Capítulo 58

146 13 0
                                    



Era manhã quando Lua chegou no apartamento, tinha várias pastas nas mãos e uma caixa na cor preta e cinza.

— Bom dia, família. — Deixou a caixa em cima do balcão. — Que ânimo é esse, gente?

— O ânimo de quem não dorme por dois dias. — Micael bebeu seu café, ainda estava sonolento.

Todos nós estávamos.

— Tá vendo? É por isso que eu me protejo! — Lua soltou uma pérola.

Estava demorando.

— O que te trouxe aqui, querida amiga? — Debochei, enquanto tirava o leite na bombinha.

— Você precisa me ajudar a escolher os docinhos, e também. — Bateu as mãos, eufórica. — Precisa me ajudar a escolher o penteado.

— E o vestido?

— Minha mãe escolheu. — Sorriu.

— Sophia vai ficar magoada, Lua. Você não escolheu o vestido com ela. — Micael botou pilha.

— Sério? Eu sei que a gente falava... — Lua terminou. — É só um vestido.

— É o seu casamento, Lua! Mas tudo bem. — Me fingi triste, adorava tirar Lua do sério.

Micael segurou o riso.

— Vocês devem estar de sacanagem comigo, só pode!

— A gente não, você que veio cheia de caixa aí. — Micael riu. — Mas fala, o que você quer que a gente vai te ajudar. — Ajuntou as mãos.

— Eu preciso de ajuda com os docinhos. — Lua me entregou uma pasta. — Tem com avelã, chocolate belga, nozes...

— Nozes e chocolate belga. — Micael disse.

— Eu ainda não terminei. — Lua lhe encarou.

— Eu dei minha opinião. — Rendeu as mãos.

— Ninguém se importa com a sua opinião. — Lua revirou os olhos. — Continuando. — Deu um leve sorriso. — Tem esse de morango também mas a tia do Arthur é alérgica a morango. — Remexeu os lábios. — Eu posso colocar alguma coisa com coco, o que vocês acham?

Ficamos em silêncio.

— Eu acho uma boa opção o chocolate belga com nozes. — Cerrei meus olhos. — Com todo o respeito!

— Eu não acredito. — Lua negou com a cabeça. — Você virou uma cópia do Borges. Eu sabia que isso ia acontecer.

— Eu achei boa a ideia, e também, você queria uma opinião.

— Tá. — Deu de ombros. — E você, Micael? — Encarou Micael novamente que se preparou ao dizer.

— Por que você não faz um doce de nata? — Eu e Lua franzimos o cenho. — A Sophia pode dar o leite. — Largou a xícara na pia e saiu andando, enquanto ria.

Lua me olhou.

— Engoliu o palhaço? — Me perguntou.

— Ele tá engraçadinho mesmo, desde a hora que acordou. — Retirei a bomba elétrica do meu seio.

— Isso tem nome e sobrenome. — Tinha malícia no olhar. — Só que você não pode, não é mesmo?

— Tô sabendo.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos Onde histórias criam vida. Descubra agora