Tudo que se pode esperar do caos, é que ele é fugaz.
Júlio Lemos
- Alguma novidade? - Algumas horas depois de ter finalmente amado a minha garota, precisei ligar para o meu pai para saber noticias das investigações e saber se acataram meu afastamento por doença, graças a um amigo médico me dar um atestado e, então deixei tudo a cargo do meu pai.
- Não, infelizmente não temos uma pista. Parece que esse homem é invisível, ninguém viu ou sabe de nada. - meu pai suspirou. - Mas consegui acertar seu afastamento junto ao ministério público no momento você está com burnout.
- Uma hora ele vai dar uma brecha.
- Sim. Ainda acho que deveríamos fazer uma armadilha para ele.
- Não, claro que não. Colocar Fernanda em linha de fogo propositalmente está fora de questão. Não vou colocar a vida da minha mulher em risco.
- Filho... - tentou argumentar tudo o que eu já sabia e discordava completamente.
- Não. Vou desligar agora, amanhã ligo novamente.Não conseguia suportar a idéia de por minha garota na mira de um assassino, de um homem que até o momento se mostrou completamente louco ao enviar uma cabeça para o endereço dela como um aviso. Fernanda nunca ficaria na mira desse louco, não se eu pudesse evitar.
- Tudo bem, Júlio? - fui pego desprevenido por minha mulher.
- Tudo certo até o momento, nenhuma novidade no mundo do lado de lá. - virando em sua direção e vendo a obra de arte que era Fernanda vestindo minha camisa. Não que eu fosse um ser possessivo como meu amigo Dudu, mas era um grande carinho ao ego de um homem ver a sua mulher com uma roupa que lhe pertence.
- Então porque essa veia de preocupação em sua testa? - Fernanda passou a mão bem no meio da minha testa, descendo até o meu pescoço.
- Pensando. - sorri. - Eu sou muito sortudo por ter você para mim.
- Está tentando me deixar encantada, doutor? - Fernanda sorriu e ali sentir que mesmo que seja difícil, tudo iria voltar ao normal.
- Será que estou conseguindo? - passei minhas mãos por sua cintura a trazendo de encontro ao meu corpo.
- Talvez. - chegou seu rosto próximo. - Mas acordei com fome, então acho melhor você me alimentar se a sua esperança de encantamento for me levar para cama. - se soltou do meu corpo e foi em direção a cozinha, mas parou quando me ouviu dizer.
- Meu amor, eu sou um homem de fé, a minha esperança está em te levar não só para cama, mas pra cozinha, sala e banheiro também.
- E está esperando o que para isso? - sorrindo de maneira sexy e que logo mexeu com meu amigo aqui em baixo, Fernanda continuou seu caminho para a cozinha.Sortudo filho da mãe, eu era. Claramente naquela cozinha ia rolar mais de uma comida.
*
*
*
O dia amanheceu nublado. Olhando pela janela poderia dizer que havia nascido até um pouco mórbido com aquelas nuvens densas e escuras. O café em minhas mãos era o contraste perfeito para o tempo frio que se instaurou ali, ainda bem que havia bastante casacos aqui, pois estávamos em meio a mata, então era duas vezes mais frio que o normal. Terminei o liquido preto em minha caneca e voltei para a cozinha encontrando minha pequena Demônia com cara de sono.
- Bom dia minha linda, dormiu bem? - perguntei ao roubar um selinho de sua cara emburrada.
- A última coisa que a gente fez foi dormir Júlio. - sorri relembrando os momentos que passei dentro dela, claramente deliciosos. - Não vem com esse sorrisinho a essa hora da manhã.
- Da tarde. - disse retirando o celular descartável de dentro de uma das gavetas da cozinha. Perdemos a hora da manhã, pois realmente a última coisa que fizemos foi dormir, mas valeu a pena, sempre valia a pena me perder em seu corpo e dar e receber prazer de minha garota. Mas agora precisava entrar em contato com meu pai novamente.
- Eu continuaria dormindo, mas aí mais tarde não teria um pingo de sono, então é melhor levantar e fazer o almoço. - parei de escutar o que Fernanda dizia assim que a chamada foi atendida.
- Vocês precisam sair daí. - meu pai disse e senti meu corpo inteiro gelar. - A localidade foi comprometida, houve acesso as terras pelo lado norte a cerca de dez minutos. Vocês não estão sozinhos. - meu pai disse e eu podia ouvir o barulho dos carros. - Saiam daí imediatamente.
- Quanto tempo eu tenho? - perguntei me levantando e sendo observado por Fernanda. Corri em direção as escadas e a vi me seguir, mas no momento eu precisava nos armar.
- 15 minutos, ele está andando em direção a vocês. - eu teria tempo de tirar Fernanda daqui.
- Me encontre no ponto de encontro, Fernanda vai estar lá em menos de quinze minutos. -
- Júlio... - meu pai tentou falar alguma coisa, mas desliguei o telefone ouvindo apenas a minha respiração ofegante.
- O que está acontecendo, porque você está pegando essas armas? - minha garota tinha os olhos arregalados. Ela não era boba e sabia que tinha algo errado.
- Eu preciso que você confie em mim. - disse chegando perto dela, e lhe entregando uma arma carregada. - Você sabe manejá-la. Nós fomos descobertos e preciso te deixar em um lugar seguro, o meu pai vai te encontrar, mas se ele não aparecer, você não pergunta, você atira. - Fernanda ofegou. - Nós precisamos sair daqui. - Peguei uma bolsa que continha o que ela precisaria para sair daqui.
- Júlio. - Fernanda falou enquanto disparávamos para fora da casa, eu conseguiria a levar para o meu pai e tira-la daqui. - Eu não vou sem você.
- Você vai encontrar o meu pai, você conhece o cominho de ponto de encontro e eu vou assumir o controle de todas as câmeras, ele está sendo monitorado nesse momento, então eu preciso que você fique segura para que isso acabe logo. - peguei o celular que tinha acesso as câmeras da área, uma coisa que esse cara errou foi ter se metido em meu território, aqui quem comandava era eu.
- Não me faz ir sem você. - Fernanda disse. Havíamos chegado no local que nos separaríamos, era hora dela ir sozinha.
- Você precisa ir, e ficar segura. - segurei seu rosto e beijei seus lábios. - Isso não é um adeus. - Fernanda fechou os olhos. - Olha pra mim. - pedi. - Eu vou encontrar você, mas agora você vai sair daqui e vai atirar em quem aparecer no seu caminho. Relembre tudo que já te ensinei, mas principalmente relembre que você é a mulher mais forte que eu conheço, mantenha-se segura para que eu possa voltar você.
- Eu... te amo. - sussurrou em meio as suas lagrimas.
- Eu também te amo pequena demônia, mas agora você precisa ir. - me afastei - Rápido.Fernanda me olhou no fundo dos olhos antes de se virar e correr em direção ao ponto de encontro. Ela se salvaria, pois eu iria a encontrar assim que terminasse com esse traidor filho da puta, ele não perde por esperar.
Aqui nessa mata quem mandava era eu, o seu pior pesadelo.
*Burnout: Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
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Hey minhas luzes!
Não sumi! Quem quer um fds de capítulos?????
Só sei que o circo está armado!
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O mais louco amor (Livro 2 - Amores) RETA FINAL
Chick-LitJúlio Guimarães Lemos é a personificação da perfeição da espécie masculina. Simpático e alegre eram características que podem o definir, mas às vezes por trás de um sorriso existe um coração quebrado. Um advogado com sede de vingança é a outra verte...