Capítulo 3

296 17 0
                                    



Eu morava com a minha mãe, meu pai havia falecido quando era pequena. Não tínhamos dinheiro como os meus amigos, éramos simples. Ajudava minha mãe Branca como podia.

Assim como ela me ajudava.

— Olá, querida! — Abracei a mesma. — Como foi no colégio?

— Matemática quântica. — Larguei minha mochila na cadeira. — O que está fazendo?

— Procurando um emprego, eu larguei o meu, de novo.

— Mãe! Não pode ficar largando empregos assim. — Ficava extremamente furiosa com isso. — O que houve com o seu antigo emprego?

— Não estavam me pagando direito, eu tenho um cartão lotado pra pagar. — Lamentou. — Vamos ficar sem luz esse mês.

— Nada disso. — Cruzei os braços. — Eu posso trabalhar quando chegar do colégio.

— Nada disso! — Minha mãe exaltou. — O combinado é: Você estuda e eu trabalho.

— Como a senhora quer trabalhar desse jeito? Já é o terceiro emprego que a senhora sai, não pode ser assim.

— Sophia, as coisas não são fáceis! — Rodeou as têmporas, se aliviando. — Eu sofro muito desde a morte do seu pai, segurar essa casa é como lutar com trezentos cordeiros atiçados.

— Eu posso te ajudar, sabe que eu posso.

— Por enquanto eu quero que você estude, se forme e aí sim depois você pode me ajudar. — Guardou as contas espalhadas na mesa. — Chegou de ônibus?

— Um amigo me trouxe.

Minha mãe me encarou, tinha um sorriso nascendo em seus lábios.

— NADA DISSO! — Me exaltei.

— Como assim? Um amigo? — Riu sarcástica. — Onde conheceu ele? Combinamos de não esconder nada uma da outra.

— Ele é um amigo, na verdade ele é amigo do Arthur.

— E você está pegando ele?

— Eu não, cruzes! — Quem dera fosse. — Ele me pediu ajuda, vou estudar na casa dele.

— Sophia, Sophia.

— O que? Somos só amigos, ele está saindo com uma garota do colégio. — Expliquei. — Acredite em mim.

— Adolescentes. — Negou com a cabeça, ainda rindo.

Minha mãe acreditava em mim, eu nunca tive um namorado, beijei duas pessoas apenas, em uma festa social na casa de Lua, há muitos anos atrás.

Eu não tinha tempo pra isso, eu achava que não precisava disso. Namorar é um passo de uma confusão, sempre achei isso, nunca aceitei que meninos me levassem pra cama e me fizessem como namorada. Nunca passou pela minha cabeça.

Eu realmente não tinha tempo, era muito na minha.


Peguei o ônibus mais cedo no dia seguinte, cheguei no horário. Andei até meu armário e guardei minhas coisas, na noite anterior eu havia contado à Lua que iria na casa de Micael, ajudar ele na matéria.

E é claro que ela surtou.

— BOM DIA! — Me deu um susto. — Preparada pra tirar a sua virgindade?

— LUA! — Bati em seu ombro. — Eu não deveria ter contado pra você.

— Ainda bem que me contou, eu estava doida pra saber. — Andamos até a cantina. — Você está animada? Ansiosa? Nervosa? Calma? Preocupada?

Young and the Restless - Jovens e Inquietos Onde histórias criam vida. Descubra agora