Young and the Restless - Jovens e Inquietos

Capítulo 68

— Baby, você está precipitado! — Lua fazia uma massagem em Arthur. O acalmando.

Mas era óbvio que ele não se acalmaria tão cedo!

— Eu? Precipitado? Eu quero acabar com a vida do Borges. Aquele inútil de merda! — Cerrou os dentes. — Você precisa me ajudar.

— Desculpe mas eu não vou. — Lua lhe encarou, brava. — Sophia é minha melhor amiga e ela ainda precisa de mim.

— Por que ela precisa de você? Agora ela tem o Micael! Ela te chutou se você ainda não percebeu.

— Ela nunca me chutou. — Pausou. — E eu não acho certo você interromper a vida do Micael, justo agora.

— Vai defender ele?

— Não é defender, só estou dizendo que ele não merece. Ele não tem culpa de nada!

— Ah, não? — Debochou.

— Claro que não! Ele mentiu pra te defender.

— Me defender ou defender a vida dele? Eu conheço muito bem Micael, ele é um fodido, só pensa nele e no status da família.

— Caraca, Arthur! Você literalmente tá cuspindo no prato que comeu. O Micael sempre foi o seu amigo, desde pequeno, ele sempre te ajudou. Sério mesmo que você vai quebrar esse vínculo de anos?

— Você só está dizendo isso pra acobertar a sua amiguinha que deu a boceta sem se proteger. Não é? É outra também, pobre! Não tinha onde cair morta e do nada ficou apaixonada pelo Micael.

Feito! Arthur recebeu uma bofetada no rosto, o tapa doeu tanto que pelo estalo já poderia perceber.

— Você não ouse falar da Sophia desse jeito, certo? — O ameaçou, apontando o indicador ao mesmo.

— E se eu falar? — Provocou. — Você vai me bater de novo?

— Se for preciso eu vou! Ela é minha amiga e eu não vou deixar você falar merda dela. — Esbraveceu. — E espero que você não conte nada ao seu pai, se contar, o nosso casamento acaba de uma vez!

— Tá brincando, não é? — Não acreditou.

— Não, eu não estou! Se você quer ferrar com a vida do Micael, tudo bem. — Gesticulou. — Mas faça isso quando ele estiver formado, ganhando o dinheiro dele e com as responsabilidades dele! Sophia tem um bebê e precisa da disponibilidade do namorado pra cuidar dessa criança.

— Você só pode estar de brincadeira comigo.

— Não estou! Espero que você tenha entendido o recado, não quero repetir duas vezes. Já me cansei disso. — Lua saiu da cama, saindo do quarto.

Arthur bufou, batendo diversas vezes no travesseiro. Estava com sede de vingança por Micael e ele não tinha culpa de absolutamente nada. Só quis proteger o melhor amigo, e mesmo assim, ganhou um total de pedras nas costas.

Já era tarde quando deixamos Micael no aeroporto, minha mãe estava comigo enquanto levava o carrinho de Kate consigo. Estávamos em um lugar reservado, perto da entrada para o embarque. O voo de Micael sairia em minutos!

— Não esqueceu nada? Tá levando tudo? — Enlacei meus braços em seu pescoço.

— Sim, mãe! — Revirou os olhos, brincando. — Vou sentir sua falta.

— Isso tudo podia ser mentira.

— Tá querendo dizer que o nosso amor é de mentira?

— Não. — Dei risada. — Queria dizer que essa história toda, você e Rayana, poderia ser mentira. — Lamentei. — Eu não quero deixar você ir.

— Mas eu preciso! Quando isso tudo acabar, vamos ser só nós dois. — Me abraçou, se preparou para sussurrar algo em meu ouvido. — Vamos nos casar, Kate já vai estar grande... E então, eu irei fazer mais uns dois filhos em você. — Sorrimos. — Vamos ter a nossa casa, a nossa vida.

Eu estava adorando escutar aquilo.

— Eu te amo! — O beijei. Eu não queria deixá-lo ir, era cruel demais.

— Eu também te amo, meu amor. — Terminamos o beijo com selinhos.

Minha mãe apareceu, não querendo estragar o clima.

Mas já estragando...

— Micael, já chamaram o seu voo. — Avisou.

— Ok, então... — Tocou o bolso da calça, buscando sua passagem. — Vai ficar bem? — Assenti. — Me mande e-mails, não deixe de me mandar e-mails, tudo bem? — Assenti novamente, sorrindo. — Eu te amo muito. Muito, muito, muito, muito! — Me beijou, um beijo cheio de saudade.

Ele ainda não tinha ido e eu estava morrendo de saudade.

— Eu também te amo muito. — Toquei seu rosto, sorrindo.

— E você, minha princesa! — Micael teve Kate nos braços, dando um cheiro demorado. — Eu te amo, ouviu? Você é minha vida! — Sorriu. — O papai vai voltar logo, eu prometo. — Deu um beijo em sua cabecinha.

Entregou ela à minha mãe.

— Tchau, dona Branca! Cuide de Sophia e me mande notícias de tudo.

— Pode deixar! Faça boa viagem. — Acenou.

"Passageiros do voo 783 com destino à Seattle. Por favor, dirigir-se ao portão de embarque. O voo saíra em instantes".

Micael me deu um último beijo antes de partir, caminhou até o local de embarque, sumindo das nossas vistas.

Encarei minha mãe que segurava o riso, ela queria me zoar por estar chorando.

— Ele vai voltar, querida! — Me acolheu.

— Mas vai demorar. — Sequei minhas lágrimas.

— Por que você foi arrumar um homem cheio de problema, hein? — Saímos andando. Agora eu fiquei responsável por empurrar o carrinho de Kate.

— Ah, mãe! Na época do colégio ele não tinha tanto problema assim.

— A mãe dele passou mel, não é possível! — Negou com a cabeça, sorrindo.

— Mas vai falar que ele não é lindo? — Sorri, suspirando.

— Ele é um sonho, Sophia! Por favor.

— MÃE!

— Que foi? Eu só estou falando a verdade. Você escolheu bem o seu pretendente. Também é linda!

— Mas o Micael é bem mais. As vezes eu fico meia insegura com ele. — Soltei.

— Por que?

— Porque ele é bonito demais e eu sou eu... Você sabe. — Minha mãe sabia na realidade.

Eu era muito insegura com meu corpo! Desde os meus quinze anos, eu sempre fui insegura. Mesmo Lua, minha mãe e Micael me dizendo que meu corpo era perfeito, ainda sim, eu me sentia super insegura.

— De novo esse assunto chato? Pelo amor de Deus! Agora você é uma mulher. — Se referiu ao meu pós parto.

Eu estava turbinada demais! Meus seios estavam grandes, meu quadril proporcional, minha pele... Uma maravilha! Eu estava linda, não podia negar.

Mas sabia que só seria uma fase, depois que meu leite secasse tudo aquilo iria ir para o espaço. 

Mas no momento eu não queria pensar nisso, eu queria estar com Micael, apenas!