoje não foi diferente, ele estava parado encostado em seu carro na frente do meu cursinho.

- Sério que você não está pegando? – Rafaela disse. – Menina, meu caminhão é fraquinho, mas eu dava duas viagens fácil. – revirei os olhos.
- Deixa o seu namorado te ouvir. – ela se benzeu.
- Vira essa boca pra lá menina, vai, vai falar com seu homem. – me empurrou em direção à saída. Cheguei ao encontro de Júlio e reparei que hoje ele estava de roupas casuais.
- Oi.
- Olá pequena demônia. – deu-me um beijo na testa e sorri.
- Fernanda. – ouvi meu nome e virei na direção que ela vinha. Estranhei ao ver o Nicolas, um menino da minha classe vier em minha direção. – Ainda bem que te peguei aqui ainda, muito obrigado por me emprestar suas anotações. – ergueu o meu caderno e peguei.
- De nada. – disse e o mesmo continuou a me olhar.
- Quem sabe um dia desses a gente não possa tomar um sorvete. – ouvi Júlio bufar. – Claro, se o seu tio deixar. – sorriu.
- Moleque... – não deixei que Júlio continuasse.
- Quem sabe, Nicolas, agora tenho que ir, até amanhã. – virei-me para o Júlio.
- Vamos, estou cansada e quero ir para casa. - Júlio respirou fundo e entrou no carro sem ao menos dizer uma palavra. Nicolas ainda ficou lá com um sorriso no rosto enquanto eu dava a volta e entrava no carro do lado do carona. O silêncio do carro era quebrado apenas quando Júlio bufava e soltava alguns murmúrios. Quando o carro parou em frente ao meu prédio eu sabia que ele estava realmente chateado ou com raiva, bem, pela expressão em seu rosto eu diria que com raiva.
- Quem era aquele garoto? - perguntou-me.
- Um garoto da mesma classe que eu no cursinho, ele me pediu o caderno e fim.
- Bem abusado. Onde lá eu vou ser seu tio? No máximo o seu irmão mais velho. - revirei os olhos.
- Feriu teu ego ele te achar meu tio.
- Ele sabe muito bem que eu não sou seu tio, Fernanda. O animadinho quis aparecer na sua frente.
- E não funcionou. O único que ficou indignado foi você. - soltei o sinto.
- Você vai aceitar o convite dele? - parei no exato momento em que estava abrindo a porta e retornei.
- Ah eu vou. - sorri irônica. - Adoro ficar perto de pessoas, o meu hobby favorito é sair com garotos e tentar não surtar, não sair correndo. Eu tô louca para esse dia chegar, não está vendo? - respirei fundo.
- Você não surtar comigo.
- Se você quer se igualar a ele o problema é seu, não vou ficar alimentando o sei ego.
- Não é ego. - suspirou. - Você nunca entenderia.
- Isso é ciúmes?
- Talvez. - deu de ombros. - Você não está pronta para ter alguém correndo atrás de você. - revirei os olhos.
- Ninguém além de você, é claro.
- Lógico. - deu de ombros. - Eu preciso ir agora pequena demônia.
- Ah, claro. Eu já vou, tchau. - ele não disse nada, então saltei do carro e caminhei sem olhar para trás.

Se eu soubesse que emprestar um caderno me renderia dor de cabeça, tinha dito que estava tudo em branco.

Júlio não mandou nenhuma mensagem quando chegou em casa, também não apareceu na quinta e muito menos na sexta feira, e isso já estava me deixando com raiva. E daí que um garoto tinha me chamado para sair? Duvido que ele não receba inúmeras cantadas por ai, mas se ele estava achando que quando aparecesse tudo iria ser as mil maravilhas ele estava muito enganado.

Era noite de sexta e eu estava deitada, meu celular fez o barulho de mensagem e eu cheguei a cogitar que fosse Júlio, mas logo vi o nome do grupo que havia feito barulho era do cursinho. Era melhor eu ir dormir.

 Era melhor eu ir dormir

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Capítulo curtinho, mas amei Julinho com ciúmes.
Volto logo!

Beijos de luz no coração de vocês. 😘🥰❤️

O mais louco amor (Livro 2 - Amores) RETA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora