Capítulo 82

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— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? — Minha mãe partiu pra cima de Micael, o peitando. — COMO ACHOU SOPHIA?

— Por que trouxe ela pra esse fim de mundo? — Cerrou os dentes, furioso.

— Fim de mundo é onde está a drogada da sua irmã. Uma Christiane F mirim. — Soltou.

— Melhor tomar cuidado com o que fala, Branca!

— Eu salvei a Sophia de você! Ficou cinco meses sem aparecer, CINCO MESES! — Exaltou. — Sua filha teve febre, cólicas, foi ao médico três vezes no mesmo mês. Um resfriado terrível! E você estava aonde? Pois é, não deu nenhuma notícia à Sophia, essa trouxa. — Apontou para mim.

— Você sabe a situação, Branca. — Pausou. — Foi um erro meu à parte não ter mandado nenhuma notícia, mas, eu estava tecnicamente grampeado. Rayana ficou na minha cola durante esses três meses.

— Jura? Que bom pra você! Esse seu papinho não cola mais. — Cruzou os braços. — Agora eu quero saber, como nos achou?

— Eu contratei alguns detetives particulares. Procuraram por toda a parte, até acharem Sophia nesse fim de mundo. — Explicou. — Agora, se me der licença, eu quero ver a minha filha. — Branca o parou.

— Daqui você não passa! — O barrou. — Você é um péssimo pai, Borges. O seu pai deve estar se revirando no túmulo, vendo o quão é irresponsável.

— Irresponsável? Eu tenho os meus problemas, Branca. Assim como você tem os seus! — Estava exaltado.

Uma briga daquelas.

— Pelo menos os meus problemas eu consigo resolver, agora você. — Debochou. — Um moleque qualquer que não quer nada com a vida. Tantas garotas por aí e você foi justo gostar da minha filha! — Minha mãe negou com a cabeça.

— O amor não se escolhe, Branca. Eu amo a sua filha e por isso vim até aqui. — Me encarou. — Ajunte suas coisas, vamos embora!

— NADA DISSO! — Minha mãe interviu, de novo. — Se você for. — Me ameaçou. — Diga Adeus para mim, sua putinha dos infernos. — Grunhiu.

Eu estava entre a famosa cruz e espada. De um lado: Micael, do outro: minha mãe. Meus olhos estavam zonzos de escolher com quem eu ficaria.

— Mãe! — Segurei em suas mãos. — Eu preciso ir! Mesmo você não gostando eu preciso... — Tarde demais.

Foi tão rápido que meu corpo anestesiou de primeira. O forte tapa que levei no rosto chocou Micael, que tentou me segurar, mas minha mãe foi rápida.

Torceu meu braço me batendo com toda sua força, tentei me esquivar enquanto ela me batia. Fui jogada no gramado, com o rosto vermelho e alguns arranhões pelo braço.

— SUA PUTINHA DE MERDA! — Gritou. — NÃO QUERO TE VER MAIS, ESTOU CLARA? ESPERO QUE SIM. VÁ VIVER NA PODRIDÃO QUE É A FAMÍLIA BORGES!

— Mas que gritaria é essa aqui? — Tia Brenna apareceu com Kate nos braços. — Sophia! Por que está no chão?

— Essa filha de uma puta, Brenna! — Minha mãe estava com muita raiva. — Vai voltar pra Nova Iorque com esse merda. — Respirou fundo. — Que sejam felizes na podridão de mentiras que é essa família.

— É verdade, Sophia? — Minha tia quis saber.

Consegui me levantar com a ajuda de Micael, limpei minha roupa que continha alguns restos de grama.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos Onde histórias criam vida. Descubra agora